4 resultados para Taponamiento cardíaco
em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz
Resumo:
Problemática em estudo: A frequente ocorrência da ausência de estenose coronária relevante no procedimento de Hemodinâmica/Tomografia Axial Computorizada (TAC) coronária, em pacientes nos quais fora detectada a presença de isquemia na Cintigrafia de Perfusão Miocárdica (CPM). Objectivos: Particularizar o papel das técnicas nucleares convencionais, nomeadamente a Tomografia Computorizada por Emissão de Fotão Único (SPECT), no estudo da viabilidade do tecido miocárdico. Avaliar pacientes nos quais foi identificada a presença de isquemia no exame de SPECT cardíaco mas procedimento de Hemodinâmica/TAC coronária normal ou sem estenose relevante, para pesquisa de possíveis falsos-positivos da CPM. Elaborar um estudo populacional, que permita demonstrar a relação entre a incidência de falsos positivos e factores como o género, a idade, factores de risco (hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia e tabagismo) e as alterações mais relevantes nos exames complementares de diagnóstico aos quais foram sujeitos. Definir o prognóstico para estes doentes, comparando-os com pacientes com CPM normal. Metodologia: Contextualização bibliográfica do tema, seguida do levantamento de todas as CPM realizadas no 1º semestre de 2012, em doentes seguidos no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), e a identificação daquelas com resultados positivos para a presença de isquemia; comparação com os exames de Hemodinâmica e TAC coronária para a pesquisa de falsos-positivos. Recolha de informação relativa à idade, género, factores de risco, eventos cardíacos que tenham tido lugar até um ano após a realização da CPM, e outros exames efectuados por estes pacientes, tais como o Electrocardiograma (ECG) e o Ecocardiograma. Análise estatística descritiva e inferencial dos resultados obtidos de forma a estabelecer/descartar a existência de relações entre as variáveis em estudo. Comparação dos resultados obtidos em relação a um grupo de controlo, integrado por pacientes com CPM normal realizada no mesmo período, com a elaboração de uma proposta de prognóstico para os casos falsos-positivos. Material: A recolha de dados foi baseada na Tabela de Recolha de Dados, enviada em Anexo. Os processos consultados eram processos de natureza electrónica, acessíveis por computador, através do programa Sclínico, no Gabinete de Biblioteca e Documentação do CHCB. A análise estatística dos resultados obtidos foi realizada com recurso ao programa IBM SPSS Statistics 21. Para a caracterização da amostra recorreu-se à estatística descritiva, sendo analisadas as medidas de tendência central e de dispersão (média e desvio padrão), bem como a distribuição de frequências, quer absolutas, quer relativas. Seguiu-se a inferência estatística, com o intuito de verificar possíveis relações existentes entre as variáveis. Para isso foram utilizados testes paramétricos ou não paramétricos, adequados à amostra e hipóteses em estudo, nomeadamente o teste t de Student, com recurso ainda ao teste Kolmogorov-Smirnov com correcção de significância de Lilliefors e do teste de Levene. Foi ainda utilizado o teste Qui-Quadrado e, na ausência dos pressupostos para sua aplicação, recorreu-se ao teste exacto de Fisher. Resultados/Discussão: Foi estudada uma amostra total de 144 casos de pacientes submetidos a CPM. Desta amostra foram particularizados 2 grupos; um grupo de controlo (n=81) e um grupo de falsos positivos (n=13) e analisadas as principais diferenças entre estes 2 grupos, tendo em conta as variáveis anteriormente descritas. As principais diferenças, identificadas do ponto de vista da estatística descritiva, verificaram-se ao nível do tipo de stress (farmacológico; falsos positivos - 63.64%, grupo de controlo – 40.74%), factores de risco (hipercolesterolemia; falsos positivos - 53.85%, grupo de controlo – 29.63%), ECG (fibrose; falsos positivos - 16.67%, grupo de controlo – 0%), Ecocardiograma (alteração da contractilidade segmentar; falsos positivos - 33.33%, grupo de controlo – 14.86%) e em relação aos eventos cardíacos posteriores (falsos positivos - 7.69%; grupo de controlo - 4.94%). A estatística inferencial permitiu apenas estabelecer uma relação estatisticamente significativa entre a existência de fibrose no ECG e a ocorrência de falsos positivos. Conclusão: Este estudo permitiu concluir que, de uma forma puramente descritiva, os casos falsos positivos se verificam mais predominantemente numa faixa etária média de 73.69 anos, no género feminino, com a localização das lesões na CPM a ser mais frequente no apex e mais rara no septo interventricular. O stress descritivamente mais associado a estes casos foi o stress farmacológico, com uma fracção de ejecção igual ou superior a 50%, com dois factores de risco associados, sendo os mais prevalentes a hipertensão arterial (HTA) e a hipercolesterolemia, sendo no entanto, este último, o factor de risco mais diferenciador em relação aos restantes casos. A maioria dos casos, em termos descritivos, não apresenta alterações no ECG, mas a existirem, a que mais se verifica é a fibrose. Relativamente ao ecocardiograma, existe uma maior prevalência de casos nos quais se verificam alterações neste exame complementar de diagnóstico, sendo a hipertrofia das paredes e a alteração da contractilidade segmentar do VE as alterações mais importantes, sendo, no entanto, este último, o factor mais diferenciador/característico. A prevalência descritiva de eventos cardíacos, num período de tempo após um ano da realização da CPM, é reduzida nos casos falsos positivos, mas ainda assim, superior à verificada nos restantes casos, o que em termos comparativos pressupõe uma deterioração em termos de prognóstico para estes pacientes. A análise estatística inferencial dos resultados obtidos permitiu apenas uma correlação entre a existência de fibrose no ECG e a ocorrência de falsos positivos. A análise de uma população geral de maiores dimensões, que permitisse a identificação de um número de falsos positivos igual ou superior a 30, possibilitaria, muito provavelmente, uma maior relação entre as diferentes amostragens e, consequentemente, uma base estatística que permitisse a obtenção de conclusões mais sólidas, estabelecendo/descartando as relações entre as várias variáveis em estudo, sendo esta, uma importante premissa a ter em conta para estudos futuros.
Resumo:
Introdução: A rejeição do transplante cardíaco leva a alterações miocárdicas que originam zonas de condução lenta e fragmentada. O ECG de alta resolução é um possível método de estratificação de risco para o diagnóstico da rejeição. Objetivo: Elaborar um Score de Risco preditor de episódios de rejeição, recorrendo aos dados do ECG alta Resolução. População e Métodos: Estudaram-se 28 pacientes transplantados ao coração. Numa primeira fase, tendo em conta o diagnóstico de Rejeição aguda, dividimos a nossa amostra em dois grupos (5 pacientes com rejeição e 23 pacientes sem rejeição). Foram recolhidos dados relativos a características clínicas, eletrocardiográficas, ecocardiográficas e hemodinâmicas dos pacientes no dia do registo. Obtiveram-se dados relativos às Biópsias anteriores, que numa segunda fase, permitiram dividir a amostra tendo em conta o diagnóstico de rejeição em pelo menos uma Biópsia realizada durante o período de seguimento (18 pacientes com rejeição e 10 sem rejeição). Resultados: Para a Rejeição aguda, (prevalência = 17.9%), verificamos que o único critério a revelar associação foi a fibrose miocárdica, evidenciando um aumento do risco de rejeição aguda 19 vezes maior quando presente no ECG. Esta variável demonstrou uma forte capacidade para discriminar os doentes com e sem rejeição (área sob a curva=0.81; p=0.03). Para a Rejeição pm1, (prevalência=64.2%), um maior número de variáveis demonstrou associação com este quadro. Formulámos um Score, constituído pelas variáveis: fibrose, LAS40 e RMS40, aplicado aos 28 elementos da nossa amostra. A associação de fibrose miocárdica (no ECG), valores crescentes da LAS40 e valores decrescentes da RMS40 (no ECG de alta resolução), tem uma excelente capacidade para distinguir os doentes com e sem rejeição (área sob a curva= 0.82; p <0.01), assumindo um ponto de corte de sensibilidade=83.3% e especificidade=60%. Conclusão: O ECG de alta resolução é uma ferramenta eficaz para distinguir os doentes com e sem rejeição. Apesar da sua utilidade estar camuflada para a Rejeição Aguda, apresenta grande valor na previsão de pelo menos um processo de rejeição tendo em conta um follow-up de 8 anos (Rejeição pm1). Julgamos ser útil a incorporação do nosso Score de Probabilidades, para o estudo dos doentes transplantados ao coração na prática clínica diária.
Resumo:
Introdução: Nas últimas décadas o cancro e as doenças cardiovasculares têm constituído as principais causas de mortalidade e morbilidade. Com os avanços recentes no tratamento do cancro foi possível aumentar a taxa de sobrevivência. Porém, o aparecimento de doenças cardiovasculares nesta população também é maior devido ao efeito da quimioterapia. O Doxorrubicina (DOX) é um antineoplásico que atua especificamente ao nível das mitocôndrias cardíacas com a consequente produção de espécies reativas de oxigénio (ERO). O seu uso está frequentemente associado à ocorrência de cardiotoxicidade. As evidências disponíveis mostram que o beneficio da (DOX) é maior quando é co-administrado um protetor cardíaco. O carvedilol (CV) é um b-bloqueante não seletivo que, para além das suas propriedades neuro, vasculo e cardioprotetoras, é também um excelente antioxidante. Objetivo: Combinar os resultados de melhor evidência científica de forma a avaliar os efeitos da cardiotoxicidade em doentes neoplásicos, causada pela indução da DOX e determinar a influência do CV na proteção cardíaca deste grupo de doentes. Métodos: A pesquisa realizou-se nas bases de dados eletrónicas da PubMed, B-On e CENTRAL e de forma manual, incluindo ensaios clínicos controlados randomizados até novembro de 2013. Analisou-se a mortalidade total, cardiovascular, as alterações na linha de base da FEVE, FS, a relação E/A e outros valores ecocardiográficos avaliados. Resultados: Foram incluídos 5 estudos que envolveram 336 pacientes: 157 pacientes do grupo de controlo de DOX e 179 do grupo de intervenção com o CV. O grupo de controlo com DOX apresenta maior risco de mortalidade total e cardiovascular, comparativamente com o grupo de intervenção em CV (RR = 0,317; IC 95% (0,121 - 0,831), p = 0,019). Obteve-se desta forma um valor de SMD de 0,1619 (SE=0,791). Pela análise do intervalo de confiança de 95% (0,0615-3,176) e do valor do teste t de Student (t=2,046) verificou-se que existem diferenças significativas nos valores da fração de ejeção em ambos os grupos, sendo este um resultado estatisticamente significativo já que p<0,05 (p=0,042). Relativamente à fração de encurtamento, verificou-se que não existem diferenças estatisticamente significativas em relação a cada grupo (t=0,700; p=0,485). Quanto à relação E/A, obteve-se um SMD = 0,0350 (SE = 0,152), a que corresponde o intervalo de confiança de 95%, (0,264 a 0,334). As diferenças encontradas nos grupos não são estatisticamente significativas já que o valor obtido (t=0,230; p=0,818) é superior a 0,05. Conclusão: Os pacientes do grupo de controlo de DOX apresentaram a maior probabilidade de morte por todas as causas, comparativamente com os pacientes do grupo de intervenção com CV. Contudo, o benefício do CV foi significativamente maior em relação aos valores ecocardiográficos avaliados, como FEVE, FS e relação E/A.