2 resultados para TGT-sapphire

em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal


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Introdução: A pseudotrombocitopenia dependente de EDTA (EDTA-PTCP) consiste numa falsa diminuição na contagem de plaquetas (PLT), em amostras de sangue colhidas em EDTA, devido a aglutinação plaquetar. Estudos publicados referem que a aglutinação plaquetar na presença de EDTA se pode evitar e dissociar com a adição de um aminoglicosídeo. Objectivos: 1) avaliar a eficácia do aminoglicosídeo gentamicina (Gent) na dissociação de aglutinados plaquetares em amostras de sangue total colhidas em EDTA; 2) verificar se existe alterações nos outros parâmetros hematológicos e na morfologia do sangue periférico, após adição de Gent; 3) detetar o envolvimento das frações GPllb ou GPllIa do complexo GPllb/llIa no mecanismo de formação dos aglutinados plaquetares induzidos pelo EDTA. Material e Métodos: 145 amostras de sangue periférico em EDTA-K3 e com trombocitopenia, processadas no CELL-DYN Sapphire TM. De acordo com padrão gráfico característico em Mono-Poly I, amostras reprocessadas após adição de 20 μL de Gent, com a mesma metodologia. Esfregaços de sangue periférico (ESP) corados por May-Grünwald-Giemsa. 13 amostras processadas com contagem imunológica de PLT (CD61), antes e após Gent. Comparação dos valores dos diferentes parâmetros antes e após adição de Gent: Teste T- student emparelhado, significado estatístico: p<0,05. Resultados: 138 amostras com diferença estatisticamente significativa na contagem de PLT antes e após Gent, com desaparecimento do padrão inicial em Mono-Poly I: 97 EDTA-PTCP (p<0,0001) e 41 trombocitopenias reais (p<0,0001). Sete amostras sem aumento na contagem de PLT (P=0,15) com Gent, nem alteração em Mono-Poly I, sugerindo presença de microcoágulos, confirmados em ESP. Principais parâmetros hematológicos sem diferenças significativas (p>0,05), após adição de Gent, com exceção do VPM (P<0,0001) e Ptc (p<0,0001). Morfologia do sangue periférico sem alterações. As treze amostras processadas com CD61 antes de Gent tinham um número de PLT superior ao obtido na contagem ótica antes de Gent. Conclusões: A adição de Gent às amostras em EDTA induz uma rápida dissociação dos aglutinados, sem causar alterações morfológicas nem dos principais parâmetros hematológicos. Apenas a GPllb parece estar envolvida no mecanismo de formação dos aglutinados plaquetares. O uso de Gent revelou-se muito útil, rápido e com baixo custo nas EDTA-PTCP, permitindo rentabilizar a tecnologia existente, com grande benefício para o doente.

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Introdução: As células F(CF) são eritrócitos contendo hemoglobina (Hb) F e outros tipos de hemoglobina. São encontradas em indivíduos de todas as idades, ao contrário dos eritrócitos fetais, só encontrados em fetos e recém-nascidos. Nestes eritrócitos fetais, a Hb F é o tipo dominante de Hb. Estudos publicados indicam que a gravidez pode levar a um aumento progressivo de células com Hb F no sangue materno, devido à presença de CF e/ou de células fetais, estas últimas frequentemente associadas a hemorragia feto–materna (HFM). Objetivo: (1) Determinação da percentagem (%) de células com Hb F em sangue materno, usando um anticorpo Anti-Hb F num analisador hematológico. (2) Quantificação de CF e/ou células fetais na gravidez e pós o parto. (3) Elaboração de algoritmo para a triagem de HFM. Material e Métodos: Estudadas 168 amostras de sangue materno: 29 no 1º trimestre da gravidez (1ºT); 43 no segundo (2º T); 82 no terceiro (3ºT), 14 pós-parto (PP) (amostras entre dia 0 e dia 7, após parto); 32 controlos negativos (Ctl N) com homens adultos saudáveis e 30 controlos positivos (Ctl P), obtidos por mistura de sangue do cordão com sangue do adulto, AB0 compatíveis. Amostras processadas no analisador hematológico Cell-Dyn Sapphire tm, em modo RBC Flow, após ajuste de parâmetros IAS, FL1 e FL3, utilizando um reagente com iodeto de propídio e 2,5 uL de anticorpo monoclonal anti-Hb F FITC. Imagens analisadas pelo software FCS Express V3. Análise estatística com Kruskal-Wallis e teste t-Student (significância estatística p <0,05). Cut-off para HFM obtido pelo valor mínimo, em %, em que se detetam células fetais na amostra Ctl P. Resultados: foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na % células com Hb F (P<0,0001) nos grupos estudados. % CF aumenta com a gravidez:1ºT vs Ctl N - p <0,0217 e também durante a gravidez 1ºT Vs 3ºT – P=0,0007. Mesmo depois do PP a % CF está aumentada Ctl N vs PP: - p<0,0001. Valores médios de % CF residuais em adultos saudáveis: 0,53. Maioria das amostras nos diferentes grupos estudados apresenta % CF acima do valor residual (>0,53%): 66% no grupo 1ºT, 83 % no 2º T e 91% no 3º T. Valor cut-off para suspeita de HFM de 1,70% de células com Hb F. Teste preciso (CV+- 4%) para baixas % de células com Hb F. Discussão/Conclusão: Há um aumento células com Hb F durante a gravidez e esse aumento permanece no período PP. Em duas amostras do 3ºT obteve-se % células com Hb F elevada, superior ao cut-off (≥1,70%), sendo detetada uma população de prováveis células fetais. A presença células fetais nestas amostras foi confirmada por citometria de fluxo com Anti-Hb F/ Anti-CA, com subsequente diagnóstico de HFM. Esta metodologia é simples, rápida e não dispendiosa, quando aplicada a um analisador hematológico, representa uma mais-valia no rastreio da HFM. No futuro, pode integrar o protocolo de análises de rotina das grávidas, permitindo detetar as HFM silenciosas, que são a origem de muitas anemias de causa desconhecida em recém-nascidos.