2 resultados para Rádio cognitivo
em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
Pretendemos, com este estudo, analisar o modo como a escolarização das crianças de etnia cigana e o seu desenvolvimento cognitivo são afetados, entre outros, pelo desfavorecimento sociocultural de que são alvo, justificar a resistência destes alunos a todo o tipo de aprendizagens formais e apurar acerca das representações sociais que envolvem estas comunidades. A escolarização desta minoria, cuja dificuldade é diretamente proporcional ao grau de etnicidade do grupo em estudo, tem vindo a gerar uma crescente preocupação por parte dos vários governos, do que resultou, recentemente, um pedido dos Estados-Membros, à União Europeia, para que elaborasse um Plano Estratégico de Integração das Comunidades Ciganas, onde a Educação é um dos eixos de intervenção. Sendo o professor um elemento primordial no processo de ensino-aprendizagem, cabe-lhe a ele e à instituição onde presta funções, enquanto responsáveis por garantir um ensino de equidade e qualidade, aberto à multi e à interculturalidade, recorrer às práticas pedagógicas e às medidas mais adequadas com vista à estimulação das capacidades cognitivas destes alunos e à efetiva inclusão da diversidade na comunidade escolar. Dos resultados obtidos, as representações da classe docente, face a esta franja social, estão ainda muito marcadas pelo preconceito, pelo estereótipo e pela segregação, embora as responsabilidades sejam bilaterais. Como acontece com qualquer aluno, para que se atinja sucesso na escolarização, torna-se premente uma maior sensibilização das famílias para a utilidade das aprendizagens e uma consequente coresponsabilização pelo percurso dos seus educandos. Surge ainda a questão da legitimidade de avaliar o perfil cognitivo destes alunos, tão específicos do ponto de vista da sua identidade histórica e cultural, pelos mesmos parâmetros dos alunos da sociedade maioritária. Paralelamente, extra escola, há todo um trabalho de concertação ao nível da integração social desta minoria que, quando bem conseguido, se refletirá em termos educativos mas que exige a articulação e o esforço conjunto de várias instâncias, nem sempre dispostas a investir nestas comunidades.
Resumo:
Introdução: O Défice Cognitivo Ligeiro (DCL) é compreendido como uma fase transitória entre o envelhecimento normal e a demência. Neste contexto, torna-se importante a intervenção precoce, de forma sistemática com, o objetivo de potenciar a autonomia funcional e cognitiva da pessoa. Atendendo ao crescente número de casos de DCL, considera-se da maior importância potenciar o conhecimento e capacidade do familiar cuidador na parceria para potenciar a efetividade destas intervenções precoces, nomeadamente das técnicas de EC no contexto domiciliário. Assim surge este estudo, com o objetivo de avaliar a existência de programas de intervenção na cognição, para aplicação pelos familiares cuidadores de pessoas com DCL no contexto domiciliário. Material e métodos: Para a realização deste estudo foi utilizada o método de Revisão Integrativa da Literatura, que visa a síntese dos resultados de investigação sobre um delimitado tema ou questão de partida, de forma sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do tema investigado. Foi associada ainda a técnica de análise de conteúdo com o objetivo de organizar em categorias, a informação extraída dos documentos em análise, de forma a possibilitar uma comparação, interpretação e inferência dos resultados obtidos. Resultados e discussão: Dos artigos analisados oito eram estudos experimentais e três eram revisões sistemáticas da literatura. Face ao tipo de intervenção 50% optaram por intervenções individuais sendo que 63,6% utilizaram o treino de memória. Quanto a resultados obtidos 55,6% apresentaram melhoria cognitiva. Quanto ao envolvimento do familiar cuidador, apenas dois estudos que o integravam como elemento responsável pela implementação da intervenção cognitiva no domicílio e não apresentam resultados dado ainda estarem em desenvolvimento. Dos restantes estudos 50% utilizam a presença do familiar cuidador como suporte ao participante sendo que, relativa à intervenção direta ao cuidador familiar, 25% refere a psicoeducação sobre a doença e estratégias. Conclusões: Os resultados obtidos salientam o efeito positivo de programas de intervenção na cognição e vêm reforçar a escassez de programas de aplicação por familiares cuidadores de pessoas com DCL, sendo a sua integração em estudos associado a duas vertentes, como destinatários de psicoeducação, ou como fontes de suporte aos participantes.