8 resultados para RÉGIO, JOSÉ

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Rosa Maria e Rosa Brava são duas personagens femininas distintas de Histórias de Mulheres. da autoria de José Régio. Só o facto de ambas terem o mesmo nome próprio – Rosa – aponta para a circunstância de o leitor se ver obrigado a distingui-las, a reconhecê-las “a partir de dentro”, independentemente das categorias - espaço, tempo, personagem, acção, narrador – que as rodeiam. Régio constrói, assim, duas personagens com o mesmo nome, acionando no leitor a ânsia de as conhecer tão profundamente (ou a tentá-lo…) e contribuindo para o facto de “O texto de José Régio ser habitado por toda uma teoria de heróis devorados pela necessidade de verem e fazerem ver. (…) de serem frequentemente personagens complicados e minados por uma lucidez corrosiva [Sublinhado nosso]”, conforme o refere Eugénio Lisboa (Lisboa: 1978: 74-75).

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Histórias de Mulheres é uma colectânea de novela e contos da autoria de José Régio. Nesta obra, conforme o próprio título o sugere, vinga um universo ficcional dominado pela personagem feminina. Esta — além do reflexo histórico da mulher portuguesa dos anos 30/40 do século XX — faz-se representar numa vasta e magnificente galeria de Seres ficcionais, exímia e peculiarmente construídos por este autor. Embora ricas e várias, as personagens femininas de Histórias de Mulheres distribuem-se por dois grupos que, por sua vez, se reportam à díade temática regiana da individualidade e da coletividade. Deste modo, alguns destes Seres ficcionais — as “monstruosidades” regianas — são perspectivados numa conduta individual, peculiar, isolada, mas (e por isso) magnífica e excecional que contraria o estereótipo de outras que, visadas num coletivo social frugal, oco e vazio, são dominadas pela aparência e se consubstanciam num mundanismo inconsequente.

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"Três Máscaras” é uma peça de teatro da autoria de José Régio. Nesta, conforme o próprio título o sugere, sobressaem três personagens que sustentam disfarces num baile de máscaras. Na verdade, estas estão mascaradas das emblemáticas personagens Columbina, Pierrot e Mefistófeles que  à semelhança do que sucedia nas encenações da Commedia dell’arte em que se visava uma criação coletiva sujeita à inspiração do momento  fantasiam um diálogo e uma ação norteados pelo simbolismo do respetivo disfarce. Entretanto, fruto da vivência ficcional que se vive naquele momento e do improviso sujeito ao imprevisto, aciona-se, nestas personagens, um processo de catarse. De facto, ao representarem as características individuais dos disfarces que envergam, deixam simultaneamente transparecer e expandir as suas autênticas personalidades. Nesta peça de teatro, as três máscaras denunciam, assim, uma temática regiana incontornável: a do disfarce que denuncia e expõe a identidade, ao invés de a camuflar.

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Três Máscaras, um texto dramático da autoria de José Régio, insere-se na tradição realista do teatro social de atualidade da época, todavia denuncia já alguns traços do expressionismo. Com efeito, nesta fantasia dramática, duas personagens, Columbina e Pierrot, assinalam, numa fase embrionária, alguns lineamentos indicativos da principal temática do teatro expressionista, na medida em que ― sonhadores, tristes, sofredores e humilhados nas e pelas respetivas posições socioeconómicas específicas ― manifestam interesse no alcance da individualidade e do carácter do homem livre orgulhosamente associal. Acusam, assim, um certo antagonismo perante a generalidade social padronizadora, visando assinalar uma ética individual.

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Visando a literatura de José Régio, Eugénio Lisboa refere que todo o seu texto é “habitado por toda uma teoria de heróis devorados pela necessidade de verem e fazerem ver. Mas são frequentemente personagens complicados e minados por uma lucidez corrosiva” (Lisboa, 2001: 74-75). No conto “Os Alicerces da Realidade” da autoria do célebre escritor do séc. XX, é-nos apresentado um protagonista desenhado com linhas intricadamente complexas e com traços de loucura, resultantes da corrosão do ser profundamente lúcido. De facto, na diegese de “Os Alicerces da Realidade”, Silvestre, a personagem principal, representa um funcionário público aposentado aparentemente vulgar que, no decurso de uma vida pacata, gradualmente sofre episódios de alucinação. Esta personagem masculina acaba por atribuir a tais delírios uma lógica possível − para ele a única − real e exequível: a de que estaria a vivenciar um sonho. Adota, então, indiferente à sociedade circundante − caracterizada como falsa, mordaz, pseudo-intelectual, repressora inquestionável − atitudes rebeldes, de alienação e de destempero que acabam por prognosticar nada mais do que a factualidade de um distúrbio de carácter psiquiátrico. Com efeito, esta personagem repudia a sanidade mental, assumindo clara e obsessivamente a demência. Na verdade, resignado passivamente ao despertar do sonho, acomoda-se na alienação, como fuga à realidade enfadonha e dissimulada. Assim, em diversos episódios, entrando num jogo perturbador, porém viciante, o protagonista experimenta diferentes “máscaras”: vários provocadores e rebeldes − por isso, tão convidativos − “oníricos” Eus, que se opõem a um Eu real monótono e passivo. Na verdade, este último representa nada mais do que o Eu social, subjugado aos preceitos de uma sociedade impassível, zeladora daqueles que considera ser os bons hábitos e costumes e, por isso, norteadora de determinados padrões comportamentais coletivos e punidora daqueles que os não cumprem. Com esta comunicação, visamos analisar, não só o vasto e complexo plano onírico que constrói os alicerces da realidade deste herói regiano, como − e principalmente − o tema da máscara e do disfarce, na medida em que Silvestre, furtando-se da realidade que o rodeia, é dominado pela frustração mental que consequentemente o leva até à loucura e à auto-construção de vários Eus. De facto, visamos, assim, enquadrar a temática da “máscara regiana” que nítida e inequivocamente se evidencia neste conto, pois que o seu protagonista visa a adoção de uma máscara de “sobrevivência” − um outro Eu −, para assim contrariar uma sociedade camuflada e estranguladora da sinceridade, da independência e da individualidade genuína, obreira do singular, único e genuíno Eu.

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O Príncipe com Orelhas de Burro representa uma narrativa para adultos, da autoria de José Régio. Com efeito, embora o respetivo título sugira o facto de estarmos perante uma narrativa infantil, outros traços notórios que se pretendem explorar neste artigo, contrariam tal sugestão.

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Conhecido na Arte da Literatura (na qual se engloba a poesia, a dramaturgia, a narrativa ficcional, a crítica e os ensaios), José Régio prosperou também na Arte Popular e Religiosa, através do colecionismo, e na Arte Plástica, através da realização de desenhos. Os seus irmãos, tal como o próprio autor, desenvolveram gostos artísticos curiosamente comuns: Júlio, Apolinário e João Maria, na pintura e no desenho; Saúl Dias (pseudónimo de Júlio, o pintor) e João Maria, na poesia. José Régio, em Confissão de um Homem Religioso, relatou, mesmo, essa comunhão fraternal, essa afeição similar no cultivo do talento por parte dos (e entre os) irmãos.

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Na narrativa ficcional de José Régio assinala-se a existência de três personagens com o mister de autores literários. Estas são contempladas com designadores nominais que, no âmbito da referencialização identificativa, se reportam exclusivamente às categorias dos nomes próprios, na forma de prenome simples associado a um apelido. Por sua vez, tais designadores nominais enquadram-se em três categorias no âmbito da autoria literária: a da ortonímia, a do nome literário e a da pseudonímia. Neste enquadramento, focar-se-á uma personagem que, embora incluída na ficção, representa um Ser real referencializado com o nome próprio civil, na verdade, um célebre ortónimo no âmbito da literatura portuguesa: Fernando Pessoa. No que respeita às outras duas personagens, puramente ficcionais, patenteamos dois percursos distintos no âmbito da referencialização da sua autoria literária. De facto, uma cunha a sua obra com um nome literário que nada mais é do que o respetivo nome próprio civil intencional e esteticamente reduzido; outra, no seu ofício de autor, adota um nome próprio falso: um pseudónimo.