1 resultado para Modulação de largura de impulso
em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
INTRODUO: Tem vindo a aumentar a evidncia que suporta a relao direta entre a prtica de atividade fsica e a ausncia de doena, nomeadamente no que concerne prtica de caminhadas (ACSM's, 2009). No entanto, existem alguns fatores que podem pr em causa essa relao direta tornando, por exemplo, uma marcha em declive, numa potencial origem de leses msculo-esquelticas (Bohne & Abendroth-Smith, 2007; Schwameder, et al., 1999). Aos poucos, e apesar da pouca evidncia existente, a utilizao de bastes de caminhada comea a ser vista como uma estratgia para minimizar a sobrecarga articular subjacente, podendo ser vista como um novo instrumento de reabilitao e de melhoria da funo/participao dos utilizadores, com o objetivo de alcanar vantagens biomecnicas e fisiolgicas (Breyer, et al., 2010; Figard- Fabre, et al., 2010; Fritz, B., et al., 2011; Hartvigsen, et al., 2010; Kukkonen-Harjula, et al., 2007; Mannerkorpi, et al., 2010; Morso, et al., 2006; Oakley, et al., 2008; Sprod, et al., 2005; Wendlova, 2008). OBJETIVO: O presente estudo tem como principal objetivo analisar o comportamento motor de sujeitos do sexo masculino com experincia na utilizao de bastes de caminhada relativamente a aspetos cinemticos, cinticos e de atividade mioeltrica desenvolvidos durante a marcha em declive com e sem bastes, e desta forma poder perceber se existem benefcios na utilizao deste auxiliar e identific-los. METODOLOGIA: foram selecionados treze sujeitos do sexo masculino (idade: 378anos; peso: 7512Kg; altura: 1778cm) que utilizam bastes de caminhada, com alguma regularidade (frequncia de prtica mdia: 1824horas/ms), h pelo menos um ano. Foi realizada a anlise cinemtica (membro inferior e tronco), cintica (componente vertical e antero-posterior) e eletromiogrfica (dos msculos vasto lateral, gastrocnmio medial e lateral, tibial anterior, eretores da espinha e tricpite braquial lateral) da marcha em descida, com e sem bastes de caminhada, num plano inclinado com 15 de declive. Para isso foi construda uma rampa em madeira com 1,07m de altura, 1,22m de largura e 4,17m de comprimento. RESULTADOS: a utilizao dos bastes de caminhada levou diminuio da flexo plantar do tornozelo aquando do apoio final e da pr-oscilao; ao aumento da flexo do joelho na resposta carga, no apoio final, na pr-oscilao e diminuio da flexo do mesmo no apoio mdio; ao aumento da flexo da anca no contato inicial e na resposta carga. Da leitura dos resultados cinticos, podemos observar que a utilizao dos bastes de caminhada levou ao aumento mdio do Tempo de Apoio, do Mximo Ativo, do Tempo de Desacelerao e do Impulso, e a uma diminuio mdia estatisticamente significativa do Mximo Passivo do Mnimo Passivo. tambm possvel verificar que a utilizao dos bastes levou diminuio da ativao mioeltrica do gastrocnmio lateral, do vasto lateral e do tibial anterior e ao aumento da ativao do tricpite braquial durante o perodo de pr-ativao de 120ms, diminuio da ativao mioeltrica do gastrocnmio lateral e do tibial anterior e ao aumento da ativao do tricpite braquial durante a fase de apoio e durante o perodo de acomodao mioeltrica de 60ms, assim como diminuio da ativao mioeltrica do gastrocnmio lateral e do tibial anterior e ao aumento da ativao do tricpite braquial e do eretor da espinha direito durante o tempo de travagem. CONCLUSES: os bastes de caminhada podem ser vistos como mais uma das ferramentas disposio do fisioterapeuta em situaes em que a reduo de cargas articulares seja necessria, por exemplo em casos de OA do joelho e/ou anca, ou mesmo em situaes de ps-leso ou ps-operatrio ligamentar, como sendo um mtodo preventivo, uma vez que apesar dos bastes de caminhada trazerem um aumento do dispndio energtico por parte de cada utilizador, so de todo benficos na reduo da fadiga muscular dos membros inferiores durante uma descida, aumentando por isso a proteo das estruturas passivas. Estes benefcios dever-se-o tambm s alteraes posturais que se conseguem obter pela utilizao dos bastes e s vantagens mecnicas por elas criadas.
