2 resultados para Grupo dos Onze
em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
Este relatório final teve por base o trabalho desenvolvido ao longo do estágio da unidade curricular: Prática de Ensino Supervisionada (PES), realizado com um grupo de onze crianças em valência de creche, numa instituição privada de solidariedade social (IPSS), tendo como finalidade a consecução do grau de mestre em educação pré-escolar. Teve como objetivo entender as atividades do dia-a-dia das crianças, com idades compreendidas entre os 12 e os 24 meses, que são promotoras do desenvolvimento de competências matemáticas e também a importância que os educadores lhes atribuem. De forma a obter estes dados, foi necessário recorrer a uma abordagem qualitativa e interpretativa, que permitiu uma visão mais abrangente das respostas obtidas. Valorizou-se o processo de obtenção de dados, investindo tanto nas opiniões dos educadores a quem se aplicou o estudo, como nos registos efetuados com as crianças observadas e respetivos documentos institucionais que nos permitiram um conhecimento mais lato do grupo de crianças e do contexto pedagógico em que estavam inseridas. A análise de dados evidenciou que os educadores recorrem a um determinado conjunto de atividades para promover a aquisição desses conteúdos, e que uma parte dessas atividades recorre ao uso de materiais pedagógicos em vez das situações pertencentes ao quotidiano da criança. Revelou também uma certa disparidade na escolha das atividades por parte dos educadores: uns selecionaram todas as atividades como promotoras e outros apenas duas atividades. A consciencialização da importância de utilizar as atividades do quotidiano da criança como promotoras do seu próprio desenvolvimento, uma vez que esta aprende fazendo e através das suas vivências, é o cerne deste estudo.
Resumo:
Apesar de Portugal sempre ter sido um país de emigrantes, atualmente este fenómeno atingiu dimensões nunca antes observadas, apresentando também características diferentes dos ciclos anteriores. Motivada por vários fatores, assiste-se a uma saída em massa de pessoas altamente qualificadas, nomeadamente os enfermeiros. O Reino Unido surge como o país de destino mais escolhido por este grupo profissional e, dados do Observatório de Emigração, revelam que, só em 2014, estavam inscritos no Nursing and Midwifery Council (NMC), o congénere da Ordem dos Enfermeiros no Reino Unido, 3.155 enfermeiros portugueses. Estes profissionais, na sua maioria, estão a vivenciar uma experiência inédita, a emigração, com consequentes alterações variadas e complexas nas suas vidas e que podem gerar instabilidade e vulnerabilidade. O presente estudo qualitativo, do tipo exploratório e descritivo, de cariz transversal, teve como objetivos: conhecer este grupo de enfermeiros portugueses, compreender o motivo que os leva a emigrar, compreender como estão a responder a este processo de transição, quais os fatores que facilitam e dificultam esse processo, que estratégias adotam para gerir as situações adversas e quais as implicações desta vivência no seu autocuidado, saúde e bem-estar. Este estudo assume particular relevância, na medida em que poderá representar um contributo a longo prazo, com vista à implementação de estratégias que se traduzam numa ajuda efetiva a estas pessoas, favorecendo a sua saúde e o seu bem-estar. Recorreu-se à entrevista semiestruturada, procurando auscultar, à luz da Teoria das Transições de Meleis, um grupo de onze enfermeiros que se encontrava emigrado no Reino Unido. Tratou-se de uma amostra jovem, maioritariamente do sexo feminino, solteiros e sem filhos, e com pouca experiência profissional. Os resultados apurados permitem-nos afirmar que a transição é gradual e morosa, ocorrendo em simultâneo com outras transições, do tipo situacional e desenvolvimental. Apenas um dos indivíduos alvo do estudo mostrou encontrar-se na fase final do processo, ou seja, na fase de mestria, que pressupõe o domínio da situação e o alcançar do equilíbrio e bem-estar. Os restantes encontravam-se ainda a vivenciar a transição migração. Os principais motivos que levaram este grupo de enfermeiros portugueses a emigrar foi o desemprego e a impossibilidade de progredir na carreira em Portugal, assim como a busca por melhores condições de vida. O conhecimento da língua inglesa e do país de destino, a estabilidade a nível de emprego, a melhoria da condição económica e o apoio por parte dos enfermeiros portugueses já presentes no Reino Unido, revelaram-se fatores fundamentais para uma transição saudável. Pelo contrário, o afastamento da família, as diferenças na prática da Enfermagem, e o facto de terem sido alvo de comportamentos considerados discriminatórios, por parte dos ingleses, desempenharam um papel dificultador no processo.