2 resultados para Escolas - Avaliação
em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
A escola é uma organização complexa e a avaliação é uma construção social e cultural. Nesse sentido, considerámos o tema da avaliação da organização escolar um desafio pessoal, neste trabalho de investigação. Por um lado, faz parte da agenda política da escola, por outro, ao desenvolvermos trabalho nesta área, enquadrado na nossa prática profissional, quisemos aprofundar esta temática, investigando as práticas de avaliação organizacional de um Agrupamento de Escolas na Região de Lisboa. As organizações escolares, ao longo de décadas, pareciam imunes aos esforços de mudança instituídos pelo poder central. A obrigatoriedade de avaliar uma organização escolar contribui para mobilizar a capacidade interna de mudança, uma vez que a avaliação se torna um dispositivo essencial para aprender e promover o desenvolvimento organizacional. Numa escola aprendente surgem novos papéis e padrões de relações entre professores, são reorganizados os contextos de trabalho, as estruturas organizativas e os modos de pensar e realizar o ensino. Para este estudo, intitulado como “os contributos da avaliação organizacional na melhoria da escola”, foi utilizada uma metodologia que se insere numa perspetiva qualitativa, e os dados foram recolhidos através de observações participantes, entrevistas semiestruturadas, notas de campo e análise de documentos. Os resultados do estudo revelaram que, no Agrupamento de Escolas estudado, foi consolidada a cultura de autorregulação e melhoria, verificou-se a sustentabilidade da ação e do progresso, existe a autorregulação efetiva da ação e o Plano de Melhorias assumiu-se como um dos seus documentos estratégicos. A resistência à mudança, a fraca participação da comunidade educativa no processo de avaliação interna, a pouca autonomia dos gestores intermédios e a centralização das decisões na pessoa do diretor dificultou a aprendizagem organizacional. Do estudo realizado, é possível concluir que enquanto a escola continuar fechada sobre si própria, os professores assumirem o perfil do funcionário que olha para a sua tarefa como uma rotina e o processo de avaliação for encarado como uma forma de prestação de contas, dificilmente se promoverá a melhoria do funcionamento da organização, das práticas profissionais e dos resultados escolares.
Música no 1º ciclo na Região Autónoma da Madeira : coceção, implementação e avaliação do ESCOL'Artes
Resumo:
Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia, criada em 1980, a partir de um projeto de implementação da expressão musical e dramática no 1.º ciclo do Ensino Básico, é uma dependência da Secretaria Regional de Educação da Região Autónoma da Madeira, doravante denominada RAM, com 35 anos de trabalho no processo de introdução das artes no ensino geral. Com a sedimentação deste projeto, cedo se percebeu a necessidade de partilhar com o público e com a comunidade escolar as práticas letivas dos alunos finalistas do 1º ciclo, através de um espetáculo que é, hoje, intitulado ESCOL’Artes. O ESCOL’Artes é um espetáculo que congrega cerca de 500 crianças das várias escolas da RAM numa verdadeira simbiose das várias modalidades artísticas, a saber, Expressão Dramática, Canto Coral, Instrumental Orff, Dança e Cordofones Madeirenses. Com este trabalho de investigação-ação, procuramos evidenciar a importância deste projeto na formação artística das crianças do 1º ciclo da RAM, destacando o ESCOL’Artes como o culminar das aprendizagens realizadas ao longo do 1º CEB. Deste modo, o contexto metodológico da investigação-ação centrou-se na implementação da 3ª parte do espetáculo ESCOL’Artes “Nos trilhos da Luz”, desenvolvido com os alunos das escolas EB1/PE da Ponta do Pargo, EB1/PE Vasco da Gama Rodrigues e EB123/PE Professor Francisco Manuel Santana Barreto, no concelho da Calheta. Para fundamentar este projeto, numa primeira parte procedeu-se a uma revisão bibliográfica direcionada de forma a contextualizar / fundamentar o ensino da música a nível histórico, nacional e regional, e numa segunda parte tratou-se da conceção, implementação e avaliação do ESCOL’Artes, numa aplicação prática no funcionamento das aulas curriculares de Expressão Musical e Dramática.