5 resultados para Antônio Gonçalves Dias
em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
A homeopatia é uma medicina diferente da medicina tradicional, em crescente expansão pelo mundo e fundamentada por três princípios básicos defendidos por Samuel Hahnemann. A homeopatia possui diversas utilizações contudo, segundo a literatura, existe uma desconfiança em relação à sua eficácia. Os objetivos deste trabalho são, em primeiro lugar, reunir de forma organizada e objetiva todos os aspetos importantes relacionados com a homeopatia e em segundo lugar, verificar se o perfil do profissional de farmácia influencia o conhecimento da população sobre os medicamentos homeopáticos bem como estabelecer o perfil dos consumidores de medicamentos homeopáticos. Primeiramente, este trabalho consiste numa revisão que compila a diversa informação sobre homeopatia desde a sua definição, os seus princípios, evolução no mundo e introdução em Portugal, as suas utilizações, a controvérsia e o papel do profissional de farmácia no aconselhamento destes medicamentos. Numa segunda etapa, este trabalho apresenta um estudo transversal, observacional e de coorte realizado a utentes de duas farmácias em que uma delas aconselha diariamente medicamentos homeopáticos ao contrário da outra. Foi aplicado um questionário com perguntas de cariz sociodemográfico e perguntas que permitem avaliar o conhecimento dos utentes sobre esta medicina. Dos 364 indivíduos, 187 (51,4%) afirmam saber o que são medicamentos homeopáticos e destes, 113 (60,4%) possuem efetivamente conhecimento sobre homeopatia, contudo, apenas 129 (35,5%) afirmam já ter tomado estes medicamentos. Tanto o conhecimento como a toma destes medicamentos manifestam-se com maior percentagem de indivíduos na farmácia que aconselha. São os indivíduos mais jovens, com ensino superior, não casados, trabalhadores ativos e com profissão pertencente à área da saúde os que demonstram mais conhecimento sobre o tema. São as mulheres, os indivíduos com ensino superior, com profissão pertencente à área da saúde e com condição socioeconómica média os que demonstraram maior adesão a estes medicamentos. Além disto, este estudo permitiu concluir que o aconselhamento do profissional de farmácia pode ser decisivo no que respeita ao conhecimento e adesão dos utentes a este tipo de medicação. A caracterização do conhecimento e da adesão dos utentes de farmácia comunitária em relação aos medicamentos homeopáticos contribuiu para verificar que tipo de população se interessa por esta área e se a adesão a estes medicamentos é satisfatória de modo a incentivar as farmácias e os profissionais de farmácia a promoverem e aconselharem mais frequentemente medicamentos homeopáticos.
Resumo:
A automedicação é uma prática habitual nos dias de hoje e é influenciada por muitos fatores, tais como a educação, a família, a sociedade, o direito, a disponibilidade de medicamentos e a exposição a publicidades. A sua utilização irracional pode provocar riscos para a saúde do indivíduo. Este trabalho teve como objetivo determinar a prevalência da automedicação na freguesia de Soure, assim como avaliar os riscos e benefícios da automedicação nesta população, através da sua caracterização e da sua motivação para a praticar. Permitiu também analisar a atitude da população perante uma situação de doença ligeira. Trata-se de um estudo descritivo, correlacional e transversal, realizado a 295 indivíduos, através de um questionário aplicado entre o período de setembro e dezembro de 2013. Os dados foram sujeitos a tratamento estatístico através do programa SPSS 21.0 (Statistical Package for Social Sciences). A prevalência da automedicação encontrada foi de 56,3%. Destes, 60,2% refere a prática da automedicação quando considera que se trata de uma doença sem gravidade aparente, outras razões mencionadas para a prática da automedicação foram a não gravidade da doença, a experiência anteriormente adquirida e a falta de tempo. A farmácia foi o local mais mencionado para a aquisição dos medicamentos para a automedicação, com uma percentagem de 73,5%. Os grupos farmacoterapêuticos mais amplamente utilizados na automedicação foram os analgésicos e antipiréticos (82,9%), seguido dos anti-inflamatórios não esteroides (48,9%). As patologias mais mencionadas para a prática da automedicação foram as gripes e constipações (72,9%) e as cefaleias (38,6%). As mulheres recorreram com maior frequência à automedicação, não havendo contudo uma diferença estatisticamente significativa. A prevalência de automedicação foi maior entre os 18 e os 64 anos com 22,8%, por sua vez os idosos recorrem mais ao centro de saúde e hospital aquando de uma situação de doença ligeira. Os indivíduos com maiores habilitações literárias apresentaram maior prevalência da automedicação com 28,3%. Rendimentos intermédios apresentam maior percentagem de inquiridos a referir a toma de medicamentos por iniciativa própria. Relativamente à situação profissional, não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas. Os indivíduos com nível socioeconómico médio recorrem com maior frequência à farmácia assim como à automedicação, enquanto que os indivíduos com nível socioeconómico baixo recorrem com maior frequência ao centro de saúde. Os indivíduos não casados recorrem com maior frequência ao hospital e à toma de medicamentos por iniciativa própria, perante uma situação de doença ligeira. É importante que os indivíduos percebam os benefícios mas também os riscos da automedicação. Através da realização deste trabalho foi possível verificar que a prevalência de automedicação se encontra elevada e que existe ainda muita falta de informação. O profissional de farmácia tem um papel essencial na informação e no aconselhamento ao utente, promovendo desta forma uma prática mais responsável.
Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo descrever e implementar o seguimento farmacoterapêutico (SF), avaliando o impacto deste serviço num grupo de idosos. Numa primeira fase da investigação realizou-se uma revisão bibliográfica sobre SF e alguns dos conceitos relacionados, tais como problemas relacionados com o medicamento (PRM), resultados negativos da medicação (RNM) e intervenção farmacêutica (IF). Numa segunda fase teve-se como objetivo realizar SF em idosos institucionalizados e assim perceber quais as patologias predominantes, saber quais as tendências de consumo de fármacos e identificar e resolver RNM. O SF é uma área dos cuidados farmacêuticos em que um profissional de farmácia se responsabiliza pelas necessidades do doente relacionadas com o medicamento. Esta prática foca-se na deteção de PRM e na prevenção e resolução de resultados negativos associados à medicação. O SF visa alcançar melhores resultados para um determinado doente otimizando a terapêutica medicamentosa, uma vez que permite que este seja acompanhado e monitorizado com frequência. O profissional que acompanha o doente responsabiliza-se pelo seu regime farmacoterapêutico com o objetivo de melhorar os seus resultados clínicos o otimizar a utilização dos fármacos. O SF devia ser considerado parte integrante do sistema de saúde, uma vez que permite identificar, evitar e tratar PRM e RNM que podem comprometer a saúde e o bem-estar do doente. De forma a alcançar os objetivos, o profissional que realiza o SF deve realizar um plano de cuidados farmacêuticos com um conjunto de intervenções. O resultado das intervenções deve ser monitorizado e avaliado. O idoso é por excelência um candidato ao SF, uma vez que para além das alterações fisiológicas, sofre de múltiplas patologias e é polimedicado. Nesta investigação foram incluídos 38 idosos institucionalizados, 55% do sexo feminino e 45% do sexo masculino. Nesta amostra foram identificadas 212 patologias, sendo que as predominantes são as do sistema circulatório(22%). Relativamente ao consumo de fármacos, esta população consome 273 fármacos e o maior consumo regista-se nos fármacos destinados ao sistema nervoso e representa 35% do total de fármacos. Para além das patologias que os doentes referiam como controladas foram ainda identificados 88 RNM e resolvidos 52. No decorrer do processo foram realizadas 131 intervenções farmacêuticas. Com o SF os idosos que foram acompanhados puderam beneficiar de intervenções farmacêuticas que permitiram chegar a resultados muito positivos do ponto de vista clínico humanístico e até económicos.
Resumo:
A evidente competitividade de mercado que se regista na atualidade no meio empresarial, promove o esforço por parte dos organismos do Estado em controlar os seus gastos e maximizar a eficiência dos serviços, mantendo o nível de satisfação por parte do cliente. A Contabilidade Analítica tem a capacidade de custear os produtos ou as atividades de uma organização recorrendo a métodos de custeio como sejam, o método das Secções Homogéneas ou o Activity Based Costing. A presente dissertação, seguindo a metodologia de investigação em Ciências Socias, produz um modelo de custeio dos produtos e atividades de um organismo da Marinha Portuguesa, a Direção de Abastecimento. A construção do modelo, com recurso ao método de investigação estudo de caso, requere um estudo aprofundado da entidade e dos processos que realiza. A análise realizada permitiu definir o modelo de Secções Homogéneas com custeio acessório das atividades como o mais apropriado à organização em estudo. A constituição do modelo teórico permitiu a recolha dos procedimentos necessários à sua implementação, tendo sido verificada a exequibilidade do mesmo em SIGDN, com resultados positivos. Realizou-se acessoriamente um teste em condições reais ao modelo sendo possível obter resultados do custeio dos produtos e das atividades da Direção de Abastecimento. A investigação permitiu dar resposta a todas as questões enunciadas, cumprir os objetivos propostos e solucionar a problemática evidenciada. Foi assim possível, verificar a importância dada pela Marinha ao desenvolvimento da Contabilidade Analítica, efetuar uma análise profunda da organização da Direção de Abastecimento e criar um modelo de custeio dos produtos e atividades, capaz de acrescentar valor no suporte à tomada de decisão.
Resumo:
A presente dissertação visa contribuir para a compreensão do impacto da realização da Fisioterapia na recuperação clínica do doente submetido a uma Prótese Total da Anca (PTA). Objetivos: Estimar a contribuição das características individuais e clínicas para o estado de saúde de indivíduos sujeitos a artroplastia total da anca. Materiais e métodos: Criou‐se um questionário composto pela versão portuguesa do questionário Hip Ostheoarthritis Outcomes Score (HOOS), a versão portuguesa do Medical Outcomes Score – Short Form Version 36 v2 (MOS SF‐36 v2) e por um questionário sobre as características individuais (sexo, idade, IMC, profissão, situação profissional, habilitações literárias e estado civil) e clínicas (duração artrose antes da cirurgia; anca operada; existência de artrose na anca não operada; tempo desde a cirurgia e tempo de internamento hospitalar; tratamento de fisioterapia realizado no internamento e número de sessões realizadas por semana; internamento em Unidade de Cuidados Continuados, número de semanas e número de sessões de fisioterapia realizadas por semana; tratamento de fisioterapia realizado em ambulatório, tempo entre a alta e o início do tratamento, número de semanas e número de sessões realizadas por semana). Este questionário foi aplicado a 161 doentes que haviam sido submetidos a uma PTA há mais de três e menos de seis meses. Resultados: A análise de regressão múltipla passo a passo revelou que as características estudadas explicam entre 10,9% e 16% da variância das subescalas do HOOS e explicam de 6,6% a 28,8% da variância das subescalas do SF‐36. O principal preditor do melhor estado de saúde da anca é a realização de fisioterapia no internamento. O tempo de internamento relaciona‐se de forma negativa com os resultados obtidos no HOOS e no SF – 36. Conclusões: Esta investigação revelou dados que permitem destacar a Fisioterapia no internamento como o preditor do melhor estado de saúde no indivíduo submetido a PTA. Pelo contrário, o tempo de internamento mais elevado é o preditor do pior estado de saúde. O tempo médio de internamento é mais baixo em doentes que fizeram fisioterapia no internamento hospitalar por PTA (5,6 dias vs 8,5 dias).