Notificação de incidentes e segurança do doente : perceção dos enfermeiros

Enquadramento: A segurança do doente é um problema internacional e uma prioridade das políticas de saúde de múltiplos organismos/instituições nacionais de saúde. Neste âmbito, surgem os sistemas de notificação de incidentes. Objetivo: Conhecer a perceção dos enfermeiros sobre a notificação de incidentes e sobre a segurança do doente. Métodos: Recorremos a uma triangulação metodológica constituída por um estudo quantitativo (estudo A) e outro qualitativo (estudo B). O estudo A é analítico, transversal, realizado com 182 enfermeiros. Os dados foram recolhidos por questionário, constituído por variáveis sociodemográficas e profissionais e escalas para avaliar doze dimensões da notificação e segurança do doente. O estudo B é exploratório, realizado com 18 enfermeiros, através de entrevista semiestruturada. Resultados: Para os enfermeiros todos os incidentes devem ser notificados, mas a frequência de notificação é baixa e diminui com a gravidade do dano, 65,0% não registou qualquer ocorrência no último ano e 82,3% desconhece o sistema de notificação. Os principais obstáculos à notificação são o receio de punição e os principais fatores facilitadores são os benefícios que advêm da notificação para o doente, a ausência de retaliações no trabalho, uma relação positiva com os superiores hierárquicos, o anonimato e a perceção de resultados da notificação. Aproximadamente 60,0% dos enfermeiros tem uma perceção geral da segurança do doente positiva. Conclusão: A perceção dos enfermeiros sobre a notificação de incidentes reflete desconhecimento da temática, elevado receio de punição, originando baixa frequência de notificação. A perceção sobre a segurança do doente é positiva. É necessário melhorar a cultura de segurança da organização e o conhecimento dos enfermeiros sobre o papel da notificação. Palavras-Chave: segurança do doente, notificação de incidentes, enfermeiros.

Playgrounds going wrong: study of the adult style and children's rights during recess in an early childhood and primary education center

Recent perspectives on Pedagogy for Early Childhood Education emphasize children's participation in line with the Children's Rights Convention. The study aimed to analyse how children's rights are dealt with during recess in a school (Early Childhood and Primary Education) in Portugal. The aims were: to characterize the style of the adult (teaching assistants) and the interactions that are established with the children at the playground/recess, and analyse them in terms of children's rights. The qualitative approach was based on the observation during the recess for three weeks. The Adult Style Observation Schedule for Early Childhood Education (ASOS-ECE) was used to register and code the dynamics of six teaching assistants (3 ECE and 3 PE). Critical incidents were also registered. Statistical analysis of the ASOS-ECE levels were complemented with the content analysis of the notes. The playground space was quite limited and affected children's play and well-being. The outdoor playground was never used for the Early Childhood classes, only for Primary Education students but with little supervision. Children were often deprived of playground time by decision of the teaching assistants, as punishment. The results obtained through the Adult Style Observation Schedule for Early Childhood Education (ASOS-ECE) are not satisfactory and are below what would meet the minimum quality value (3,5). For Early Childhood Education, sensibility is the most valued dimension but with very low levels (<2,5). For Primary Education it was autonomy that scored highest (<2,5). The analysis of the notes/critical incidents highlighted articles 12 (expression of own views), 13 (freedom of expression), 19 (protection against violence), 29 (development of personality) and 31 (rest and leisure, play and recreational activities) as being put into question by actions of the adults responsible for the children. Children's rights and well-being need to be put forward in the knowledge base for all adults working with children so that Pedagogy can fulfil its purpose fully.