1 resultado para crença
em Instituto Politécnico de Viseu
Resumo:
Enquadramento: Actualmente existe um elevado números de pessoas em situação de dependência, com algum tipo de incapacidade funcional ou em risco de perda de funcionalidade, que necessitam ingressar na Rede Nacional de Cuidados Continuados com o intuito de se promover uma melhoria das condições de vida e bem-estar das pessoas, através da prestação de cuidados continuados de saúde e de apoio social. Aceitando a vulnerabilidade da pessoa humana, a doença revela-se como um período de fragilidade circunstancial às condições decorrentes da sua existência. O utente/família deparam-se com a desmoralização, a ameaça, o desamparo e a perda de sentido, podendo levar o mesmo a uma profunda tristeza, desespero e sofrimento. Neste sentido e tendo em conta que a esperança influencia o bem-estar e uma vez que se encontra ligada à existência, tanto física como emocional e espiritual é fundamental percebermos até que ponto a esperança pode ajudar a pessoa a lidar com o futuro. Objetivos: Avaliar níveis de esperança nos Doentes internados em Cuidados Continuados, e identificar determinantes socio-demográficos, clínicas e psicossociais correlacionadas com essa esperança. Métodos: O estudo foi realizado,na Unidade de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia de Seia, nas unidades de internamento de Média Duração e Reabilitação e Unidade de Longa Duração e Manutenção. O questionário foi aplicado a 46 doentes, com idades compreendidas entre os 46 e os 92 anos de idade ( x =74.39 anos). Trata-se de um estudo não experimental, quantitativo, do tipo transversal, descritivo e correlacional. O instrumento de recolha de dados integrou um Questionário de caracterização sócio-demográfica e clínica, a escala da Esperança (Herth Hope Index), uma escala para a avaliação da Qualidade de Vida – Functinal Assessement of Cancer Therapy – General e o Questionário de Sono de Oviedo. Resultados: Os dados mostram que 45,7% dos participantes apresenta esperança reduzida, 39,1% esperança elevada e 15,2% esperança moderada. Constatámos ainda que apenas o “bem-estar funcional” da escala da QDV e os “fenómenos adversos” da escala do sono se correlacionam significativamente (p=0,000; p=0,035) com a esperança explicando respetivamente 55,2% e 31,1% da variância explicada. Já o género, idade, estado civil, situação profissional, escolaridade, rendimento mensal, tipologia e número de internamentos, mostraram não estar relacionados com a esperança dos nossos doentes. Conclusão: A esperança é uma crença ou virtude inerente ao Homem, que pode assumir níveis diferenciados, que acompanha o ser humano no seu processo de viver e de morrer condicionando ajustes nos momentos de crise, afectando e/ou sendo afetada pelo bem-estar e a qualidade de vida. Palavras-chave: Cuidados Continuados, Esperança, Qualidade de Vida, Doentes, Sono.