3 resultados para Produção de Conhecimento

em Instituto Politécnico de Viseu


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Ser professor é uma profissão intrinsecamente ligada ao conhecimento. Reconhecendo que a centralidade da epistemologia da prática profissional para a profissionalidade (Roldão, 2005a; Tardif, 2000) não permite escamotear debates diversos sobre a natureza do conhecimento em causa, focamos a nossa atenção menos sobre as características desse corpo de conhecimento e mais sobre o papel dos professores relativamente à sua produção. Zeichner (2008) destacou o progresso verificado no reconhecimento do potencial do conhecimento produzido por práticos para a investigação em educação, para a formação de professores e para a política educativa, lamentando que esse conhecimento seja ainda marginalizado. Com a habilitação docente situada ao nível do 2.o ciclo (mestrado), reafirmam-se leituras de reconhecimento de legitimação da investigação produzida pelos professores e de expectativa de aumento dessa produção, afirmadas relativamente à transição de bacharelato para licenciatura (Roldão, 2002). Pretendemos contribuir para este debate apresentando dados de um estudo sobre a variação existente nos cursos de formação inicial acerca do papel da investigação quer na formação quer na profissão futura. Os dados foram recolhidos no âmbito das anteriores licenciaturas em educação de infância, mas mantém-se a sua relevância para o debate em torno das expectativas formativas relativas à dimensão investigativa nos cursos de formação de professores. Confrontaremos perspetivas de: a) futuros educadores de infância, recolhidas através de questionários com questões abertas, e b) docentes dos cursos, recolhidas através de entrevistas semiestruturadas. A recolha foi realizada em duas das dez instituições de ensino superior público identificadas como exigindo um trabalho de investigação no ano final do curso. Encontrou-se consenso entre estudantes e docentes sobre a importância da investigação como parte do trabalho docente, reconhecendo-se contributos para a qualidade do mesmo. A diversidade de argumentações para justificar a relação investigação-profissão alinha-se com perspetivas existentes na literatura. Realça-se a ausência, ao nível das razões expressas pelos participantes, da produção de conhecimento profissional específico, associado à afirmação da profissionalidade, relevante tendo em conta que um estatuto de profissionalismo exige um conhecimento profissional que sustenta a afirmação e a distinção social da profissão (Rodrigues, 2002). Para a discussão dos resultados mobilizou-se a complexa relação entre profissionalização docente e produção de conhecimento profissional (Cochran-Smith & Lytle, 2009a; Diniz-Pereira & Zeichner, 2008), assim como resultados de estudos em contextos europeus que abordaram temáticas semelhantes.

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Perspetivar o trabalho educativo em creche implica discutir o profissional de educação responsável pelas práticas - o educador de infância. Nesta comunicação, olhando os desafios profissionais colocados pelas Orientações Pedagógicas para a Creche, focamos diferentes contributos sobre o conhecimento pedagógico do trabalho em creche para afirmar e celebrar uma Pedagogia de Infância que inclui o “saber dizer a prática e a profissão” como uma das suas dimensões e que valoriza diferentes tipos de conhecimento como necessários para uma resposta educativa de qualidade às crianças e suas famílias. Inicialmente, percorremos os estudos sobre conhecimento profissional docente e sua relação com a profissão para argumentar a centralidade de uma participação alargada e domínio, dos educadores de infância, sobre a produção do conhecimento docente para a afirmação da profissão, com especial atenção à especificidade da intervenção e do conhecimento em creche. Num segundo momento, analisamos modelos de Educação de Infância em busca de apropriações sobre o papel da investigação para os educadores de infância e características e processos mobilizáveis para a discussão. Por último, revimos elementos de especificidade do que significa investigar as próprias práticas nesta área, a partir de outros estudos.

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O nosso olhar para o futuro da formação de educadores de infância e professores foca três eixos de tensão: o primeiro entre as mudanças no contexto do ensino superior, associados à alteração na habilitação profissional, que revelam uma aposta na internacionalização e a lógica e tónica maioritariamente nacional da formação de professores; o segundo entre a organização do ensino superior e a especificidade do saber dos profissionais a formar; e o terceiro entre a formação de professores no ensino superior como conduzindo a autonomia profissional e produção de conhecimento e a influência de agendas políticas e económicas, externas à arena da educação. Os três eixos implicam olhar a formação de professores como realizando-se no contexto do ensino superior mas em interface com o sistema educativo não superior, ligando-se a diferentes interlocutores e decisores. Tanto potenciais espaços de afirmação como zonas de pressão serão delimitados, num esforço de identificação das tensões que enformam quer decisões quotidianas quer reformas estruturais.