4 resultados para Prática de ensino - formação de professores

em Instituto Politécnico de Viseu


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O título desta obra define bem o programa proposto, no texto, que vai ser lido. Efetivamente, o que nele se preconiza é a promoção da inovação pedagógica, colocando, nas mãos dos formadores de formadores, um instrumento, que associa, indissoluvelmente, a investigação e a acção – pesquisar, em função da mudança da prática pedagógica, e investigar, mais uma vez, para resolver os problemas suscitados pela nova prática. E isto, num processo, que se quer circular, ou seja, teoricamente, ilimitado. Que tal programa é aliciante mostra-o o objetivo, que lhe está subjacente – fundar a prática pedagógica nas bases sólidas da investigação, ultrapassando soluções marcadas, em doses mais ou menos consideráveis, pelo subjetivismo, ou pelo intuicionismo, de horizontes necessariamente limitados. Por outro lado, nada melhor para dar consistência e firmeza à inovação pedagógica do que alicerçá-la, firmemente, na investigação, numa simbiose, que só pode resultar em utilidade para uma e para outra. A autora do presente trabalho mostra que estas expetativas teóricas e apriorísticas se não traduziram em resultados tão positivos como elas pareciam prometer. No entanto, após mais madura reflexão, parece que a prudência e o bom senso aconselhariam a moderar entusiasmos desmedidos. Efetivamente, aquilo que, em abstrato, se revela uma vantagem do processo, apresenta-se, na prática, como uma dificuldade, para não dizer uma desvantagem: como conciliar o rigor, sempre desejado, da investigação, com o seu caráter, eminentemente situacional, neste contexto particular? E, na exata medida, em que o alicerce da investigação não apresenta a firmeza desejada, o resto do edifício, ou seja, a prática, não pode deixar de vacilar. Eis porque as realizações e, nomeadamente, as inovações pedagógicas, se não traduziram, em termos quantitativos e qualitativos, naquilo que muitos esperariam. Falhanço, então, de um projeto que, dados os magros resultados, não justifica que se percam com ele mais tempo precioso e mais esforços? Não necessariamente. Este último é o parecer da autora, que à reflexão sobre a inovação pedagógica e à investiga- ção-ação, e bem assim à prática docente nelas inspirada, tem consagrado uma parte significativa dos seus esforços. Vale bem a pena conhecê-lo. Coimbra, Julho de 2013. Prof. António Simões.

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"Os trabalhos dos Grupos do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, preparatórios da implementação do Processo de Bolonha, estão finalizados. Em onze áreas científicas, foi desenvolvida pelos Grupos uma profunda e rigorosa reflexão. Para a elaboração dos seus pareceres, os Grupos atenderam, não só ao documento do MCIES, Orientação para Harmonização de Estruturas de Formação, mas também às opiniões recolhidas junto de organizações profissionais, instituições de ensino superior e, na maioria dos casos, dos Coordenadores dos Grupos do MCIES. Na expectativa de que este trabalho possa contribuir para o sucesso da implementação do Processo de Bolonha, nas diferentes áreas científicas, agradece-se a colaboração de todos". O Coordenador dos Grupos Prof. Doutor Jorge Justino

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Enquadramento:A formação continuada é entendida como a formação recebida por for-mandos já profissionalizados e com uma vida ativa, tendo como base a adaptação contínua para a mudança de conhecimentos, técnicas e condições de trabalho, melhorando as quali-ficações profissionais e, por conseguinte, a sua promoção profissional e social. Objetivos: O objetivo geral foi avaliar o impacto do programa de formação continuada, oferecido pela Secretaria Municipal de Educação de Maceió-AL aos professores de educa-ção física, no período de 2005 a 2011. Os objetivos específicos foram:caracterizar o perfil do grupo pesquisado, compreender os itinerários formativos e identificar os principais fato-res profissionais e sociais na formação realizada. Métodos: Realizamos um estudo transversal descritivo de natureza quantitativa, com a seleção dos participantes elaborada com base no rol das unidades escolares que atendem a educação básica. A amostra final foi de 48 professores licenciados e concursados na área de educação física, por amostragem baseada em agrupamento e com aplicação de questio-nários de perguntas fechadas e abertas para coleta de dados, revelando: qual a modalidade de formação preferida, a participação do professor no programa de formação, principais motivações para participação, principais efeitos alcançados e qual a satisfação na formação realizada. Resultados: Entre as modalidades de formação analisadas a preferida foi a ‘oficina’com uma percentagem de 42,35%, seguida pelo ‘círculos de estudo’ com 24,71%. Os motivos referidos como muito importante pelos professores para a participação na formação foram os ‘emancipatórios’ com 66,67% e logo após motivos ‘pedagógicos’em 54,17%. Os três principais aspectos positivos na formação, mencionados pelos participantes foram a quali-dade do formador (16,60%), partilhar experiências (15,35%) e conviver/recordar colegas (14,11%). Quanto aos aspectos negativos indicados apontam duração da formação (22,58%), horário da formação (20,43%) e local da formação (15,05%). O grau de satisfa-ção quanto as dimensões exploradas (instrução, gestão/organização, clima relacional e dis-ciplina) na formação os professores encontram-se satisfeitos variando entre 43,75% e 66,67% para os diferentes itens das dimensões. Conclusão: Considerações finais apontam a frequência maior do género feminino, os pro-fessores com experiência profissional de 15 a 29 anos de atuação no magistério, e vincula-ção expressiva com outra instituição de ensino. Quanto aos itinerários formativos elegeram a modalidade formativa oficina como a preferida; quanto aos aspectos positivos valoriza-ram a qualidade do formador e negativo a duração da formação. Principalmente nas dimensões de instrução e gestão/organização da prática docente. A formação continuada da SEMED contribuiu satisfatoriamente para a prática educativa dos professores de educação física ao longo deste período. Palavras-chave: Formação continuada, educação física, professor.

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Ser professor é uma profissão intrinsecamente ligada ao conhecimento. Reconhecendo que a centralidade da epistemologia da prática profissional para a profissionalidade (Roldão, 2005a; Tardif, 2000) não permite escamotear debates diversos sobre a natureza do conhecimento em causa, focamos a nossa atenção menos sobre as características desse corpo de conhecimento e mais sobre o papel dos professores relativamente à sua produção. Zeichner (2008) destacou o progresso verificado no reconhecimento do potencial do conhecimento produzido por práticos para a investigação em educação, para a formação de professores e para a política educativa, lamentando que esse conhecimento seja ainda marginalizado. Com a habilitação docente situada ao nível do 2.o ciclo (mestrado), reafirmam-se leituras de reconhecimento de legitimação da investigação produzida pelos professores e de expectativa de aumento dessa produção, afirmadas relativamente à transição de bacharelato para licenciatura (Roldão, 2002). Pretendemos contribuir para este debate apresentando dados de um estudo sobre a variação existente nos cursos de formação inicial acerca do papel da investigação quer na formação quer na profissão futura. Os dados foram recolhidos no âmbito das anteriores licenciaturas em educação de infância, mas mantém-se a sua relevância para o debate em torno das expectativas formativas relativas à dimensão investigativa nos cursos de formação de professores. Confrontaremos perspetivas de: a) futuros educadores de infância, recolhidas através de questionários com questões abertas, e b) docentes dos cursos, recolhidas através de entrevistas semiestruturadas. A recolha foi realizada em duas das dez instituições de ensino superior público identificadas como exigindo um trabalho de investigação no ano final do curso. Encontrou-se consenso entre estudantes e docentes sobre a importância da investigação como parte do trabalho docente, reconhecendo-se contributos para a qualidade do mesmo. A diversidade de argumentações para justificar a relação investigação-profissão alinha-se com perspetivas existentes na literatura. Realça-se a ausência, ao nível das razões expressas pelos participantes, da produção de conhecimento profissional específico, associado à afirmação da profissionalidade, relevante tendo em conta que um estatuto de profissionalismo exige um conhecimento profissional que sustenta a afirmação e a distinção social da profissão (Rodrigues, 2002). Para a discussão dos resultados mobilizou-se a complexa relação entre profissionalização docente e produção de conhecimento profissional (Cochran-Smith & Lytle, 2009a; Diniz-Pereira & Zeichner, 2008), assim como resultados de estudos em contextos europeus que abordaram temáticas semelhantes.