1 resultado para Economia de escala Teses

em Instituto Politécnico de Viseu


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O sector avcola enfrenta atualmente dois desafios muito estimulantes. O primeiro decorre do aumento, que se prev continuar a crescer, nos nveis de procura de carne de aves no mercado interno e internacional; o segundo decorre do facto da criao avcola ter adotado mtodos de produo mais intensivos (kg peso vivo/m2/ano) e em maior escala, i.e. com maior concentrao animal na mesma explorao. Este carcter vincadamente industrial tem merecido uma natural ateno das sociedades e das autoridades pecurias no sentido desta economia de escala passar a ter num conjunto de instrumentos legais e tcnicos o devido contrapeso para a salvaguarda das aves enquanto ser vivo. O presente trabalho tem como ponto de partida a Directiva 2007/43/CE do Conselho de 28 de Junho, relativa ao estabelecimento de regras mnimas para a proteo de frangos de carne. Em virtude de no existir ainda informao suficiente sobre a forma como a qualidade do maneio animal pode ser monitorizada, ao nvel do abate, por mdicos veterinrios e auxiliares oficiais, em frangos de criao especial segundo os modelos definidos no Regulamento (CE) n. 543/2008, urge realizar estudos neste domnio. O principal objetivo da realizao do presente trabalho de campo foi o estudo da ocorrncia das dermatites de contacto plantar (pododermatites) e da bolsa sinovial presternal em frangos produzidos em sistemas de produo considerados protetores do bem-estar animal, designadamente os seguintes: i) ar livre; e, ii) extensivo de interior. O estudo foi efetuado num centro de abate de frangos do campo, em Oliveira de Frades, entre Maio de 20012 e Maro de 2013. Os animais abatidos foram criados em exploraes com contratos de integrao situadas no Distrito de Viseu. Os dados foram recolhidos em 39 bandos diferentes da espcie Gallus domesticus, dos quais 1021 carcaas foram avaliadas aps eviscerao, o que correspondeu ao exame de uma a cada quinze aves da linha de abate. Para a avaliao da pododermatite foi utilizado o mtodo adaptado pela DGAV, enquanto para a avaliao da bursite esternal foi efetuada tendo em conta o modelo aplicado em perus por Berk em 2002. Apesar do modelo estatstico desenvolvido para a anlise dos resultados obtidos no presente trabalho exigir um maior nmero de observaes, foi possvel identificar com grande preciso alguns fatores de risco que devem ser realados pela sua relevncia no contexto dos sistemas produtivos escrutinados ou no mecanismo fisiopatolgico da dermatite de contacto, nomeadamente os seguintes: (i) a idade das aves que, apesar de no ter sido identificada uma relao directa com os scores de pododermatite e bursite, verificou-se que a idade elevada que os animais tipicamente atingem nos sistemas de produo extensivos est associada a uma taxa superior de rejeies pela inspeco sanitria; (ii) o peso pr-abate que, independentemente da inconsistncia defendida por diversos autores em relao influncia do peso vivo do frango industrial sobre a dermatite de contacto, nos animais produzidos em regime extensivo, esta varivel pode desempenhar um fator chave para a ocorrncia desta leso. De facto, h que realar que o peso destes animais tem uma importncia fulcral na modelao da biomecnica da ave, incluindo na presso exercida sobre a superfcie plantar; (iii) o tipo de sistema de abeberamento, tendo ficado demonstrado que a seleco do tipo de bebedouro tem uma importncia peculiar sobre a ocorrncia de pododermatite em frango de campo, algo que est provavelmente relacionado com a influncia exercida sobre o teor de humidade da cama. Globalmente, as frequncias de pododermatite e bursite apuradas neste trabalho devem ser consideradas inquietantes. Esta preocupao eleva-se quando se toma conscincia que as aves provieram de regimes considerados amigveis e sustentveis, pelo que urge monitorizar adequadamente aqueles sistemas produtivos, melhorar as suas condies e reanalisar os benefcios ao nvel do bem-estar animal.