2 resultados para Presa de possessió

em Instituto Politécnico de Leiria


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A navalheira (Necora puber) é uma das espécies mais consumidas em Portugal, sendo que a maioria dos organismos consumidos é atualmente importada de países do Norte da Europa. Para o sucesso da sua produção em aquacultura, é indispensável a administração de presas adequadas à dimensão das fases larvares e que respondam às suas necessidades nutricionais. Os benefícios da administração de copépodes têm vindo a ser reconhecidos, uma vez que os calanóides possuem um largo espectro de tamanhos, movimentos naturais que promovem a sua captura e elevados níveis de ácidos gordos essenciais. Acartia tonsa é uma das espécies de copépodes mais recomendadas para administrar nos primeiros estágios larvares, mas os seus protocolos de cultivo em grande escala ainda requerem otimização. Neste enquadramento, o presente estudo teve como objetivo a seleção da microalga mais adequada para o cultivo de A. tonsa, possibilitando a avaliação do seu efeito no desenvolvimento larval de N. puber, quando comparado com a administração de Artemia franciscana. Inicialmente, os copépodes foram submetidos a duas dietas distintas: Rhodomonas lens e Tetraselmis chuii, a uma densidade de 1x104 cell.mL-1, tendo sido avaliadas as taxas de eclosão, sobrevivência e produção de ovos. A microalga que promoveu uma melhor performance foi administrada nos cultivos contínuos de A. tonsa. Em relação ao desenvolvimento larvar de N. puber, foram avaliadas as taxas de crescimento, percentagem de estágios ao longo do tempo, bem como a correlação entre o peso e o comprimento das larvas, quando alimentadas com A. tonsa e A. franciscana. Adicionalmente, foi avaliado o perfil de ácidos gordos de ambas as espécies de microalgas e de zooplâncton. R. lens permitiu um melhor desempenho enquanto alimento para cultivos de A. tonsa, promovendo uma taxa de eclosão perto de 90%, enquanto que, com T. chuii os copépodes apenas sobreviveram até ao oitavo dia. Tais resultados poderão dever-se à dimensão celular de R. lens, bem ao seu elevado conteúdo de DHA. Em relação ao desenvolvimento larvar de N. puber, Acartia tonsa promoveu uma taxa de sobrevivência de 89 ± 1,63% em zoea V e o encurtamento da fase larvar. Com ambas as dietas foi demonstrada uma forte correlação entre o peso o tamanho. Foi observada uma melhor performance larvar a partir de zoea II, quando as larvas foram alimentadas com A. tonsa, devido à elevada presença de C 20:5 n3 e C 22:6 n3 e movimentos naturais que promovem a sua captura. Assim, foi possível concluir que as A. tonsa é uma presa adequada para larvas de pequenas dimensões, promovendo elevadas sobrevivências e redução da fase larvar.

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Estima-se que menos de 10% dos animais marinhos comercializados para fins ornamentais sejam originários de produção em aquacultura. O desenvolvimento de “hatchery’s” de peixes de recife são essenciais para uma reprodução em cativeiro, confiável e sustentável, para que seja possível reduzir a pressão sobre as populações selvagens. O principal entrave à aquacultura ornamental marinha é a criação de larvas, devido à dificuldade em obter um alimento vivo, uma vez que, estas são muito pequenas quando eclodem. Rotíferos e artémia são as presas vivas mais utilizados na produção de peixes marinhos, mas não são utilizadas para larvas de peixes ornamentais devido à sua dimensão. Recentemente, os ciliados Euplotes sp. surgiram como uma potencial presa viva estas para larvas, devido ao seu pequeno tamanho, podem preencher a lacuna existente entre a primeira alimentação e a aceitação de rotíferos ou náuplios de copépodes. O presente trabalho teve como objetivo otimizar as condições de cultivo quer de alimentação (melhor alimentação, frequência e quantidade), fotoperíodo, salinidade e temperatura para a produção em massa de Euplotes sp.. Os principais resultados mostraram que as culturas de Euplotes sp. podem alcançar o seu crescimento ótimo com o fornecimento de 0,25 g/L de levedura de padeiro (S.cereviviae) a cada três dias, salinidade 30, 28ºC de temperatura, fotoperíodo de 12hLuz:12hEscuro, com arejamento constante. Neste momento, o conhecimento sobre a produção em escala de ciliados é muito reduzido e este estudo veio fornecer, pela primeira vez, informações técnicas sobre as condições ideais para a produção em escala deste potencial alimento de larvas de peixes marinhos ornamentais.