2 resultados para Gestão herança digital
em Instituto Politécnico de Leiria
Resumo:
O grande objetivo da Auditoria consiste em obter evidência apropriada e suficiente que forneça uma segurança elevada, embora não absoluta, de que as demonstrações financeiras estão isentas de fraude ou de erros materiais. Este objetivo exige metodologias específicas de trabalho, como a análise digital, onde predominam métodos que privilegiam análises de risco e que permitem direcionar os recursos humanos e materiais do auditor para as áreas mais críticas. A análise digital pode ser definida como um conjunto de procedimentos assentes no uso da tecnologia (softwares) para detetar erros, anomalias ou outras incorreções em amostras de registos numéricos, tais como duplicações, campos em branco ou indevidamente preenchidos, frequências anormais de números e quebras de sequências e tendências, entre outras, ou nos próprios padrões de comportamento dos números. Visa essencialmente, a deteção de fraude através da combinação da estatística com a informática. Tendo em conta estes propósitos, o objetivo deste trabalho centra-se em tentar aferir o nível de conhecimento e utilização da análise digital enquanto técnica de auditoria, em Portugal. Para conseguir atingir o objetivo proposto, serão analisados os resultados de um questionário, onde se procurará saber, entre outras coisas, que técnicas e que softwares de análise digital são utilizados para efeitos de auditoria às contas das empresas pelas entidades competentes, caso dos Revisores Oficiais de Contas. Os resultados mostram que embora os ROC tenham já um razoável nível de conhecimento e utilização das técnicas mais básicas de análise digital, e respetivos softwares, ainda há um significativo desconhecimento em relação a técnicas mais sofisticadas e potencialmente mais eficazes na deteção de erros materiais ou fraude, como a lei de Benford.
Resumo:
O Turismo e a Fotografia têm uma relação muito estreita, sendo, para muitos turistas, a prática fotográfica um elemento essencial na experiência turística. Esta relação é, desde há muito, explorada pelas Organizações de Gestão do Destino (OGD) na vertente de promoção do destino e da sua imagem projectada, uma vez que as fotografias são uma forma de materializar uma ideia/imagem em relação a um determinado local, de aproximar o turista da experiência real, motivando-o à compra. No entanto é menos comum que as organizações do destino partam da fotografia para compreender o turista. Actualmente e com a rápida e abrangente disseminação de informação típica da era digital, os utilizadores/consumidores/visitantes têm um papel tão ou mais importante que as OGD’s na construção da imagem de um destino. É fundamental que as organizações não só percebam qual o tipo de informação que está a ser gerada entre os utilizadores, como que monitorizem preferências que surgem no seio das redes sociais, podendo deste modo antever tendências e, consequentemente criar novas estratégias, não só em termos de marketing e promoção, como de planeamento de negócio, especialmente no que respeita ao posicionamento e diferenciação perante a concorrência. Para ser possível monitorizar esta informação é necessário medir os seus indicadores, sendo importante criar estratégias e ferramentas de recolha. O que se pretende, a partir deste estudo, é defender a viabilidade da fotografia digital enquanto objecto de estudo, uma vez que é uma aliada na compreensão da imagem projectada pela OGD’s, mas também, e a cada vez mais, da imagem percebida e projectada pelos visitantes, a partir do conteúdo gerado pelos turistas. Tomamos como caso de estudo a cidade de Lisboa, a qual conhece nos últimos anos um grande impulso na sua atractividade turística. Tendo como base estudos similares relacionados com outros destinos construímos um sistema metodológico apoiado em estudos análogos, e no desenvolvimento de software de recolha de dados a partir de uma rede social de partilha de imagens – o Instagram. Foi possível recolher uma amostragem de imagens de Lisboa criadas por turistas, bem como o lote de imagens usadas por uma OGD para promoção de Lisboa. Após o nosso processamento de dados, foi possível efectuar uma análise de conteúdo dessas imagens chegando ao conjunto de atributos que caracteriza o seu conteúdo. Esse conteúdo foi então comparado, de modo a concluirmos sobre a semelhança ou disparidade entre as imagens usadas para promover Lisboa e aquelas que parecem transmitir aquilo que em Lisboa realmente impressiona. As principais conclusões apontam para uma concordância entre os atributos mais frequentes das fotografias tiradas por OGD e Turistas. Porém existe discordância entre os atributos menos importantes, isto é, menos presentes. A metodologia utilizada abre novos caminhos na utilização de fotos de redes sociais para estudo do comportamento do turista e da imagem do destino.