3 resultados para Bordadeiras de Caicó. Artesanato. Trabalho feminino. Consumo.Antropologia
em Instituto Politécnico de Leiria
Antropologia e educação intercultural: reflexão sobre o trabalho docente em contextos de diversidade
Resumo:
Atualmente, tem-se verificado um esforço para modificar o paradigma das culturas escolares, tendo as culturas colaborativas cada vez mais um papel de destaque em detrimento das culturas individualistas. O trabalho colaborativo promove a aprendizagem contínua e o sucesso de todos os envolvidos. Paralelamente, o enraizamento de uma prática colaborativa promove as práticas de articulação curricular, promovendo a adequação do currículo às necessidades e características dos alunos. Contudo, tem-se verificado que a sua aplicação efetiva fica aquém das expectativas, apontando-se como principais obstáculos a falta de trabalho colaborativo, a incompatibilidade de horários, o excesso de tarefas e o desconhecimento do próprio conceito de articulação curricular. Deste modo, considerámos relevante conhecer a conceção dos docentes do 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico (CEB) do grupo de Ciências Naturais acerca do processo de articulação curricular e de trabalho colaborativo. Esta investigação é do tipo descritivo, tendo-se recorrido à triangulação de dados. Foram utilizados como instrumento de recolha de dados o questionário e a entrevista. A amostra é constituída por oito docentes, maioritariamente do sexo feminino, com mais de 16 anos de serviço e metade desempenha cargos de supervisão e avaliação docente. Os docentes consideram que a articulação curricular consiste na promoção de atividades conjuntas que favoreçam a transição dos alunos entre o 2.º e 3.º CEB e que o trabalho colaborativo envolve a planificação de atividades letivas, a elaboração de materiais de apoio e a reflexão conjunta. Apesar da conceção de articulação curricular ser adequada, praticá-la em todas as suas vertentes mostra-se ser mais complexo. Por outro lado, o trabalho colaborativo parece estar enraizado no grupo em estudo, existindo uma forte cultura de interajuda. Será fundamental esclarecer conceitos e rentabilizar a hora semanal atribuída para o efeito.
Resumo:
Presentemente, o consumidor encontra à sua disposição uma diversidade de produtos alimentares que tornam a seleção dos alimentos uma tarefa muito mais complexa quando comparada com o passado. Diferenças culturais, sociais, pessoais e psicológicas influenciam o comportamento e as perceções dos consumidores. Sendo Peniche uma península com forte tradição piscatória procurou-se junto da população, perceber se as influências da região são refletidas nos seus hábitos de consumo e se diferem muito de uma região que não tenha as mesmas influências. Com base nas considerações acima referidas, o objetivo deste estudo foi avaliar os hábitos de consumo de pescado das populações de Leiria e Peniche através de um inquérito por questionário com apoio presencial, visando delinear o hábito de consumo, bem como a frequência, as preferências e restrições associadas ao consumo de pescado. Além disso, são relatadas as perceções dos consumidores em relação ao pescado selvagem e de aquacultura. Portugal é atualmente o país da União Europeia com o maior consumo anual de pescado por pessoa, e o terceiro do mundo, só ultrapassado pela Islândia e pelo Japão. O estudo foi realizado em 383 indivíduos residentes em Leiria e em 374 residentes em Peniche, maioritariamente do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 30 e os 45 anos e detentores de grau de ensino superior. Os resultados mostram que os inquiridos consomem peixe, preferencialmente, cozido e grelhado, entre uma a três vezes por semana sendo que o bacalhau, o carapau, o salmão e a pescada estão entre as espécies mais consumidas. Devido à conveniência, pronta disponibilidade e preços acessíveis, os supermercados são os locais preferidos dos consumidores para comprarem peixe fresco e congelado. Além disso, a população de Peniche mantém o hábito de adquirir peixe fresco na peixaria e diretamente ao pescador. Apesar das duas populações exibirem uma maior propensão para consumir pescado selvagem, em Leiria o consumo de espécies de aquacultura aumenta com o grau de ensino. Por conseguinte, o pescado selvagem é considerado mais saudável, mais nutritivo, saboroso e mais seguro, sobretudo pela população que vive na zona costeira e que segue hábitos alimentares tradicionais. O pescado é percebido como um alimento saudável que possui alto teor em proteínas e ácidos gordos Omega-3, e baixo teor de gordura. No entanto, o preço elevado, a falta de disponibilidade para a sua confeção e as preocupações com os contaminantes presentes no pescado e consequentes riscos para a saúde são barreiras ao consumo de pescado. Os consumidores com mais idade mostram-se pouco recetivos à oferta de produtos inovadores à base de pescado por considerarem estes produtos de fraca qualidade. Com o avançar dos tempos, os habitantes de Peniche foram adquirindo novos hábitos de consumo e hoje em dia o consumo de pescado não difere muito da população de Leiria.