UROBORO

Segundo os dados mais recentes, em Portugal, 59% dos Resíduos Urbanos Biodegradáveis (RUB) acabam em aterros, misturados com contaminantes químicos, tornando-se, consequentemente, inúteis para utilização posterior. Apesar das melhorias significativas em 2013 face a 1995, este continua a ser um problema que merece mais soluções que acompanhem a crescente produção de resíduos em cidades. De acordo com o Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020), deverá ser reduzida em 35% a deposição de RUB em aterros até ao ano de 2020. É neste contexto que se desenvolveu um equipamento que permite a prática de vermicompostagem em meios urbanos desviando resíduos biodegradáveis dos aterros e transformando-os em matéria-prima útil e reutilizável. Este desenvolvimento sensível a questões ambientais utiliza o desenho das peças e o barro vermelho para otimizar o processo de vermicompostagem e auxiliar o utilizador na sua prática e compreensão, fazendo com que este tome simultaneamente consciência das ações quotidianas com efeitos nefastos para a biosfera. Dos ensaios realizados em contexto real, concluiu-se que o projeto apresentado (Uroboro) permite o processamento de resíduos biodegradáveis vegetais dentro de casa sem perturbar o normal quotidiano das famílias e sem pôr em causa a segurança e conforto habitacional.

Tourism environmental attitudes in Berlengas Biosphere Reserve, Portugal

O potencial conflito entre o paradigma de conservação da natureza e o desenvolvimento de atividades de turismo em áreas protegidas exige uma gestão rigorosa. Em alguns casos, o controlo da visitação é uma estratégia para a preservação dos recursos naturais assim como outras ferramentas de gestão tais como a capacidade de carga turística e/ou zonamento, com a definição de áreas de acesso restrito a visitas. A fim de promover a harmonização entre essas duas forças opostas (preservação vs. visitação) algumas áreas protegidas têm mudado o turismo de natureza para o ecoturismo. Isto implica que as atividades turísticas deverão ser focadas numa viagem responsável a áreas naturais, e, ao mesmo tempo, na promoção da conservação do meio ambiente, na interpretação e na educação. No nosso estudo analisamos o potencial do Ecoturismo na Reserva Natural das Berlengas, uma área protegida em Portugal. Foram analisados o perfil, as motivações e o comportamento ambiental dos turistas que visitam as Berlengas. Um questionário bilingue foi elaborado e os dados foram recolhidos a partir de 304 turistas que visitaram as Berlengas, durante os meses de julho e agosto de 2014, o s quais concordaram em colaborar neste estudo. A análise dos nossos resultados permitiu-nos inferir que, de facto, o turista visita a ilha da Berlenga devido ao ambiente natural e à vida selvagem, a visita também está relacionada com as atividades de natureza, tais como, visitar as cavernas de barco, observação da vida selvagem, caminhadas e praia. No entanto, pelo facto dos turistas estarem motivados a visitarem a ilha para se envolverem na natureza não significa que eles tenham consciência pró-ambiental. Encontramos 53,2%/ medio-ecológicos e apenas 37,9% dos turistas pró-ecológico; 8,9% são mesmo anti-ecológicos. Os nossos resultados sugerem que a natureza e a vida selvagem são motivações que não parecem ser suficientes para as pessoas apoiarem verdadeiramente a conservação da natureza e desenvolver comportamentos pró-ambientais. Mas, também verificámos que os turistas com um maior nível de instrução têm uma maior consciência ecológica. Assim, os turistas com maior nível de instrução tendem a ter menos impacto sobre o destino turístico. De acordo com nossos resultados, são apresentadas várias recomendações para a implementação do ecoturismo nas Berlengas.