3 resultados para Ambiente hospitalar

em Instituto Politécnico de Leiria


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As infecções nosocomiais têm aumentado ao longo dos anos, resultando num aumento do tempo de permanência do doente no hospital, e permanecem como elevada causa de elevada morbilidade e mortalidade. As micobactérias são organismos que se encontram amplamente distribuídos no meio ambiente (M. mucogenicum, M. obuense e M. gordonae), incluindo, habitats marinhos (Mycobacterium marinum), sendo muitos deles patogénicos de mamíferos, e causadores de diferentes patologias, como a Lepra e a Tuberculose. M. marinum causa uma doença sistémica tal como tuberculose em peixes e pode causar infecções da pele em seres humanos (Granuloma de Aquário) que se podem propagar para estruturas mais profundas como ossos (osteomielite). Enquanto que M. obuense é causador de infecções do tracto respiratório, M. mucogenicum e M. gordonae promovem bacteremias. Este estudo teve como principal objectivo a identificação das populações bacterianas e o seu isolamento, em particular micobactérias ambientais em dois hospitais, que sabe serem responsáveis, cada vez mais por infecções atípicas como bacteremias (M. mucogenicum e M. gordonae), infecções pulmonares (M. obuense) e infecções cutâneas (M. marinum). Pretendeu-se também avaliar a resistência aos antibióticos e desinfectantes comummente utilizados no tratamento de infecções causadas por micobactérias não tuberculosas (MNT) através do cálculo da Concentração Mínima Inibitória (CMI) para aferir os perfis de resistência. Os resultados deste estudo demonstram a identificação de 186 espécies de bactérias em dois hospitais amostrados das quais se identificaram 5 estirpes de micobactérias – “M. gardonae” (10AIII, 29AIII e 35AIII), “M. obuense” (22DIII) e “M. mucogenicum” (24AIII). Das 5 estirpes de micobactérias identificadas “M. gardonae” 10AIII apresenta perfil de resistência ao imipenemo (CMI = 16 mg/L); “M. gardonae” 29AIII apresenta perfil de resistência à claritromicina (CMI = 8 mg/L) e “M. gardonae” 35AIII apresenta, por sua vez, apenas perfil de susceptibilidade intermédia ao imipenem (CMI = 8 mg/L). M. obuense 22DIII apresenta perfil de resistência ao imipenem (CMI = 32 mg/L), à tobramicina (CMI=32 mg/L) e à ciprofloxacina (CMI = 8 mg/L). “M. mucogenicum” apresenta perfil de resistência ao sulfametoxazol (CMI > 128 mg/L), à doxiciclina (CMI>64 mg/L), à tobramicina (CMI=16 mg/L) e à ciprofloxacina (CMI=4 mg/L).Em conclusão pôde-se verificar que além da presença de um grande leque de bactérias capazes de causar infecções nosocomiais nos hospitais, MNT também existem na forma multirresistente, o que revela uma problemática a ter em atenção. Esta requer mais estudo dos mecanismos de resistência e da sua disseminação, e obtenção de novos medicamentos com novos alvos, mais eficazes para combater as estirpes multirresistentes que ao longo dos anos tem aumentado.

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O uso das tecnologias de informação e comunicação em Portugal na área médica tem tido um grande aumento nas últimas décadas. Tal pode constatar-se a vários níveis, como sejam a implementação crescente e em larga escala de sistemas de informação em hospitais e centros de saúde, o desenvolvimento de aplicações para auxiliar a análise dos principais meios complementares de diagnóstico, a receita eletrónica e o registo de paciente eletrónico, apenas para citar alguns exemplos. A procura crescente de profissionais de saúde de várias especialidades tem tido um aumento considerável nos últimos anos. Por um lado, a população está cada vez mais envelhecida, por via do aumento da esperança média de vida. Por outro lado tem aumentado a preocupação com a saúde e o bem estar próprio dos cidadãos, levando-os a recorrer mais vezes e a mais especialidades do que no passado. O êxodo da população do interior do país para os grandes centros no litoral, complementado pelas políticas orçamentais restritivas na área da saúde, tem acentuado as diferenças de prestação de cuidados de saúde a toda a população do país, de forma equitativa e eficaz. Para tal tem ainda contribuído o emagrecimento dos orçamentos dos hospitais e a pressão para que estes cumpram as metas de produtividade definidas, com custos cada vez mais reduzidos. Um dos contributos das tecnologias de informação para mitigar o afastamento entre o paciente e os profissionais de saúde, consiste na implementação de soluções de consulta "à distância", com a utilização de vídeo e voz, através de aplicações de telemedicina. Ao nível da teleconsulta e da telemedicina têm existido alguns avanços significativos, sendo possível encontrar alguns casos de sucesso na utilização destes meios para facilitar o acesso generalizado de toda a população a cuidados médicos de saúde. Constata-se contudo que as aplicações usadas são geralmente proprietárias, carecem de instalação de software específico, muitas vezes proprietário e por vezes com custos para as entidades que disponibilizam o serviço. Por exemplo, a utilização de uma ligação por Skype para uma teleconsulta obriga a que a aplicação esteja instalada em ambos os computadores (médico e paciente). Nesta dissertação apresenta-se uma solução de telemedicina baseada na Application Programming Interface (API) Web Real-Time Comunication (WebRTC), que permite o envio de voz e imagem entre dois browsers usando os protocolos de comunicação na Web. Além do vídeo e da voz foram integrados na aplicação duas funcionalidades particularmente interessantes numa teleconsulta: envio bidirecional de ficheiros (por exemplo, ficheiro PDF com o resultado das últimas análise que o paciente realizou) e desenho num "quadro branco", permitindo ao paciente ou ao médico ilustrarem de forma livre algum aspeto associado à consulta em causa. A aplicação utiliza exclusivamente componentes de software opensource e apenas necessita que ambos os computadores tenham instalado um browser de acesso à Web que suporte a comunicação por WebRTC, como o Google Chrome ou o Firefox. Pretende-se desta forma facilitar o acesso aos serviços de telemedicina evitando a instalação e configuração de software específico, bem como reduzir os custos através de soluções opensource com licença General Public License (GPL) e isenta de custos. Foram realizados alguns testes de aceitação da solução, em ambiente hospitalar. Genericamente, pretendeu-se validar o funcionamento da API WebRTC, aferir sobre a aceitação das funcionalidades implementadas e identificar obstáculos técnicos à sua implementação na rede de um hospital ou centro de saúde. Embora tenham sido identificados alguns problemas na comunicação, resultantes maioritariamente do tipo de configurações da rede em que os computadores estavam instalados, os resultados globais obtidos são bastante promissores, dando-nos boas perspetivas quanto à sua implementação em ambiente de produção.

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Um Handover é um momento particularmente crítico num serviço de urgência, comprometendo a segurança e a qualidade dos cuidados (Joint Commission Perspectives, 2012). Para averiguar qual a perceção da qualidade e os fatores relacionados com Handover que ocorre numa sala de emergência, entre os enfermeiros e a equipa de assistência pré-hospitalar, validou-se para a população portuguesa o instrumento de medida Handover Quality Rating Form (HQRF) de Manser et al. (2010), construi-se e validou-se para a população portuguesa o instrumento de medida, Importância da Informação Transmitida Durante o Handover (IITDH) e identificaram-se as dificuldades durante o Handover. Desenvolveu-se um estudo quantitativo, transversal e correlacional e aplicou-se um questionário a 143 enfermeiros do serviço de urgência do Centro Hospitalar de Leira e Centro Hospitalar do Oeste. A consistência interna das escalas HQRF-PT e IITDH e ficou demonstrada por um alfa de Cronbach de 0,830. A HQRF-PT apresentou um score médio de 2,19 (DP=0,58). A IITDH demonstrou que todos os itens apresentam importância elevada, com valores médios compreendidos entre 3,25 e 4,92. As dificuldades durante a realização do Handover foram o “ruído”, o “difícil acesso ao relatório escrito da equipa de assistência pré-hospitalar”, a “escuta ativa perante um doente em deterioração” e o “ambiente stressante”. Por fim, concluímos que a qualidade do Handover é tanto maior quanto menor for a pressão do tempo da pessoa que entrega (rho= -0,244; p≤0,01) e da que assume a responsabilidade do doente (rho= -0,188; p≤0,05), da complexidade (rho=-0,166; p≤0,05) e da incerteza da situação (rho= -0,297; p≤0,05), e que existe uma correlação estatisticamente não significativa entre a perceção da qualidade do Handover e a importância da informação transmitida durante o Handover.