NARRATIVE ARCHITECTURE AND READER CONSTRUCTION: A READING OF SE UM VIAJANTE NUMA NOITE DE INVERNO, BY ITALO CALVINO


Autoria(s): Pereira, Cilene Margarete
Data(s)

15/12/2014

Resumo

In “La mancata fortuna del romanzo italiano” (1995), Calvino discusses the reasons why the romance did not assert itself as a genre, counteracting  the “fearless and adventurous” texts from other literatures. After assuring the fatherhood of the genre in Italy to Manzoni, he observes that what was missing was in fact one of his main characteristics: the adventure. From this finding,  Calvino asks how it would be, nowadays, the Italian adventure romance. The questioning made around the 1950s (the text above is from 1953) sketches, to our understanding, a practical response 25 years later in the romance called Se um viajante numa noite de inverno (1979), in which Calvino narrates the "adventure" of the Reader who dives into a tangling romanesque discourses that never complete themselves. Such seduction strategy is associated to the actual narrative construction of Calvino, who conceives the romance as a "machine envisaged to tell a story that fascinates the readers."  (CALVINO apud NETO, 1997, p. 141). Calvino's words express two aspects of utmost importance in his literature - which will be fundamental in Se um viajante numa noite de inverno: the concern with the narrative architecture and the fascination that the plot must exert on the reader. In this reading of  Se um viajante numa noite de inverno we intend to highlight how these two aspects are imbricated in the romance, enabling Calvino to make true his so-dreamed Italian "adventure romance" from the problematization of the relation writer and public-reader. 

Em “La mancata fortuna del romanzo italiano” (1995), Calvino discute as razões pelas quais o romance na Itália não se afirmara como gênero, contrapondo-o aos “destemidos e aventureiros” textos de outras literaturas. Depois de assegurar a paternidade do gênero na Itália a Manzoni, observa que faltara a este imbuir uma de suas fundamentais características: a aventura. A partir dessa constatação, Calvino pergunta como se daria, hoje, o romance de aventura italiano. O questionamento feito em meados da década de 1950 (o texto citado acima é de 1953) esboça, a nosso ver, uma resposta prática vinte e cinco anos mais tarde no romance Se um viajante numa noite de inverno (1979), no qual Calvino narra a “aventura” do Leitor que se lança num emaranhado de discursos romanescos que nunca se completam. Tal estratégia de sedução está associada à própria construção narrativa de Calvino, que parte da ideia de que o romance é “uma máquina concebida para contar uma história que fascine os seus leitores.” (CALVINO apud NETO, 1997, p. 141). As palavras de Calvino expressam dois aspectos de suma importância em sua literatura – que serão fundamentais em Se um viajante numa noite de inverno: a preocupação com arquitetura narrativa e o fascínio que o enredo deve despertar no leitor. Nessa leitura de Se um viajante numa noite de inverno pretendemos observar como esses dois aspectos estão imbricados no romance, possibilitando a Calvino realizar sua tentativa do tão sonhado “romance de aventuras” italiano a partir da problematização da relação escritor e público-leitor

Formato

application/pdf

Identificador

https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/9662

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Relação

https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/9662/8018

Fonte

Línguas & Letras; v. 15 n. 29 (2014)

1981-4755

1517-7238

Palavras-Chave #romance de aventuras #leitor #Italo Calvino
Tipo

info:eu-repo/semantics/article

info:eu-repo/semantics/publishedVersion