ÁGUA VIVA: UM ROMANCE LÍRICO DE CLARICE LISPECTOR
Data(s) |
30/01/2014
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Resumo |
In Água viva, text of Clarice Lispector, published in 1973, stays evident the encounter of the poetry with the fiction prose, forming a unity. This article aims to investigate how this encounter occurs and to demonstrate the ways by which the poetry interlaces with the fiction narrative, in other words, how the process of fusion of the categories of the narrative with the lyric modes occurs, resulting in the hybridism of the narrative genre, in the lyric novel. In fact, the narrative categories, in the end, surrender to the appeals of the lyric poetry, making the work hybrid. Inspired in the existentialist´s theories of Martin Heidegger and of Jean-Paul-Sartre, the Lispector´s text undertakes a questioning concerning the existence, trying to understand the human condition. Themost intimate questionings and the deepest emotions, belonging to the abysmal part of the ‘dasein’, can not be expressed by the common speech. The characters, in the impossibility of express, by the use of common words, their existential anguish, utilizes a language permeated by the own resources of the poetry, trying to embrace all the aspects of their subjectivity. The characters assume, then, a poetic-lyric discourse, highly suggestive. It is there that the prose allows to be invaded by the poetry and it is how occurs the establishment, in the text, of the union between prose and poetry. The literary overtakes thereby the common discourse and configures itself in an artistic speech. To make possible the work of analysis, some theorists of the matter are convoked such as Ralph Freedman and Rosa Maria Goulart, as other studious of Lispector´s work. Em Água viva, texto de Clarice Lispector, publicado em 1973, fica evidente o encontro da poesia com a prosa romanesca, formando uma unidade. Este artigo objetiva investigar de que maneira se dá esse encontro e demonstrar os modos pelos quais a poesia se entrelaça com a narrativa de ficção, ou seja, como se processa o amalgamento das categorias da narrativa com os modos líricos, que resulta na hibridez do gênero narrativo romanesco, no romance lírico. De fato, as categorias narrativas acabam por se renderem aos apelos da poesia lírica, tornando a obra híbrida. Inspirado nas teorias existencialistas de Martin Heidegger e de Jean-Paul Sartre, o texto clariceano empreende uma indagação acerca do existir, tentando compreender a condição humana. Os questionamentos mais íntimos e as emoções mais profundas, por pertencerem à parte abissal do ser-aí, não podem ser expressos pelo dizer comum. As personagens, na impossibilidade de exprimir, por meio de palavras comuns, a sua angústia existencial, utilizam-se de uma linguagem permeada pelos recursos próprios da poesia, para dar conta de toda a gama da sua subjetividade. A narradora assume então um discurso poético-lírico, altamente sugestivo. É aí que a prosa se deixa invadir pela poesia e é assim que se estabelece, no texto, a união da prosa com a poesia. O literário ultrapassa, assim, o discurso comum e se configura em um dizer artístico. Para viabilizar o trabalho de análise, são convocados alguns teóricos do assunto tais como Ralph Freedman e Rosa Maria Goulart, além de estudiosos da obra clariceana. |
Formato |
application/pdf |
Identificador |
https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/8691 |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Universidade Estadual do Oeste do Paraná |
Relação |
https://e-revista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/8691/6897 |
Fonte |
Línguas & Letras; v. 14 n. 27 (2013) 1981-4755 1517-7238 |
Tipo |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
Contribuinte(s) | |
Palavras-Chave | # # |