Saúde psicológica: Definição teórica do constructo e representação em profissionais de saúde.

Dissertação de Mestrado apresentada no ISPA - Instituto Universitário

Considerando a recorrente utilização de saúde psicológica (SP) como sinónimo de outros constructos (e.g., bem-estar), o presente estudo tem como objetivo contribuir para a clarificação da conceituação de SP. Conduziu-se uma revisão sistemática da literatura publicada nos últimos dez anos nas bases de dados Ebsco, Scielo e Pubmed. Adicionalmente, realizaram-se entrevistas qualitativas com 26 profissionais de saúde sobre as suas representações do constructo. Esta investigação utilizou uma metodologia qualitativa pluralista, que incluiu análise de conteúdo (Bardin, 1977) e análise temática (Braun & Clarke, 2014), bem como metodologia quantitativa – e.g., a avaliação de stress, ansiedade e humor deprimido com EADS-21 (Pais-Ribeiro, Honrado & Leal, 2004). Apenas três artigos diferenciaram a definição de SP de outros constructos como saúde mental, qualidade de vida e bem-estar; contudo, suportaram-se na definição de outras variáveis (e.g., resiliência) para definir SP. A definição de SP que emergiu das entrevistas foi mais abrangente do que a encontrada nos três artigos retidos: esta assentou em dimensões sociais, psicológicas, afetivo-relacionais e biológicas. Estudos adicionais são necessários para a confirmação destes resultados, com vista a informar adequadamente para a promoção em SP.

ABSTRACT: Considering the frequent use of psychological health (PH) as synonymous with other constructs (e.g., welfare), this study aims to contribute to the clarification of the PH concept. A systematic review of the literature published in the last ten years was conducted, including the databases Ebsco, PubMed, Scielo. In addition, qualitative interviews were conducted with 26 health professionals on their representations of the construct. This research used a pluralistic qualitative methodology, including content analysis (Bardin, 1977) and thematic analysis (Braun & Clarke, 2014), as well as quantitative methodology — e.g., the evaluation of stress, anxiety and depressed mood with the EADS-21 scale (Pais-Ribeiro, Honrado & Leal, 2004). Only three articles differentiated the PH definition from constructs as mental health, quality of life and well-being; however, support on other variables’ definitions (e.g., resilience) was used to define PH. The definition of PH emergent from the interviews was broader than that found in three retained articles: it was based on social, psychological, emotional, affective-relational and biological dimensions. Additional research is needed to confirm these results in order to adequately inform about the promotion in PH.