Novos Meisho

Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Arquitectura, apresentada na Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitectura.

Diversas cidades Japonesas estão a sofrer um processo de retracção urbana. São alvo, entre muitas outras cidades desenvolvidas, de um fenómeno conhecido internacionalmente como shrinkage. Devido ao acentuado decréscimo populacional, ao aumento da população idosos e à baixa taxa de natalidade, assiste-se a um excesso de edifícios e espaços abandonados que contribuem para a segregação urbana, social e consequentemente para a perda de qualidade e vitalidade urbana. Nesta dissertação propomos encarar este processo, num país extremamente denso como o Japão, como oportunidade para a regeneração de centros urbanos. O desafogo imposto pelo mesmo torna-se numa oportunidade para a construção de espaços públicos - meisho - até hoje escassos na estrutura urbana das cidades Japonesas. Para isso, procurámos reflectir e esclarecer o surgimento destes meisho, as grandes diferenças em relação ao espaço público ocidental e a sua evolução através de um enquadramento histórico desde 1603 - inicio do Período Edo – até hoje. Pretende-se, através desta análise repensar e redefinir a maneira como concebemos os espaços públicos Japoneses contemporâneos e criar novos meisho que possam responder às necessidades das comunidades, desconectando-os de conceitos de eficiência económica, assumindo-se como estratégia fundamental para a regeneração do centro urbano de Zushi num período de retracção. Entendemos a cidade de Zushi como dormitório de Tóquio e Yokohama, onde parte da qualidade de vida urbana e social se perdeu, juntamente com a sua identidade. Procurámos o desenvolvimento de um novo meisho que nasce de um diálogo entre a memória, história e topografia, que pretende reforçar a interacção humana, a relação com a natureza e com cidade

ABSTRACT: Several Japanese cities are undergoing a process of urban shrinking. They are subject, among other developed cities, of an international phenomenon known as Shrinkage. Due to the decrease of population, the low birth rate and consequence increase of elderly population, we witness a glut of abandoned buildings and vacant urban spaces that are contributing to the urban and social segregation and loss of urban quality and vitality. In this dissertation we propose to face urban shrinking, for an extremely dense country like Japan, as an opportunity for regenerating urban centres. The urban relief imposed by this process becomes an opportunity for the construction of public spaces in Japan - meisho - that are still increasingly scarce in the urban structure of Japanese cities. We sought to clarify and reflect the emergence of these meisho, the main differences from the Western public space and its evolution through a historical framework since 1603 - beginning of the Edo Period - until today. It is intended, through this analysis, to rethink and redefine the way contemporary Japanese public spaces are designed and create new meisho that can respond to community needs, disconnecting them from economic efficiency concepts, as a key strategy for the regeneration of Zushi’s urban center during Shrinkage.We understand Zushi City as a bedroom community of Tokyo and Yokohama, where the quality of urban and social life was lost, along with its identity. We look for the development of a new meisho born from a dialogue between memory, history and topography that aims to strengthen the human interaction, the relationship with nature and city.