Reconversão de zonas portuárias para uso público. Estudo de caso: Terminal de contentores de Alcântara, Lisboa

Mestrado em Arquitectura Paisagista - Instituto Superior de Agronomia - UL

A presente dissertação pretende numa primeira fase, estudar a evolução dos portos urbanos a nível mundial e a sua relação com a cidade, analisando os fatores que levaram ao afastamento destes dois elementos, resultando na degradação da frente de água e concedendo a oportunidade de implantação de operações de reconversão urbana. Através da exposição de dois casos de estudo, Génova e Londres, em diferentes contextos, quer geográficos, quer de importância atribuída, pretende-se fazer uma reflexão relativamente aos objetivos delineados e às estratégias adotadas na intervenção destes espaços. Pretende-se com isto compreender os fatores a considerar na reconversão da frente de água, assim como os fatores negativos que possam eventualmente ser originados por estas operações. Numa segunda fase e com vista à realização de uma proposta final de intervenção, aborda-se a cidade de Lisboa através de uma análise e caracterização do seu desenvolvimento assim como o do seu porto. Nesta análise são consideradas a identidade, a história do “lugar”, os fatores sociais, através da descrição dos bairros portuários existentes, e os métodos e instrumentos de gestão adotados com vista à alteração dos padrões e usos atribuídos à frente de água. A fase final culmina com a proposta de intervenção para uma área densamente ocupada pela atividade portuária na cidade de Lisboa, atividade que tem sofrido um abrandamento ao longo dos anos, tornando possível o aparecimento de áreas obsoletas e abandonadas. Para contradizer esta situação que se têm tornado tendenciosa, é apresentada uma proposta para a Doca e Terminal de Contentores de Alcântara. Tem como objetivo a regeneração desta área de forma a atrair novos fatores económicos, socias, culturais e ambientais, promovendo a relação dos habitantes com o rio Tejo, tornando possível o seu usufruto num contexto portuário ativo, salvaguardando assim esta atividade e satisfazendo as necessidades sociais e ambientais