Centros culturais portugueses: espaços vivos da cultura europeia?

Dissertação de mest. em Gestão Cultural, Univ. do Algarve, Univ. de Paris - 8, 1999

A proximidade de um novo século e de um novo milénio não tem sido considerado, talvez pela maioria dos portugueses, habituados a uma temporalidade larga, propícia a um fluir pausado. É, no entanto, demasiado importante para que possamos ficar indiferentes a um futuro que se prepara há muito, pleno de mudanças que durante quase quarenta anos se foram desenhando na Europa e que desde os anos sessenta se tornaram já certezas. Das questões sociais, às económicas e políticas, produziram-se modificações que alteraram, por vezes profundamente, as realidades que conhecíamos, com reflexos óbvios na maneira de nos situarmos perante os outros e nós próprios: "mundialização", "globalização", "transculturação", "multiculturalidade" "identidade Europeia", "unificação da Europa", surgiram no vocabulário diário. A este fenómeno não será alheio o impacte resultante das novas tecnologias de informação, resultante dos sistemas de comunicação via satélite, de gerações cada vez mais aperfeiçoadas de computadores, de avanços nos domínios das fibras ópticas, de sistemas menos onerosos, mais cómodos e espectaculares de registo e reprodução de sons e imagens