Trombose dos seios laterais como complicação de otite média : do diagnóstico ao tratamento

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2014

Lateral sinus thrombosis (LST) is a rare complication of otitis media since the widespread use of antibiotics, which altered the infection type from acute to chronic. The typical presentation symptoms like highgrade “picket fence” fever, severe generalized fronto-occipital headaches, otalgia, diplopia and decreased visual acuity are not as frequent as before, being less obvious and common to other illnesses. For these reasons LST is diagnostically challenging. Radiologic imaging is the key to confirm the diagnostic.Computerized tomography scan (CT) and magnetic resonance (MR) with angiotomography or angioressonance are essential to detect and localize the thrombus.Treatment depends of the lesion extension but normally it consists in the primary infection eradication with antibiotherapy and surgical management. Surgery can be a simple procedure like miringotomy with tympanic tube or mastoidectomy with or without internal jugular vein ligation. Anticoagulation still remains a controversial subject, because its use is not totally risk free and complications can occur. Also it may not influence the sinus recanalization.

A Trombose dos Seios Laterais (TSL) é hoje em dia uma complicação rara da otite média desde o uso da antibioterapia, que alterou o padrão de infecção causadora de aguda para crónica. Os sintomas de apresentação mais típicos como a febre com picos febris em “dente de serra”, cefaleias severas generalizadas fronto-occipitais, otalgia, diplopia e diminuição de acuidade visual não são tão frequentes hoje em dia, sendo a sintomatologia mais ténue e comum a outras patologias. Por estes motivos a TSL é bastante desafiadora em termos diagnósticos. Os exames complementares de diagnósticos de imagem são o ponto-chave para o diagnóstico. A tomografia computorizada (TC) e a ressonância magnética (RMN) com angiotomografia ou angiorressonância (AR), são vitais para detectar a existência e localização do trombo. O tratamento depende da extensão da lesão mas normalmente passa pela erradicação da infecção primária com antibioterapia e tratamento cirúrgico. Este pode ir desde procedimentos simples como miringotomia com colocação de tubo timpânico ou mastoidectomia com ou sem ligação da veia jugular interna. A anticoagulação continua a ser um assunto bastante controverso uma vez que o seu uso não é totalmente isento de riscos e possíveis complicações, podendo não influenciar a recanalização do seio.