A ansiedade infantil : vulnerabilidades da criança e influência dos pais
Contribuinte(s) |
Leal, Isabel Pereira Maroco, João |
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Data(s) |
19/09/2016
19/09/2016
22/06/2016
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Resumo |
Tese de Doutoramento em Psicologia na área de especialidade Psicologia Clínica Objetivo: Investigar a ansiedade infantil considerando a influência das seguintes variáveis: cognições das crianças e atribuições dos pais, relativas a estímulos ambíguos; medos e ansiedade dos pais. Disponibilizar instrumentos de medida da ansiedade das crianças e dos medos dos adultos, oriundos de populações comunitárias. Método: Procedeu-se à análise e avaliação das qualidades psicométricas das escalas: SCARED-R (n = 1238, idade 10-13); FSS III (n = 1980, idade 18-80). Foi realizada a análise confirmatória das duas escalas. Estas foram sujeitas a adaptações para a população do estudo e foi proposto um fator de 2ª ordem para cada instrumento. Foram realizadas 274 entrevistas, com 719 participantes (274/crianças/274mães/171pais) e preenchidos três instrumentos (SCARED-R; FSS III; STAI). Foram anotadas as respostas verbalizadas pelos participantes às questões colocadas, relativas ao instrumento Nine Ambiguous Stories. Realizou-se uma análise de conteúdo às respostas e procedeu-se à sua categorização. A fiabilidade da análise de conteúdo foi avaliada pelo nível de concordância entre os três avaliadores. As análises dos dados quantitativos foram realizadas com recurso a testes do Qui-Quadrado e t-Student; Correlação de Pearson; e, Modelos de Equações Estruturais. As análises estatísticas foram desenvolvidas com o IBM SPSS Statistics; IBM AMOS e MPlus. Resultados: A análise fatorial confirmatória confirmou a validade e fiabilidade das medidas obtidas da SCARED-R e da FSS-III na amostra do estudo. A codificação das respostas verbais das crianças apresentou 6633 unidades de registo, sendo 2570 positivas, 4063 negativas e 32 neutras. A exploração dos conteúdos originou 76 subcategorias. As positivas (25) englobaram conteúdos de interesse, confiança e segurança da criança perante as situações e conteúdos de emoção expressa. As negativas (32) juntaram conteúdos de emoção expressa, conteúdos de dificuldade, inibição, incapacidade, de danos físicos e materiais. Os pensamentos positivos das crianças e os medos das mães são preditivos da menor ansiedade das crianças. Os pensamentos negativos das crianças, os medos dos pais (homens) e ansiedade das mães são variáveis preditivas de maior ansiedade nas crianças. Os pensamentos positivos das crianças e as atribuições positivas das mães apresentaram uma relação positiva significativa. Conclusões: Esta investigação validou dois instrumentos de medida (da ansiedade e dos medos) a aplicar na promoção da saúde. Foi sugerida a reinterpretação e reavaliação dos conceitos de medos e ansiedade em populações normativas. O recurso à investigação destas populações e à perspetiva da criança permitiu concluir: os pensamentos positivos e negativos são características cognitivas do desenvolvimento normal das crianças com 10-11 anos; e, a expressão da emoção nos pensamentos deve ser considerada na investigação e intervenção. As características e perceções da criança sobre o seu funcionamento sugeriram crenças protetoras e crenças preditivas de níveis perturbados da ansiedade. A ansiedade e os medos dos pais devem ser analisados separadamente pois apresentam influências distintas na explicação da ansiedade das crianças. A correlação positiva das atribuições maternas e os pensamentos positivos das crianças, aliado à contribuição dos medos das mães para a redução da ansiedade da criança, sugeriu a existência de um mecanismo protetor materno ao desenvolvimento de níveis patológicos da ansiedade infantil. ABSTRACT : Aim: To research into child anxiety considering the influence of the following factors: children’s cognitions and parents’ attributions related to ambiguous stimuli; parents’ fears and anxiety. To provide measuring instruments of children’s anxiety and adults’ fears, using community samples. Method: The psychometric properties of two scales were analysed: SCARED-R (n = 1238, 10-13 years old); FSS III (n = 1980, 18-80 years old). CFA was performed on both scales. Then they were adapted to the population under study and a second order factor was proposed to each instrument. There were 274 interviews with 719 participants (274 children, 274 mothers, 171 fathers). SCARED-R, FSS III and STAI were completed. Participants also answered to questions related to the Nine Ambiguous Stories they had previously heard. A content analysis of their answers was done, followed by a categorization. Reliability of content analysis was based on the agreement between the three coders. Other statistical analyses involved Chi-Square and Student’s-t tests, Pearson correlation and Structural Equation Modeling. They were performed using IBM SPSS Statistics, IBM AMOS and MPlus. Results: CFA confirmed the validity and reliability of data from SCARED-R and FSS III in the sample under study. Scoring of children’s verbal answers resulted in 6633 recording units, from which 2750 were positive, 4063 were negative and 32 were neutral. Seventy six categories of content were found. Positive categories (25) included contents related to child’s interest, confidence and certainty when facing situations, and also contents of expressed emotion. Negative categories (32) included contents of expressed emotion, difficulty, inhibition, inability, physical and material damage. Children’s positive thoughts and mothers’ fears predict lower levels of anxiety in children. Children’s negative thoughts, fathers’ fears and mothers’ anxiety predict higher levels of children’s anxiety. Children’s positive thoughts and mothers’ positive attributions are significantly and positively related. Conclusions: This study validates two instruments (measuring anxiety and fears) to be used in health promotion. It suggests a reinterpretation and a re-assessment of the concepts of fear and anxiety in normative populations. Using this kind of populations and focusing the child’s perspective it is concluded that positive and negative thoughts are cognitive characteristics of children’s (aged between 10 and 11 years) normal development; the expression of emotion found on thoughts should be considered in intervention processes and research. Child’s characteristics and perceptions about his/her own functioning suggest the existence of protecting beliefs but also beliefs that predict dysfunctional levels of anxiety. Parents’ anxiety and fears should be separately analysed as they present distinct influences over children’s anxiety. The positive correlation between mother’s attributions and children’s positive thoughts, along with the contribution of mothers’ fears to reduce children’s anxiety, suggests the existence of a protective maternal mechanism against the development of pathological anxiety levels in children. |
Identificador |
http://hdl.handle.net/10400.12/4896 101375654 |
Idioma(s) |
por |
Relação |
info:eu-repo/grantAgreement/FCT/SFRH/SFRH%2FBD%2F63377%2F2009/PT |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Pensamentos das crianças #Cognições #Vulnerabilidades #Influências parentais #Ansiedade #Medos #Children’s thoughts #Cognitions #Vulnerabilities #Parental influences #Anxiety #Fears #Domínio/Área Científica::Ciências Sociais |
Tipo |
doctoralThesis |