Estatuto socioeconomico, saúde e patologia mental na adolescência


Autoria(s): Almeida, Nuno Filipe da Silva
Contribuinte(s)

Sá, Eduardo

Data(s)

29/05/2016

29/05/2016

2009

Resumo

Dissertação de mestrado apresentada ao ISPA - Instituto Universitário

Influências socioculturais na saúde de um indivíduo têm sido alvo de diversos estudos nas últimas décadas, pretendendo compreender de que forma e em que grau o ambiente influencia a construção de uma personalidade mais ou menos saudável. Alguns autores salientam aspectos de natureza interna como principais modeladores da personalidade, outros afirmam que aspectos sociais e culturais desempenham um papel tão importante como os de natureza interna. Neste estudo tentámos entender se e de que forma o Estatuto Socioeconómico (ESE) influencia o desenvolvimento de uma personalidade saudável. A população alvo foi constituída por 65 adolescentes da zona de Lisboa e Vale do Tejo, com uma média de idades de 14,52. Posteriormente divididos em dois grupos consoante o ESE: Alto (n= 33) e Baixo (n= 32). Quarenta sujeitos pertenciam a uma família tradicional, enquanto 25 pertenciam a uma família monoparental. Aplicou-se o SCL-90-R e uma folha para recolha de dados sociofamiliares. Os resultados demonstram que existem diferenças nas escalas de Somatização, Depressão, Ansiedade e Psicoticismo entre adolescentes de ESE Alto e Baixo, sendo mais elevados na classe Baixa. Não foram encontradas diferenças entre as famílias Tradicionais das classes Alta e Baixa nem entre as famílias Monoparentais das classes Alta e Baixa. Encontraram-se diferenças relativamente ao género que estão de acordo com os valores da população normativa Portuguesa. Concluiu-se que as diferenças encontradas entre os ESEs poderão dever-se à existência de um tipo de comunicação que dificulta o acesso ao simbólico, à capacidade de fantasiar e consequentemente a uma maior somatização, no sentido lato do sintoma.

Aiming to understand how and in what degree the environment influences the structure of a healthy personality. Socio-cultural influences in the individual’s health have been investigated on several studies throughout the last decades: some authors emphasize internal issues as the major shapers of personality, others argue that social and cultural aspects play a role as important as the internal ones. In this study we tried to understand whether and how the socio-economical status (SES) influences the development of a healthy personality. The target population was composed by 65 adolescents from Lisbon e Vale do Tejo, with an average age of 14.52. The target population has been further divided into two groups according to the SES: High (n=33) and Low (n=32). Forty individuals were part of a traditional family, while 25 belonged to a single-parent family. We used the SCL-90-R and a sheet to collect socio-family data. The results show that there are differences on the scales of Somatization, Depression, Anxiety and Psychoticism in teenagers of high and low SES, although the highest scores occur in the Low Class. No differences were found between the Traditional families in the upper and lower classes nor between single-parent families of upper and lower classes. Differences were found on gender that are consistent with the values of the Portuguese population. We concluded that the differences between SESs may be due to the existence of a type of communication that prevents access to the symbolic, to the ability to fantasize and consequently to a the greater somatization in the broadest sense of the symptom.

Identificador

http://hdl.handle.net/10400.12/4673

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Saúde mental #Adolescência #Estatuto socioeconómico #Estatuto #SCL‐90‐R #Mental-health #Adolescence #Socio-economical status #Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
Tipo

masterThesis