Megabalanus azoricus (Pilsbry, 1916) : building a scientific basis for its management


Autoria(s): Dionísio, Maria Ana Manso
Contribuinte(s)

Costa, Ana Cristina de Matos Ricardo

Rodrigues, Armindo dos Santos

Data(s)

27/07/2016

27/07/2016

05/07/2013

Resumo

Tese de Doutoramento, Biologia (Ciências do Mar), 5 de Julho de 2013, Universidade dos Açores.

Este estudo centrou-se na constituição de uma base científica para a gestão da exploração comercial craca gigante Megabalanus azoricus (Pilsbry, 1916),um recurso muito apreciado nos Açores. Apesar destas cracas serem capturadas e vendidas para consumo humano, até o início deste Doutoramento, eram escassos os estudos científicos tendo M. azoricus como espécie alvo. A tese aqui apresentada constitui uma compilação de elementos científicos para apoio á decisão para a gestão sustentável desta espécie. O trabalho final apresenta-se dividido em cinco capítulos principais constituídos por seis artigos científicos, quatro dos quais estão aceites e publicados, um em fase de revisão e 1 submetido. Todos os artigos estão publicados/submetidos em revistas científicas internacionais indexadas. A redescrição de M. azoricus assentou na descrição de características morfológicas até então desconhecidas para esta espécie (e.g. detalhes dos cirros). Neste trabalho para além da confirmação da descrição efectuada por Pilsbry, em 1916, estudaram-se também aspectos morfométricos. Estes dados são úteis para identificação da espécie em novas localizações e contribuir significativamente para a gestão de M. azoricus. Na segunda parte do trabalho, é apresentado, pela primeira vez, o desenvolvimento larvar de M. azoricus com descrição detalhada das larvas, enfatizando as mudanças no tamanho, forma, morfologia geral e de duração de cada estádio. Para investigar a segurança alimentar do consumo de cracas foram avaliadas as concentrações de 10 metais - As (Arsénio), Cd (cádmio), Cr (Crómio), Cu (Cobre), Mn (manganês), Pb (Chumbo), Rb (Rubídio), Se (Selénio), Sr (estrôncio) e Zn (Zinco) - em três tipos de tecido de exemplares desta espécie. Foram encontrados níveis alarmantes de As e Cd no músculo, ovários e cirros. Tendo em consideração a ausência de indústria pesada na região, foi atribuída como fonte não-antropogénica vulcânica. As cracas, em particular M. azoricus, parecem ser bons bioindicadores de metais nestes peculiares ambientes insulares vulcânicos. Como sabemos, a exploração de marisco nos Açores tem sido caracterizada como sendo de pequena escala e artesanal, assumindo-se portanto, como sustentável. O primeiro passo para compreender a dinâmica deste tipo de pesca nos Açores, foi efectuar uma análise conjunta da estatística das descargas em lota e inquéritos realizados a diferentes utilizadores (residentes, turistas e restaurantes). Desenvolveu-se um novo índice de avaliação de recurso com base nos desembarques e preços praticados em lota cuja aplicação revelou algumas diferenças entre as ilhas. A ilha Terceira é a ilha onde existe maior valorização deste recurso. A análise dos inquéritos a restaurantes, moradores, turistas e desembarque de cracas, revela um mercado paralelo de dimensões desconhecidas que levanta grandes entraves na avaliação real e precisa da exploração deste marisco. De uma outra perspectiva, não muito distante de Megabalanus azoricus, a história das cracas açorianas é vista de duas vertentes. Uma visão do passado, com a primeira descrição de Zullobalanus santamariaensis, craca fóssil endémica do arquipélago. E, uma vertente futurista, que reflecte a "recente" problemática das espécies exóticas nos Açores. Estas "novas" espécies introduzidas podem afectar as comunidades através da perda de biodiversidade, provocando sérios danos quer ao nível económico, quer na saúde pública. Fazem-se considerações sobre a morfologia e o ciclo de vida da família Balanidae e levantam-se algumas hipóteses relacionadas sobre o seu potencial invasor.

ABSTRACT: This study focused on building a scientific basis for the management of commercially exploited giant barnacle Megabalanus azoricus (Pilsbry, 1916), a much appreciated resource in the Azores, mainly caught in coastal environments and sold for domestic human consumption. Until the start of this PhD there were few scientific studies focusing this species. The work is divided in 5 main chapters with six papers, 4 accepted and published, 1 under revision and 1 submitted. The re-examination of M. azoricus revealed many unknown morphological features, very useful for species identification, and also confirmed the description made by Pilsbry in 1916 and morphological features herein described (e.g. true tergal spur), providing a significant contribution towards M. azoricus management. The second work provides the first description of larval development, emphasizing the changes in larval size, shape, general morphology and duration for each larval stage. To investigate consumption safety, the concentrations of 10 trace metals – As (Arsenic), Cd (Cadmium), Cr (Chromium), Cu (Cooper), Mn (Manganese), Pb (Lead), Rb (rubidium), Se (Selenium), Sr (Strontium) and Zn (Zinc) - were evaluated in 3 body tissues of M. azoricus from 3 sites on 2 islands. Alarming levels of As and Cd were found in the muscle, ovaries and cirrus. Considering the absence of heavy industry in the region, a non-anthropogenic volcanic source was assumed to be the reason for the observed metal levels. Barnacles, in particular M. azoricus, seem to be useful as bioindicators in this peculiar insular volcanic environment. As we know the Azorean shellfish exploitation has been characterized as artisanal and small-scale, and thus sustainable. The first step to understand the dynamic of this Azorean fishery was made with analysis of discharges statistics and inquiries to different users (residents, tourists and restaurants). A new index of resource valuation based on landings and prices was also applied and revealed differences among the islands. The higher valuation of the resource is made in the Terceira Island. The analysis of restaurants inquiries, landings, residents and tourists alerts for a parallel market of unknown dimensions that raise concerns due to the difficulty posed to an accurate assessment of this shellfish real exploitation. In other point of view, not far from Megabalanus azoricus, an Azorean barnacle’s history is revised in two points. The first focusing Zullobalanus santamariaensis, endemic to the Azores archipelago and, until its discovery of its fossil material, the genus was restricted to the Southern Hemisphere. The last paper, representing a futuristic view, reflects about the “recent” arrived barnacles to the Azores. This “new” introduced species can affect communities through biodiversity loss and serious damage to economy and public health. In this article it is also highlighted some considerations about morphology and life cycle of Balanidae family and some hypothesis are advanced, discussed and related about their invasive potential.

Bolsa de investigação FRCT/2007/M 3.1.2 (Governo Regional dos Açores, PROEMPREGO, Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, Fundo Regional de Ciência e Tecnologia); CIBIO – Pólo Açores, Departamento de Biologia da Universidade dos Açores.

Identificador

Dionísio, Maria Ana Manso. "Megabalanus azoricus (Pilsbry, 1916): building a scientific basis for its management". 2013. 133 p.. (Tese de Doutoramento em Biologia, especialidade de Ciências do Mar). Ponta Delgada: Universidade dos Açores, 2013. [Consult. Dia Mês Ano]. Disponível em www:<http://hdl.handle.net/10400.3/3827>.

http://hdl.handle.net/10400.3/3827

101267878

Idioma(s)

eng

Direitos

restrictedAccess

http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Palavras-Chave #Megabalanus azoricus #Craca Gigante #Reprodução #Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências Biológicas
Tipo

doctoralThesis