Educação em neurofisiologia da dor e exercício em adolescentes com dor cervical: um estudo piloto da sua efetividade


Autoria(s): Andias, Rosa Maria de Sousa
Contribuinte(s)

Silva, Anabela Gonçalves

Data(s)

05/07/2016

05/07/2016

2015

Resumo

Enquadramento: A prevalência da dor cervical crónica em adolescentes está a aumentar. Estudos recentes têm comprovado a eficácia de programas de educação com base na neurofisiologia da dor e exercício na diminuição da dor, incapacidade, medo e ansiedade associados à dor crónica. Contudo, apesar deste tipo de programas apresentar resultados promissores em adultos, a sua aplicação e efetividade em populações mais jovens tem sido pouco estudada. Objetivos: Avaliar a efetividade de um programa de educação com base na neurofisiologia da dor associado a exercícios na dor cervical crónica em adolescentes na 1) frequência e intensidade da dor, 2) incapacidade associada, 3) capacidade de resistência dos músculos flexores e extensores profundos da cervical e estabilizadores da omoplata, 4) ansiedade e 5) catastrofização. Métodos: Um total de 43 adolescentes com idade entre os 15 e os 18 anos da Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes participaram neste estudo. Foram avaliadas a intensidade, duração e frequência da dor cervical, a incapacidade associada e a resistência dos músculos flexores e extensores profundos da cervical e estabilizadores da omoplata através dos testes dos flexores e extensores profundos e estabilizadores da omoplata, respetivamente. Foram também avaliados os níveis de ansiedade, catastrofização e perceção de mudança através do Inventário de Ansiedade Estado-Traço, da Escala de Catastrofização da Dor e da Escala de Perceção Global de Mudança. Resultados: O número de participantes a referir dor na semana que precedeu a avaliação no grupo experimental reduziu em 28,5%. Verificou-se uma interação significativa entre o momento de avaliação (antes da intervenção vs após a intervenção) e o grupo (experimental vs. controlo) para as variáveis resistência dos flexores profundos e catastrofização e um efeito do momento e do grupo (mas não uma interação) para a dor, incapacidade, resistência dos músculos extensores e estabilizadores da omoplata e ansiedade traço (p<0.05). Dos 21 participantes do grupo experimental, 85,7% referiu mudanças significativas na Escala de Perceção Global de Mudança. Conclusão: A educação em neurofisiologia da dor é uma intervenção que poderá ser utilizada em adolescentes com dor crónica, com resultados significativos na redução da dor, melhoria da resistência muscular dos músculos flexores e extensores profundos da cervical e estabilizadores da omoplata e diminuição da catastrofização.

Background: The prevalence of chronic neck pain in adolescents is increasing. Recent studies have confirmed the effectiveness of education programs based on neurophysiology of pain and exercise in reducing pain, disability, fear and anxiety associated with chronic pain. Nevertheless and despite the promising results in adults, we were unable to find evidence on its implementation and effectiveness in younger populations. Aim: To assess the effectiveness of an intervention program based on education of pain neurophysiology associated with exercise in adolescents with chronic neck pain in terms of 1) frequency and intensity of pain, 2) associated disability, 3) endurance of the flexor muscles and deep extensor cervical and scapula stabilizers, 4) anxiety and 5) catastrophizing. Methods: A total of 43 adolescents aged 15 to 18 years old from Secondary School Dr. João Carlos Celestino Gomes participated in this study. Measurements of pain intensity, pain duration and frequency, pain associated disability, and endurance of the deep neck flexor and extensor muscles and scapula’s stabilizers. The later were take nusing the deep neck flexor and extensor test and scapular test, respectively. Anxiety, catastrophizing and perception of change were also assessed through Anxiety Inventory State Trait, the Catastrophizing Scale of Pain and Patient Global Impression of Change. Results: The number of participants that referred pain in the week before the assessment in the experimental group decreased by 28,5%. There was a significant interaction between time of evaluation (before the intervention vs. after intervention) and group (experimental vs. control) to the variable endurance of the deep flexor and catastrophizing and an effect of the moment and the group (but not an interaction) for pain, disability, endurance of the extensor deep and of the scapula stabilizers muscles, and trait anxiety (p <0.05). Of the 21 participants in the experimental group, 85.7% reported significant changes in the Patient Global Impression of Change. Conclusion: Education in pain neurophysiology is an intervention that can be used in adolescents with chronic pain, with significant results in reducing pain, improving muscle endurance of the deep neck flexors and extensors muscles and stabilizers of the scapula and decreasing pain catastrophizing.

Mestrado em Fisioterapia

Identificador

http://hdl.handle.net/10773/15851

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade de Aveiro

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Fisioterapia #Exercício físico - Adolescentes #Pescoço - Dor #Dor cervical crónica #Adolescentes #Educação em neurofisiologia da dor #Exercício
Tipo

masterThesis