O ensino de arte pós-moderno na arte de Daniel Francisco de Souza


Autoria(s): Sá, Raquel Mello Salimeno de
Contribuinte(s)

Dângelo, Newton

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Victorio Filho, Aldo

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Lehmkuhl, Luciene

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Marques, Mara Rubia Alves

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Arslan, Luciana Mourão

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735617P2

Data(s)

26/09/2016

26/09/2016

01/07/2016

Resumo

This thesis presents a research that links cultural history and visual culture in a sociobiographical approach. It gives a “political treatment” to the educational experience in the transition of art teaching from the modern to the postmodern. By taking into account my experiences as an educator and the poetic practice in Daniel Francisco de Souza’s visual art, I propose a dialogue with his art and a series of visual narratives this artist/student produced at the time of his education and recently. Such visual narratives were taken as research source and research subject. They were created in a rural setting in dialogue with formal art teaching in two phases: 1992–6, when Daniel Fran cisco attended elementary school in the rural area of Uberlândia, MG; and 2008–10, when he attended Visual Arts graduation at Federal University of Uberlândia city. I analyze historical processes related to art and teaching, from the early sixteenth century to the present times, to realize residues in students’ poetic experiences. I relate Brazilian educational public policies with experi- ences in that rural school. I try to show the extent to which our educational practices triggered experiences — from ones common to intense ones — and promoted forms of “emancipation-knowledge” or “regulation-knowledge” and how the “selective tradition” was and how art predetermined history images gave way to everyday visual references, pointing to the “broad field” of visual culture. I make an effort to show Daniel Francisco’s work as an adult by tak- ing it according to different approaches. In a poetic reading, first, I emphasixe the material and the symbolic in his art. In a second look, I approach his work through the intertwining experiences of three characters from different times and places that participated in the making of his art: the artist farmer, the artist teacher and the teacher researcher. I assume the existence of a mutual cultural incompleteness in these three characters; which means that parts of their “structures of feeling” built on the interrelationship among them are part of the artist’ work as a historical content decanted. Thirdly, I demonstrate how the artist sees his place as a key re ference to his poetic creation. His work does not reflect the rural bucolic as something untouched. In showing the difficulty in distinguishing the archaic residual, I identify emerging issues in his work. I conclude that the artist — Daniel Francisco — and the researcher — myself — present maverick features: both are scavengers; their productions approach the working with scraps in art and in the academy; even momentarily, they live in exile in the warmth of the borders or the edges, from where one sees the center clearly. In these spaces, when certain structures and normative codes enter into coalition, they fragment pre-established strategies and stimulate the creation of survival tactics.

Tese (Doutorado)

A pesquisa descrita nesta tese aproxima a história cultural da cultura visual numa abordagem sociobiográfica. Lança um “olhar político” sobre experiências educativas representativas de um processo de transição no ensino de arte: do moderno ao pós-moderno. Valendo-me de minhas experiências como educadora e da prática poética na arte visual do artista Daniel Francisco de Souza, proponho um diálogo com sua arte e com uma série de narrativas visuais do artista/estudante produzidas durante o período de sua formação e recentemente. Tais narrativas visuais foram tomadas como fontes de pesquisa e como objeto de estudo. Foram criadas numa cultura rural em diálogo com o ensino formal de arte em duas fases: 1992–6 — quando ele cursou o nível funda- mental na Escola Municipal Olhos D’água, situada no meio rural do município de Uberlândia, MG; e 2008–10 — quando Daniel cursou a graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Uberlândia. Analiso processos históricos relacionados com a arte e seu ensino, desde o início do século XVI aos tempos atuais, para perceber os resíduos existentes nas experiências poéticas dos alunos. Relaciono as políticas públicas em educação no Brasil com as experiências vividas na escola Olhos D’água. Procuro demonstrar em que medida nossas práticas educativas desencadearam experiências — das comuns às intensas — e promoveram formas de “conhecimento-emancipação” ou de “conhecimento-regulação”. Procuro demonstrar como foi a “tradição seletiva” e como as imagens da história da arte adotadas deram lugar às referências visuais do cotidiano, apontando o “campo abrangente” da cultura visual. Desdobro-me para apresentar a obra do artista Daniel Francisco já adulto por diferentes enfoques. Numa leitura poética, em primeiro lugar, enfatizo o material e o simbólico na sua arte. Num segundo enfoque, abordo seu trabalho por meio do entrelaçamento das experiências de três personagens que em espaços/tempos diferentes participaram de sua feitura: o artista/camponês, o artista/professor e a professora/ pesquisadora. Parto do pressuposto da existência de uma incompletude cultural mútua nos três personagens; ou seja, de que partes de suas “estruturas de sentimento” construídas na inter-relação entre eles se encontram na obra do artista entendida como conteúdo histórico decantado. Num terceiro momento, demonstro como o artista traça seu lugar como referencial-chave da criação poética. Sua obra não reflete o bucólico rural como algo intocado. Ao demonstrar a dificuldade em distinguir o arcaico do residual, identifico aspectos emergentes em seu trabalho. Concluo que artista e pesquisadora apresentam traços do maverick: ambos são catadores; suas produções revelam uma aproximação do trabalho com sucata na arte e na academia; mesmo que momentaneamente, vivem asilados no aconchego das fronteiras; ou nas bordas, de onde se vê melhor o centro. É nesses espaços que certas estruturas e certos códigos normativos, ao entrarem em coalizão, fragmentam as estratégias pré-estabelecidas, estimulando a criação de táticas de sobrevivência.

Identificador

Sá, Raquel Mellon Salimeno de. O ensino de arte pós-moderno na arte de Daniel Francisco de Souza. 2016. 232 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2016.

https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/17781

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade Federal de Uberlândia

Brasil

Programa de Pós-graduação em História

Direitos

Acesso Aberto

Palavras-Chave #História #Arte e história #História cultural #Daniel Francisco de Souza - história e crítica #Sociobiografia #Ensino de arte pós-moderno #Poética rural #Cultura de fronteira #CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Tipo

Tese