Tendências e projeções da mortalidade pelos cânceres específicos ao gênero no Brasil


Autoria(s): Barbosa, Isabelle Ribeiro
Contribuinte(s)

Costa, Íris do Céu Clara

00953152413

http://lattes.cnpq.br/0211762022010569

14076152468

http://lattes.cnpq.br/9903762680376103

Souza, Dyego Leandro Bezerra de

00902557475

http://lattes.cnpq.br/9953301230987878

Ferreira, Maria Angela Fernandes

39817270459

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Curado, Maria Paula

02906298883

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Cancela, Marianna de Camargo

01935141929

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Rosendo, Tatyana Maria Silva de Souza

03508844471

http://lattes.cnpq.br/4946747115155324

Data(s)

02/03/2016

02/03/2016

30/03/2015

Resumo

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq

Os cânceres que acometem os órgãos genitais masculinos e femininos, em conjunto com o câncer de mama, são responsáveis por cerca de 20% dos óbitos por câncer no mundo. Conhecer os padrões de mortalidade por esses cânceres no Brasil, as mudanças que se produziram ao longo do tempo, os grupos mais vulneráveis e a carga de mortalidade que se apresentará no futuro são elementos básicos para a estruturação das ações assistenciais e de vigilância do câncer. O objetivo desse estudo foi analisar as tendências de mortalidade pelos cânceres que acometem órgãos que são específicos a cada gênero e projetar a mortalidade por esses cânceres até o ano de 2030, para o Brasil, regiões e estados da federação. Trata-se de um estudo ecológico de base populacional que analisou os óbitos, ocorridos no período 1996 a 2010, decorrentes dos cânceres de colo do útero, corpo do útero, mama feminina, ovários, vulva, vagina, próstata, pênis e testículos, registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade; as informações sobre população foram obtidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi aplicada a Regressão loglineal (Joinpoint regression) com taxas padronizadas (população mundial: ASR-W) para estimar o Annual Percentage Change (APC), o Average Annual Percentage Change (AAPC), o intervalo de confiança 95% e os pontos de inflexão da curva; as projeções foram calculadas através do programa Nordpred, inscrito no programa R, utilizando o modelo idade-período-coorte, analisando posteriormente se as mudanças que se produzirão no futuro serão decorrentes da exposição aos fatores de risco e/ou da estrutura da população exposta ao risco. Todas as análises também foram aplicadas para o conjunto de todos os óbitos por câncer (com exceção dos cânceres de pele não-melanoma). Para o Brasil, a mortalidade pelos cânceres de pênis (APC=1,5% IC95% 0,7;2,3 p<0,05), testículos (APC=1,6% IC95% 0,5;2,8 p<0,05) e ovários (APC=0,8% IC95% 0,1; 1,5 p<0,05), mostraram tendência de aumento, enquanto os cânceres de vulva e vagina (APC=-0,1% IC95% -0,9; 0,7 p=0,8), corpo de útero (APC= -0,3 IC95% -1,0; 0,5 p=0,4), mama (APC=0,4% IC95% -0,2;1,0 p=0,2) e de próstata (AAPC= 1,1% IC95% -0,2; 2,4 p=0,1) apresentaram tendência de estabilidade. A mortalidade por câncer de colo de útero apresentou tendência de redução (APC=-1,7% IC95%-2,2; -1,1 p<0,05). A análise do agrupamento de todos os óbitos por câncer observou tendência de aumento na mortalidade para o sexo masculino até o ano de 2006 (APC= 1,2% IC95% 0,6;1,8 p<0,01), seguido de um período de estabilidade. Para o sexo feminino, a tendência é de estabilidade (APC=0,4% IC95% -0,2;-1,8 p=0,2). As taxas de mortalidade para todos os cânceres analisados mostraram, de maneira geral, tendência de redução nas regiões sul e sudeste, tendência de aumento nas regiões norte e nordeste, e estabilidade para a região centro oeste. Na projeção da mortalidade para o ano 2030, as regiões norte e nordeste responderão pelas maiores taxas de mortalidade para os cânceres analisados; todavia, para as demais regiões, será observada redução nas taxas em comparação com o último período observado. Destacase o câncer de testículo, para o qual será observado aumento de 33% na carga da mortalidade até o ano 2030. Para os demais cânceres, não serão observadas variações consideráveis nas taxas de mortalidade para o Brasil entre o último período observado e o último período projetado. A estrutura e o tamanho da população brasileira serão os fatores que explicarão os padrões de mortalidade por esses cânceres no futuro, embora para a região nordeste, as variações serão explicadas, em maior medida, pelo aumento do risco para esses cânceres. Conclui-se, portanto, que existe uma marcante desigualdade na distribuição da mortalidade pelos cânceres específicos ao gênero no Brasil, onde as regiões mais pobres apresentam um quadro de aumento significativo do número de óbitos ao longo de uma série histórica, e que em 2030, essas regiões responderão pelas maiores taxas de mortalidade no país, com ênfase para os cânceres de pênis, testículos e ovários.

Identificador

BARBOSA, Isabelle Ribeiro. Tendências e projeções da mortalidade pelos cânceres específicos ao gênero no Brasil. 2015. 126f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015.

http://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/19917

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Brasil

UFRN

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

Direitos

Acesso Aberto

Palavras-Chave #Mortalidade #Tendências #Projeções #Câncer do colo do útero #Câncer de ovário #Câncer de vulva #Câncer de vagina #Câncer de pênis #Câncer de testículo #Câncer de próstata #Câncer de mama #CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Tipo

doctoralThesis