Medidas não farmacológicas no alívio da dor no trabalho de parto


Autoria(s): Prata, Ana Rita Proença Gomes
Contribuinte(s)

Ferreira, Manuela Maria Conceição

Duarte, João Carvalho

Data(s)

08/06/2016

08/06/2016

02/10/2015

29/05/2015

Resumo

Enquadramento: A dor do parto resulta de complexas interações, de caráter inibitório e excitatório e, apesar de os seus mecanismos serem análogos aos da dor aguda, há fatores próprios do trabalho de parto de natureza neurofisiológica, obstétrica, psicológica e sociológica que intervêm no seu limiar. Neste sentido, os métodos não farmacológicas podem auxiliar a parturiente no alívio da dor, reduzir os níveis de stresse e ansiedade e, consequentemente promover uma maior satisfação. Objetivos: Demonstrar evidência científica de se os métodos não farmacológicos usados no alívio da dor no trabalho de parto são mais eficazes quando comparados com a não utilização de nenhum método, placebo ou qualquer outro método; verificar o uso de medidas não farmacológicas no alívio da dor do parto; averiguar quais as variáveis sociodemográficas, variáveis contextuais da gravidez e contextuais do parto que interferem no recurso a medidas não farmacológicas no alívio da dor do parto. Métodos: No estudo empírico I seguiu-se a metodologia de revisão sistemática da literatura. Foi realizada uma pesquisa na EBSCO, PubMed, Scielo e RCAAP, de estudos publicados entre 1 janeiro de 2010 e 2 de janeiro de 2015. Os estudos encontrados foram avaliados de acordo com os critérios de inclusão previamente estabelecidos e, posteriormente, foi feita uma apreciação da qualidade dos estudos, por dois revisores, utilizando a “Grelha para avaliação crítica de um artigo descrevendo um ensaio clínico prospetivo, aleatorizado e controlado” (Bugalho & Carneiro, 2004). No final, foram incluídos no corpus do estudo 4 artigos. O estudo empírico II enquadra-se num estudo quantitativo, transversal, descritivo e retrospetivo, desenvolvido no serviço de Obstetrícia do Centro Hospitalar Cova da Beira, segundo um processo de amostragem não probabilística por conveniência (n = 382). A recolha de dados efetuou-se através da consulta de processos clínicos de mulheres com idade ≥ 18 anos, que tiveram um parto vaginal com feto vivo após as 37 semanas de gestação. Resultados: Os métodos não farmacológicos usados no alívio da dor no trabalho de parto são mais eficazes quando comparados com a não utilização de nenhum método, placebo ou qualquer outro método. Numa amostra constituída por 382 mulheres, com uma idade média de 30,95 anos (±5,451 anos), em 34,6% dos casos foram aplicadas as medidas não farmacológicas no alívio da dor no trabalho de parto, sobressaindo a respiração e o relaxamento (86,3%). Em alguns casos, ainda que em menor número, foi aplicada a hidroterapia isolada (6,9%) ou associada à respiração e ao relaxamento (5,3%), bem como a hipnose (0,8%) e a associação entre respiração e massagem (0,8%). Conclusão: De acordo com os resultados obtidos e com base na evidência científica disponível, importa referir que é essencial que os cuidados não farmacológicos de alívio da dor no parto sejam explorados, por serem mais seguros e acarretarem menos intervenções. Desta feita, os profissionais de saúde que prestam assistência às mulheres durante o trabalho de parto e parto têm de ter acesso ao conhecimento acerca desses métodos e os seus potenciais benefícios, a fim de os poderem aplicar com maior segurança, o que resultará indiscutivelmente numa maior humanização do parto, caminhando-se no sentido de uma maternidade mais segura. Palavras-chave: Trabalho de parto; dor de parto; terapias complementares; terapias alternativas

Abstract Background: Labor pain is the result of complex interactions of inhibitory and excitatory character and although their mechanisms are similar to those of acute pain, there are specific factors of labor of neurophysiological nature, obstetric, psychological and sociological involved in their threshold. In this sense, non-pharmacological methods can help the mother in relieving pain, reduce stress and anxiety levels and thus foster greater satisfaction. Objectives: Demonstrate scientific evidence of non-pharmacological methods used for pain relief during labor are more effective compared to not using any method, placebo or any other method; check the use of non-pharmacological methods to relieve labor pain; determine which sociodemographic variables, contextual variables of pregnancy and contextual delivery that interfere with the use of non-pharmacological methods to relieve labor pain. Methods: In the empirical study we followed the systematic review methodology literature. A survey was carried out in EBSCO, PubMed, Scielo, e RCAAP, of studies published between January 1, 2010 and January 2, 2015. The studies found were evaluated according to the inclusion criteria previously established and subsequently an appreciation of quality of studies was made, by two reviewers using the "Grid to critically appraise an article describing a prospective, randomized and controlled" (Bugalho & Carneiro, 2004). In the end, we were included in the study corpus 4 articles. The empirical study II is part of a quantitative, cross-sectional, descriptive and retrospective study, developed in Obstetrics Service of Cova da Beira Hospital, according to a non-probability sampling process for convenience (n = 382). Data collection was made through the medical records of women consultation with age ≥ 18 years, who had a vaginal delivery with a live fetus after 37 weeks of gestation. Results: The non-pharmacological methods used for pain relief during labor are more effective compared to not using any method, placebo or any other method. In a sample of 382 women with an average age of 30.95 years (± 5.451 years), in 34.6 % of cases were applied non-pharmacological methods for pain relief in labor, highlighting breathing and relaxation (86.3 %). In some cases, although to a lesser extent, was applied to hydrotherapy isolated (6.9%) or associated with breathing and relaxation (5.3%) and hypnosis (0.8%) and the association between breathing and massage (0.8%). Conclusion: According to the results and based on scientific evidence available, it should be noted that it is essential that non-pharmacological care relief in childbirth pain are exploited because they are safer and tend to carry fewer interventions. This time, the health professionals who assist women during labor and childbirth must have access to knowledge about these methods and their potential benefits in order to be able to apply them with greater safety, which will result in an arguably more humanization of birth, walking up towards safer motherhood. Keywords: Labor; pain; complementary therapies; alternative therapies.

Identificador

http://hdl.handle.net/10400.19/3218

201163012

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Dor no trabalho de parto #Terapias complementares #Complementary therapies #Labor pain #Domínio/Área Científica::Ciências Médicas
Tipo

masterThesis