Novos anticoagulantes orais : uma revisão sobre os perfis de eficácia e segurança e as características relevantes para aplicação na prática clínica

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2014

Até recentemente, os antagonistas da vitamina K, anticoagulantes indiretos e com múltiplos alvos terapêuticos, mantinham-se como o pilar da anticoagulação oral para a maioria das indicações clínicas. Com o advento e aprovação para diversas indicações dos novos anticoagulantes orais (NOACs), um inibidor direto da trombina, dabigatran, e dois inibidores diretos do factor Xa, rivaroxaban e apixaban, as tentativas de estimar qual a extensão com que os mesmos podem substituir a terapêutica anticoagulante standard tem sido consideradas oportunas. Com a possibilidade de administração em doses fixas, o facto de a monitorização de rotina não ser necessária para a maioria dos doentes, e dado menor número de interações com outros fármacos ou alimentos em comparação com a varfarina, existem poucas dúvidas de que os novos anticoagulantes orais se associam a um custo de monitorização mais reduzido. No entanto, certas características podem ainda limitar uma aplicação mais generalizada na prática clínica. Este trabalho revê os perfis de eficácia e segurança dos três fármacos em 3 indicações médicas, em comparação com a terapêutica anticoagulante standard ou placebo, e aborda ainda outros determinantes da aplicação clínica, nomeadamente a aderência a longo prazo, as formas de monitorização, a transição entre esquemas terapêuticos e o custo.

Until recently, vitamin K antagonists, indirect multi-targeted anticoagulants, stood as the mainstay of the oral anticoagulant therapy for the majority of the clinical indications. With the advent and approval for several indications of new oral anticoagulants (NOACs), a direct thrombin inhibitor, dabigatran, and two direct factor Xa inhibitors, rivaroxaban and apixaban, attempts to estimate the extent to which they can replace the standard anticoagulant therapy have been considered appropriate. With the possibility for administration of fixed doses, routine monitoring not needed for the average patient, and less drug-drug and drug-diet interactions than warfarin, there is little question that NOACs bring with them a lower management burden. However, certain characteristics may still limit a more generalized application in clinical practice.This paper reviews the efficacy and security profiles of the three drugs in three medical indications, versus standard anticoagulant therapy or placebo, and approaches other determinants of clinical application, in particular long term adherence, monitoring, transition between therapies and cost.