Walter Benjamin e a história messiânica: contra a visão histórica do progresso.


Autoria(s): Cantinho, Maria João
Data(s)

03/07/2016

03/07/2016

01/04/2011

Resumo

Uma das problemáticas essenciais do pensamento benjaminiano é, precisamente, a questão da história. Numa época em que a tonalidade dominante é a ameaça da guerra e a destruição das ideologias, dos valores e ideais clássicos, em nome de uma desenfreada visão progressista e continuista da história humana, é preciso despertar do pesadelo da catástrofe da história. É esta que é responsável pela dissolução do conceito de experiência, alienando o homem e deixando-o desamparado e entregue ao vazio da experiência do choque, à fragmentação da narração e à perda da tradição. Recorrendo à tradição judaica da história, pensando e reconfigurando conceitos que lhe são intrínsecos, como o de catástrofe, messianismo, redenção, rememoração, Benjamin constrói (tal como Rosenzweig, Scholem e Bloch) uma teoria que possa operar uma desconstrução da continuidade da história, valorizando o objecto histórico, destacando-o do fluxo e salvando-o da catástrofe. Trata-se, assim, de um método destrutivo e violento, mas que visa restaurar uma visão da história que seja capaz de reparar as injustiças e o sofrimento humano. Mais do que histórica e temporal, essa nova ordem inscreve o sagrado na ordem profana, redimindo o acontecimento histórico e salvando-o no instante dialéctico.

Identificador

Cantinho, Maria João, "Walter Benjamin e a história messiânica: contra a visão histórica do progresso.", Philosophica 37 (Abril 2011): 177-195.

0872-4784

http://hdl.handle.net/10451/24245

Idioma(s)

por

Publicador

Edições Colibri / Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Relação

http://revistaphilosophica.weebly.com/2011.html

Direitos

openAccess

http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Palavras-Chave #Filosofia #messianismo #Walter Benjamin
Tipo

article