Hepatite autoimune : experiência de 10 anos do Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Santa Maria

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2014

Introduction: Autoimmune hepatitis affects mainly women and the diagnosis is made through the conjunction of histological, serological and biochemical characteristics. The disease’s natural history it is not favorable. The treatment with corticosteroids allows a survival’s increase, despite the associated side-effects. Methods: We have searched patients diagnosed with autoimmune hepatitis in a ten years’ period and their clinic and laboratorial characteristics and their therapeutic course were studied. Results: Forty-five patients were evaluated in a retrospective manner. The mean age at diagnosis was 47 (+/-19) years, 78% were women and 89% were caucasian. The disease had an acute presentation in 38% and 44% presented with cirrhosis. The IgG was determined in 27% cases and anti-LKM1 was determined in 64%. Treatment with prednisolone or prednisolone associated with azathioprine was instituted in 69%. The average time of response to treatment was 3,6 months. Te remission rate was 31% of which 43% relapsed. Conclusions: The population was similar to those described in international literature. However treatment response was faster and the rate of remission was smaller with a rate of relapse smaller than expected. These findings should be validated by studies with bigger samples to optimize the patient’s therapeutic course.

Introdução: A hepatite autoimune afeta maioritariamente mulheres e o seu diagnóstico faz-se pela conjunção de características histológicas, serológicas e bioquímicas. A história natural da doença não é favorável. A terapêutica com corticosteroides permite aumentar a sobrevida destes doentes, apesar dos efeitos adversos associados. Métodos: Procuraram-se pacientes diagnosticados com hepatite autoimune num período de dez anos e estudaram-se as suas características clínicas e laboratoriais e o seu percurso terapêutico. Resultados: Avaliaram-se retrospetivamente 45 doentes. A idade média do diagnóstico era de 47 (+/-19) anos, sendo 78% do sexo feminino e 89% de raça caucasiana. A apresentação foi aguda em 38% e 44% apresentavam cirrose ao diagnóstico. Doseou-se a IgG em 27% dos casos e a titulação de anti-LKM1 em 64%. A terapêutica com perdnisolona ou prednisolona associada a azatioprina foi instituída em 69%. O tempo médio de resposta à terapêutica foi de 3,6 meses. A taxa de remissão foi de 31%, dos quais 43% recidivaram. Conclusões: A população era semelhante às descritas na literatura internacional. Contudo a resposta à terapêutica era mais rápida e a taxa de remissão era menor com uma taxa de recidiva inferior ao esperado. Devem-se validar os achados estudando amostras maiores para optimizar o percurso terapêutico dos doentes.