Rectitudo e libertas em De libertate arbitrii de Santo Anselmo


Autoria(s): Rosa, José Silva
Data(s)

03/07/2016

03/07/2016

01/11/2009

Resumo

O liberum arbitrium, para Santo Anselmo, não pode residir no poder permanente de pecar e de não pecar (posse peccare et non peccare), porque tal definição tornaria inútil «a graça, a predestinação e a presciência de Deus» (DLA, I, 207, 1-2). Por outro lado, se nós não tivéssemos sempre essa potestas, o pecado não poderia ser-nos imputado porque nós pecaríamos «sine libero arbitrio». Procurando separar esta alternativa, que lhe parece armadilhada, Santo Anselmo busca uma definição de libertas arbitrii independente do poder negativo de pecar (potestas peccandi) e, a partir da distinção entre voluntas propter se (instrumentum volendi) e voluntas propter aliud (usus sive opus volendi), julga encontrá-la na seguinte: a libertas arbitrii é «o poder de guardar a rectitude da vontade pela própria rectitude» (DLA, III, 212, 19-20: «potestas servandi rectitudinem voluntatis propter ipsam rectitudinem»), poder que exprime a exacta e positiva noção da «justiça original». À luz de tal definição transcendental de libertas arbitrii, comum a Deus, aos anjos e aos homens, pode Anselmo avançar a tese teologicamente mais ousada do opúsculo: nem Deus, apesar de poder «reduzir a nada uma substância que Ele fez do nada», é capaz de «separar a rectidão de uma vontade que a possui» (DLA, VIII, 220, 13-15).

Identificador

Rosa, José Silva, "Rectitudo e libertas em De libertate arbitrii de Santo Anselmo", Philosophica 34 (Novembro 2009): 359-370.

0872-4784

http://hdl.handle.net/10451/24204

Idioma(s)

por

Publicador

Edições Colibri / Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Relação

http://revistaphilosophica.weebly.com/2009.html

Direitos

openAccess

http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Palavras-Chave #Filosofia #Anselmo
Tipo

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