Sintomas somáticos e perturbações relacionadas no DSM-V vs perturbações somatoformes no DSM-IV : progressos e problemáticas do novo diagnóstico

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2014

In the fifth edition of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V) , somatoform disorders are now referred to as " somatic symptoms and related disorders ." Significant changes were implemented in the disturbances that make up the category and their diagnostic criteria to eliminate the practical and conceptual problems of the former classification. In this article, a review of the main criticisms and debates about the validity and reliability of somatoform disorders diagnosed according to the diagnostic criteria of the DSM - IV is made, as well as new questions and issues that arise with the new diagnosis in DSM -V. The new category decentralizes the premise of "medically unexplained symptoms " and emphasizes the significant distress and dysfunction associated with somatic symptoms. The future will show how beneficial this reconceptualization will be to increase validity, reliability, clinical utility and acceptance of the diagnosis and particularly for promoting a holistic approach and improving the care of patients with somatic complaints.

Na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais (DSM-V), as perturbações somatoformes são agora referidas como “sintomas somáticos e perturbações relacionadas”. Foram implementadas mudanças significativas nas perturbações que compõem a categoria e nos seus critérios de diagnóstico com vista a eliminar os problemas práticos e conceptuais da antiga classificação. Neste artigo, é feita uma revisão das principais críticas e debates acerca da validade e fiabilidade das perturbações somatoformes diagnosticadas de acordo com os critérios de diagnóstico do DSM-IV, bem como, das novas dúvidas e questões que se levantam com o novo diagnóstico no DSM-V. A nova categoria descentra-se da premissa dos “sintomas sem explicação médica” e coloca a ênfase na disfunção e sofrimento significativos associados aos sintomas somáticos. O futuro revelará o quão benéfica será esta reconceptualização para o aumento da validade, fiabilidade, utilidade clínica e aceitação do diagnóstico e sobretudo para a promoção de uma abordagem holística e melhoria dos cuidados prestados aos doentes com queixas somáticas.