Igreja de N.Sra. da Candelária

A planta baixa é feita em forma de cruz latina com duas sacristias laterais acrescidas à planta original. A fachada em estilo pombalino é formada por sobreposição das ordens sendo duas no corpo da igreja e três nas torres. Os arremates destas são bulbosos e azulejados. A cúpula ocupa visualmente o espaço do triângulo frontão posicionado entre as torres que com as laterais formam sete tramos. Todo o frontispício, fachadas laterais e posterior são revestidos em granito. As portas de bronze são de autoria do escultor Teixeira Lopes executadas na cidade do Porto, Portugal, em 1901. Internamente apresenta influência italiana no revestimento em mármore contrariando a grande maioria das igrejas que são revestidas de madeira entalhada, à maneira portuguesa. O estuque de gesso nas abóbadas é trabalho de Bartolomeu Meira. As pinturas murais da cúpula, do teto da capela-mor e da nave são de autoria de Zeferino da Costa, Bernardelli, Oscar Pereira da Silva, Castagneto, Pinto Bandeira e outros, no século XIX e XX. Adentrar neste magnífico templo é ter a sensação da espiritualidade expressa em arte de maneira diferenciada inclusive daqueles templos barrocos coloniais. Exemplar ímpar da arte portuguesa influenciada diretamente na grandiosidade romana foi salva da destruição para a construção da avenida Presidente Vargas em 1940. Ganhou assim uma privilegiada perspectiva no frontispício com a praça Pio X e na parte posterior, sua silhueta elegante com a grande cúpula foi cenário de fundo do carnaval carioca durante décadas no século XX.

Este grandioso templo nasceu de pequena capela lá erguida, em 1630, por Antônio Martins de Palma e sua mulher, Leonor Magalhães, em agradecimento por terem sobrevivido a uma tempestade na travessia da Espanha para o Rio de Janeiro. A construção teve sua pedra fundamental lançada em 1775, e a consagração em 1811 após a primeira etapa da obra com presença do príncipe regente D. João. Neste pequeno Vaticano brasileiro , assim definido pelo pesquisador francês Germain Bazin trabalharam muitos engenheiros e arquitetos com: Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, Evaristo Xavier da Veiga, Ferro Cardoso, Antônio de Paula Freitas. A cúpula foi projetada por Carl Friedrich Gustav Waehneldt entre 1865 a 1868 e o encarregado da obra foi o arquiteto Jó Justino de Alcântara finalizada em 1877 medindo 63,5 m de altura do solo e 16,77 m de diâmetro externo. Revestidas de mármore português e ladeadas pelas esculturas dos Evangelistas e alegorias da Religião, Caridade e Esperança, são todas obras de José Cesário Sales vindas de Lisboa. Tombamento: n° 51-T-38.