Dor femoropatelar: uma contribuição considerando aspectos da dor e sua influência em parâmetros eletromiográficos
Contribuinte(s) |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
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Data(s) |
16/05/2016
16/05/2016
29/04/2016
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Resumo |
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Processo FAPESP: 2014/10839-0 Pós-graduação em Fisioterapia - FCT A dor femoropatelar (DFP) é considerada um “enigma ortopédico”, e uma das desordens musculoesqueléticas mais desafiadoras para se gerenciar. Isso porque até o presente momento não se tem definição acerca da(s) causa(s) que podem levar a esta desordem. Há mais de duas décadas têm-se investigado a presença de alterações biomecânicas em indivíduos com DFP durante as mais diversas atividades, como corrida, subida e descida de escada, agachamento e salto. Os parâmetros eletromiográficos (EMG) relacionados ao tempo e amplitude de ativação dos músculos vasto lateral (VL) e vasto medial (VM) são frequentemente abordados em estudos com essa população, no entanto, os resultados são controversos e acredita-se que uma das possíveis causas para essa inconsistência seja a característica intermitente dos sintomas. Ou seja, em determinados momentos a dor está presente e em outros não, independente da atividade que esteja sendo desenvolvida. Sabe-se que a dor recorrente pode levar a alterações no mecanismo central de controle da dor gerando respostas exageradas frente a estímulos dolorosos (hiperalgesia). Acredita-se que mulheres com DFP apresentam hiperalgesia tanto local quanto generalizada, no entanto, não se sabe o quanto a presença da dor no momento da avaliação pode alterar esses mecanismos de hiperalgesia. Diante disso, os objetivos gerais desta dissertação foram analisar o quanto a presença da dor afeta a hiperalgesia e os parâmetros EMG em mulheres com DFP, além de determinar pontos de corte para identificar a presença de hiperalgesia em mulheres com DFP. Os parâmetros EMG foram avaliados durante o gesto de subida de escada, e assim como os limiares pressóricos de dor (LPD) e a escala visual analógica (EVA) de dor, foram coletados em dois momentos antes e após um protocolo de esforço da articulação femoropatelar. Este protocolo foi realizado com o intuito de exacerbar os sintomas específicos da DFP e consistiu em 15 subidas de escada com 35% do peso corporal alocado em uma mochila e com ritmo demarcado por um metrônomo (96 degraus/min). Observou-se que mulheres com DFP apresentam LPDs reduzidos em comparação com mulheres assintomáticas e após o protocolo de esforço os LPDs avaliados ao redor do joelho, no grupo com DFP, reduziram significativamente comparado a avaliação prévia, no entanto, não houve diferença no LPD do ponto distante. Os pontos de corte encontrados apresentaram bons valores de acurácia diagnóstica, podendo ser úteis para a prática clínica na discriminação de indivíduos com e sem hiperalgesia. Já quanto aos parâmetros EMG avaliados em mulheres com DFP antes e após o protocolo de esforço, não houve diferença entre o início da ativação dos músculos VM e VL na presença da dor, mas houve aumento na amplitude do sinal EMG do VL e, consequentemente, redução na razão de ativação VM/VL após o protocolo de esforço. De acordo com estes resultados observa-se que a presença da dor é capaz de alterar os mecanismos centrais de modulação da dor, aumentando a hiperalgesia no local da desordem. A confirmação da presença de hiperalgesia local e generalizada em mulheres com DFP é de fundamental importância para traçar estratégias de tratamento, e a definição de pontos de corte capazes de discriminar os indivíduos quanto a presença de hiperalgesia facilita o gerenciamento desta desordem. E curiosamente os tratamentos visando o equilíbrio na ativação dos músculos VM e VL parecem não ser a melhor opção já que esse quesito não sofreu alteração diante do principal sintoma da DFP. As there is no definition about etiological factors of patellofemoral pain (PFP), it is considered an “orthopaedic enigma” and one of musculoskeletal disorders most challenging to manage. More than two decades, researchers have investigated the presence of biomechanics alteration in individuals with PFP during different activities as run, stair deambulation, squatting and jump. The electromyographic (EMG) parameters related to timing and amplitude of activation of vastus lateralis (VL) and vastus medialis (VM) muscles are often addressed in studies with PFP. However, the results are controversial and a plausible explanation may be the intermitent characteristic of the symptoms. In other words, at certain times the pain is present and not in others, regardless of the activity that is being developed. It is knowing that recurrent pain may result in dysfunctional analgesic control generating exaggerated responses to painful stimuli (hyperalgesia). Women with FPF present local and widespread hyperalgesia, however, it is unknown how the presence of pain at the moment of evaluation may alter the hyperalgesia. Thus, the overall aims were to analyze how the presence of pain affects hyperalgesia and EMG parameters in women with PFP, moreover, to determine cutoff points to identify the presence of hyperalgesia in women with PFP. EMG parameters were evaluated during stair climbing. EMG parameters, pressure pain thresholds (PPTs) and visual analogue scale of pain (VAS) were collected in two conditions: before and after a patellofemoral joint loading protocol. This protocol aimed to arouse the specific symptoms of PFP and it was composed to 15 stair deambulation with 35% of body mass allocated in a backpack and the rhythm was demarcated by a metronome (96 steps/min). The women presented lower PPTs compared to pain free group. After the protocol, the PPTs around the knee decreased, whereas the PPT at a remote site to the knee not changed in women with PFP. The PPT cutoff points presented good capability to discriminate women with and without PFP. There was no difference in VL and VM onset of activation in presence of pain, however, the VL amplitude increased and VM/VL activation ratio decreased after the patellofemoral joint loading protocol. According to these results, the presence of pain changed the central mechanisms of pain modulation, increasing hyperalgesia at the site of the disorder. The cutoff points can guide clinicians towards identifying the presence of local and widespread hyperalgesia in women with PFP. Thus, clinicians may be able to identify which patients would benefit from non-mechanical interventions focusing on components aimed at pain neuroscience education. Interestingly, the treatments aiming to reduce the imbalance between VM and VL muscles do not seem to be the best option insofar as this parameter did not change in the presence of the main symptom of PFP. |
Identificador |
http://hdl.handle.net/11449/138330 33004129045P2 |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Hiperalgesia #Dor anterior de joelho #Eletromiografia #Hyperalgesia #Anterior knee pain #Electromyography |
Tipo |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |