Saúde bucal e qualidade de vida em indivíduos com paralisia cerebral e Síndrome de Down: percepção dos cuidadores


Autoria(s): Mariusso, Matheus Racy
Contribuinte(s)

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Data(s)

17/05/2016

17/05/2016

18/03/2016

Resumo

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Pós-graduação em Ciências Odontológicas - FOAR

Sabe-se que indivíduos com necessidades especiais frequentemente apresentam níveis precários de saúde geral e bucal, e que o perfil socioeconômico e nível de escolaridade dos pais podem influenciar negativamente nestas condições. Este estudo teve como objetivo relacionar, de acordo com a percepção dos cuidadores, a qualidade de vida de indivíduos com Síndrome de Down e Paralisia Cerebral, que frequentam instituições em tempo parcial, com suas condições dentárias, de higiene bucal, e com o perfil socioeconômico e nível de escolaridade dos pais. Foi selecionada uma amostra randômica simples de 20 indivíduos com Síndrome de Down (SD) e 23 com Paralisia Cerebral (PC) de 7 a 35 anos que frequentam instituições de Ensino Especial da cidade de Araraquara – SP. Para avaliação do impacto na qualidade de vida foi aplicado um questionário aos pais/cuidadores, resultante da combinação dos questionários “Parental-Caregivers Perceptions Questionnaire” (PCP-Q) e “Family Impact Scale” (FIS). Para caracterização socioeconômica da família e nível de escolaridade dos pais foi aplicado um questionário estruturado. Os pacientes foram examinados para avaliação do Índice de Higiene Bucal (IHB) e dos índices CPOD (Dentes Cariados, Perdidos e Obturados - dentição permanente) e/ou ceod (dentes Cariados, Extraídos e Obturados -dentição decídua). Os dados foram tabulados e os resultados analisados estatisticamente, sendo utilizado nível de significância de 5%. Verificou-se para o grupo SD um CPO-D médio de 3,4 (± 2,7); ceo-d de 1,0 (± 2,5) e IHB igual a 0,9 (± 0,7). Já o grupo PC apresentou CPO-D médio de 3,7 (± 5,7); ceo-d de 0,3 (± 1,2) e IHB de 0,9 (± 0,8). Em relação a saúde bucal de filho/dependente, em ambos os grupos a maior parte a considerou “Boa” ou “Regular”. Sobre o impacto das condições bucais no bem-estar geral de seu filho/dependente, a maioria dos respondentes do grupo SD, respondeu “De jeito nenhum” ou “Muito”. Já no grupo PC, as respostas mais citadas foram “De jeito nenhum”, “Moderadamente” e “Muito”. Analisando as respostas do PCP-Q, verificou-se para o grupo SD um escore total médio de 15,5 e para PC, 14,9. Em ambos os grupos, os domínios mais afetados foram “sintomas de problemas bucais” “limitações funcionais” e “impacto familiar”. Nos indivíduos com SD os “sintomas de problemas bucais”, “limitações funcionais” e “bem-estar emocional” foram influenciados por características clínicas. Para o grupo PC, somente o “bem-estar emocional” foi afetado pelo CPO-D/ceo-d. O escore total e o “bem-estar emocional” foram afetados no gênero feminino. Os índices CPO-D e ceo-d foram influenciados pela idade, sendo o CPO-D ainda afetado negativamente pela escolaridade paterna. Baseando-se no fato de que a percepção dos cuidadores em relação à qualidade de vida de seus dependentes concentrou-se nos domínios “limitações funcionais” e “sintomas e problemas bucais”, que consideraram, em sua maioria, a saúde bucal boa, com pouca interferência no bem estar de seus dependentes, programas sociais e governamentais, assim como a equipe multidisciplinar que assiste o indivíduo com SD e PC, devem, durante a abordagem familiar, concentrar mais esforços para alertar e orientar sobre os problemas e alterações presentes na cavidade bucal, assim como suas consequências em nível sistêmico, emocional e social.

Disabled people often have poor levels of general and oral health, and the socioeconomic profile and parental education level may influence these conditions. The aim of this study is evaluate the Oral Health Related Quality of Life (OHRQoL) of individuals with Down Syndrome (DS) and Cerebral Palsy (CP) attending on special shools and relate this results with their dental conditions, oral hygiene, socioeconomic profile and level of parental education. It selected a simple random sample of 20 individuals with DS and 23 individuals with CP aged 7-35, who are attending in special schools in the city of Araraquara - SP. To assess the OHRQoL and the other informations it was applied a questionnaire to parents / caregivers, resulting from a combination of "Parental-Caregivers Perceptions Questionnaire" (PCP-Q) and "Family Impact Scale" (FIS) questionnaires and socioeconomic questions. Patients were examined to assess the Oral Hygiene Index (OHI) and DMFT (Decayed, Missing and Filled Teeth - permanent dentition) and / or dmft (Decayed, Missing and Filled Teeth – deciduous dentition ). Data were tabulated and the results statistically analyze using a significance level of 5%. DS group had DMFT 3.4 (± 2.7); dmft 1.0 (± 2.5) and OHI 0.9 (± 0.7). The PC group had DMFT 3.7 (± 5.7); dmft of 0.3 (± 1.2) and OHI 0.9 (± 0.8). About the dependent oral health, in both groups, most caregivers considered "Good" or "Fair". About oral conditions impact in general well-being of the dependent, the DS Caregivers most replied that it occur "No way" or "Very". Already in the PC group, the most cited were "No way", "Moderate" and "Very". The PCP-Q scoree of DS group was 15.5 and PC group was 14.9. In both groups, the most affected domains were "symptoms of oral problems" "functional limitations" and "family impact". In individuals with DS the "symptoms of oral problems," "functional limitations" and "emotional well-being" were influenced by oral clinical characteristics. For the PC group, only the "emotional well-being" was affected by the DMFT / dmft. The total score and the "emotional well-being" were most affected in females. The DMFT and dmft indexes were influenced by age. The DMFT also negatively affected by paternal education. The caregivers’ perception about quality of life of dependent concentrated in domains "functional limitations" and "symptoms of oral problems" and they considered oral health as good and with little interference on dependents life. During a familiar approach, social services, government programs and a multidisciplinary team that assists the individual with DS and CP must warn and guide about problems and changes in the oral cavity as well it´s consequences on systemic, social and emotional healh.

Identificador

http://hdl.handle.net/11449/138341

33004030010P2

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Pessoas com deficiência #Saúde bucal #Fatores socioeconômicos #Qualidade de vida #Disabled persons #Oral health #Socioeconomic factors #Quality of life
Tipo

info:eu-repo/semantics/masterThesis