Categorias retórico-poéticas e produção de embates n'o desertor, de Manuel Inácio da Silva Alvarenga


Autoria(s): Cardoso, Patrícia Regina de Morais Bertolucci
Contribuinte(s)

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Data(s)

14/03/2016

14/03/2016

18/01/2016

Resumo

Pós-graduação em Letras - FCLAS

O trabalho que aqui se apresenta traz uma leitura do poema O Desertor: poema herói-cômico de Manuel Inácio da Silva Alvarenga, publicado em 1774, em Portugal, a partir de uma perspectiva de demonstração dos embates que residem no seu interior, no que diz respeito à transição de ideias do Antigo para o Novo regime, principalmente por meio do discurso de avaliação (leia-se elogio) à condução do processo político glosado na obra literária. Trata-se de um importante “manifesto” a favor da propagação das Luzes na Lusitânia no século XVIII e tem por tema a celebração da reforma na Universidade de Coimbra, empreendida pelo Marquês de Pombal, durante o reinado de D. Jose I. Para tanto, o louvor não se produz de maneira convencional, antes, pela produção do riso. Em outras palavras, o riso advém do recurso de adoção de modelos do gênero épico conferido a situações e personagens ridículos ou risíveis, cujas ações são vistas como vis. Nosso foco serão nos embates produzidos no âmbito da escritura da obra, todos eles produzidos – curiosamente – à luz do modelo conservador de discursos do antigo regime apoiados em modelos emuladores das poéticas da antiguidade greco-romana. Os deslocamentos, todavia, acabam por convergir para uma nova forma de escritura que não se desvencilha dos modelos antigos. Entretanto, passa a inserir ideias mais pragmáticas, buscadas na poética objetiva do poeta latino Horácio, promovendo, internamente, os ditos embates que, embora se pareçam inconciliáveis, segundo um olhar sobre a questão política, acomodam-se nos ajustes mais ou menos formais permitidos pelos recursos às orientações poéticas e retóricas empregadas por Silva Alvarenga.

This work brings a reading of the poem O Desertor: poema herói-cômico, by Manuel Inácio da Silva Alvarenga, published in 1774, in Portugal, from a perspective of demonstration of the clashes that exist in it, concerning the transition of ideas from the old to the new regime, mainly through the evaluation of speech (should read praise) to conduct the political process glossed in literary work. This is an important "manifesto" for the spread of Lights in Lusitania, in the eighteenth century, whose theme is the celebration of reform at the University of Coimbra, undertaken by the Marquis of Pombal, during Joseph’s reign. Therefore, the praise is not produced in a conventional manner, but through the production of laughter. In other words, laughter comes from the adoption of models of the epic genre given to ridiculous or laughable situations and characters, whose actions are seen as vile. Our focus will be on clashes produced within the work’s writing, all of them produced – curiously – in light of the conservative model of the old regime speeches supported in emulator models of Greco-Roman antiquity poetics. The displacements, however, end up converging on a new form of writing that does not break away from old models. However, it begins to introduce more pragmatic ideas, found in the objective poetics of the Latin poet Horace, promoting, internally, the referred clashes that, although it may seem irreconcilable, as a glance at the political issue, settle in more or less formal settings allowed by the resources to the poetic and rhetorical guidelines employed by Silva Alvarenga.

Identificador

http://hdl.handle.net/11449/136235

33004048019P1

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Direitos

closedAccess

Palavras-Chave #O Desertor #Iluminismo #Escolástica #Embates #Enlightenment #Scholasticism #Clash
Tipo

info:eu-repo/semantics/doctoralThesis