Os efeitos da matriz bioparental nos processos de adoção de crianças e adolescentes
Contribuinte(s) |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
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Data(s) |
21/08/2015
21/08/2015
2014
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Resumo |
This paper is the result of a homonymous scientific research, funded by CNPq-PIBIC where we understand the adoption process as a process of dissidence in relation to the bio-parental matrix. Founded on a heteronormative naturalization of human sexuality - which presupposes a continuum and naturalized organization among sex / gender / desire – this bioparental matrix sets the binary relation of distinction between the legitimate/illegitimate child as their origin or not arising from “blood ties”. Considering our experience in the Project developed at the Department of Clinical Psychology at UNESP, Assis, SP called “Ties of love: Adoption, Gender, Citizenship and Rights”, we prepared a content analysis - as proposed by Bardin (1977) -, of transcripts of psychological sessions that were made from 2005 to 2012 in the "Center for Research and Applied Psychology “Dra. Betti Katzenstein. Our general objective was to analyze the effects of the bioparental matrix and its impact on children/adolescents and their families as well as estimate the possibilities of escape to the subjection to this bioparental matrix. The results showed us several aspects that may be significant for understanding the discursive crossings related to the practice of adoption. It was observed that there is still a great ambivalence pervading this theme, revealing that there is a discrepancy between what we say and what we do in relation to practices of caring among the adopted children. On the one hand, it was noticed that relatives rationally seek to enhance the bonding of the “emotional ties”, but their practices and beliefs, are still supported in modes of subjectivation that prioritize the biological discourse. This fact reveals a strained and conflictive field that probably weaknesses those families seeking to prioritize the ties of affection. However, as can be seen in this study, it is comforting and motivating to realize the power of resistance of individuals to absolute truths that govern their ways of feeling, affiliating and/ or exert their parenting. O presente artigo é resultante da pesquisa de iniciação científica homônima, financiada pelo PIBIC, onde compreendemos a adoção enquanto um processo de construção familiar dissidente de uma matriz bioparental. Esta, a partir de um referente apoiado na matriz heteronormativa - que pressupõe uma organização continua entre sexo/gênero/desejo -, estabelece a relação binária de distinção entre filhos/as legítimos/as e ilegítimos/as conforme sua origem advinda ou não de "laços de sangue”. A partir de nossa experiência no “Projeto Laços de Amor: Adoção, Gênero, Cidadania e Direitos”, desenvolvido junto ao Departamento de Psicologia Clínica da UNESP, Assis, SP, efetuamos a análise de conteúdo conforme proposto por Bardin (1977), de transcrições de atendimentos que foram realizados no período de 2005 a 2012 no “Centro de Pesquisa e Psicologia Aplicada Dra. Betti Katzenstein”, por alunos do quarto e quinto ano do curso de Psicologia. O período de tempo determinado para seleção do material pesquisado deve-se à data de início do projeto (2005) e ao ano em que a pesquisa foi realizada (2013). Dessa maneira optamos por não utilizar casos que ainda estivessem em atendimento, para garantir que não haveria nenhuma interferência da pesquisa sobre estes. Nosso objetivo principal foi analisar os efeitos da matriz bioparental e sua incidência sobre as crianças/adolescentes da amostra e seus familiares, bem como perceber as possibilidades de escape aos assujeitamentos dessa matriz. Os resultados obtidos apontaram-nos vários aspectos que podem ser significativos para a compreensão dos atravessamentos discursivos relacionados à prática da adoção. Observou-se a existência de uma grande ambivalência ainda permeando o tema, revelando que há uma discrepância entre o que diz e o que se faz relativamente às práticas de cuidados junto às crianças adotadas. Se, de um lado, percebeu-se que os familiares buscam racionalmente valorizar os laços afetivos, de outro, suas práticas e crenças, ainda estão respaldadas em modos de subjetivação que priorizam o discurso biológico. Tal fato denuncia um campo tensionado e conflitivo que provavelmente vulnerabiliza as famílias que buscam priorizar os laços de afeto, entretanto, é reconfortante e motivador perceber o poder de resistência dos indivíduos às verdades absolutas que regem suas formas de sentir, filiar-se e/ou exercer sua parentalidade, como também demonstrado em alguns casos do estudo. |
Formato |
60-85 |
Identificador |
http://www2.assis.unesp.br/revpsico/index.php/revista/article/view/307 Revista de Psicologia da UNESP, v. 13, n. 1, p. 60-85, 2014. 1984-9044 http://hdl.handle.net/11449/127076 ISSN1984-9044-2014-13-01-60-85.pdf 6880274182339689 |
Idioma(s) |
por |
Relação |
Revista de Psicologia da UNESP |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Adoption #Bioparental Matrix #Psychology #Family #Adoção #Matriz Bioparental #Psicologia #Família |
Tipo |
info:eu-repo/semantics/article |