Percalços compositivos em notas de oficina, de Alberto Martins


Autoria(s): Borsato, Fabiane Renata
Contribuinte(s)

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Data(s)

15/07/2015

15/07/2015

2010

Resumo

À utopia de um presente forte modernista que edificaria um futuro grandioso, a literatura contemporânea registra riscos, tensões existenciais, violência moral e física, justaposições espaciais, ilusões referenciais. O artista contemporâneo, consciente da incerteza do futuro e da queda das utopias, empurra o presente e aceita supressões temporais. Para reflexão sobre o fato, selecionamos, da produção modernista e contemporânea, os poemas “O elefante”, de Carlos Drummond de Andrade, e “Notas de oficina”, de Alberto Martins. O estudo desses textos deve favorecer a compreensão do diálogo estabelecido entre os dois momentos. O elefante drummondiano, apesar da frágil condição de execução e da indiferença dos leitores, não desestabiliza o criador, que afirma: “Amanhã recomeço”. As “Notas de oficina” registradas pelo eu poético criado por Alberto Martins discutem o sofrimento do criador proveniente do processo criativo e indicam que o corpo do artesão sofre fisicamente as dificuldades do fazer artístico e despende mais tempo de descanso que de execução. A elipse temporal estende-se e impede a criação porque o erro é incompreensível e consequentemente não ajustado pelo eu poético. O artista contemporâneo revela a condição limite entre o fazer discursivo e sua impossibilidade, entre a ignorância e a dor de saber que “alguma coisa está errada”.

Formato

104-115

Identificador

http://revistatextopoetico.com.br/index.php/rtp/article/view/12

Texto Poético, v. 8, p. 104-115, 2010.

1808-5385

http://hdl.handle.net/11449/125359

9535861411923524

Idioma(s)

por

Relação

Texto Poético

Direitos

closedAccess

Palavras-Chave #Alberto Martins #Carlos Drummond #Metalinguagem #Intertextualidade
Tipo

info:eu-repo/semantics/article