Mulheres silenciadas: vivências de viuvez nos anos de chumbo (1970-1980)

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Pós-graduação em Ciências Sociais - FFC

This research aims to understand cultural practices and representations of the female widowhood and widowhood as institutionalized compulsory in the period of the Brazilian dictatorship in the years 1970 to 1980 breaks with the standards established socially. From the construction of female education and pre-stipulated models for the standards required socalled family girls, we analyze how women's social roles influenced the construction of stereotypical representations of female widowhood. This is to resume the marital status given as national as well as the assigned values that reinforce stereotypes that obscure the participation of widows as social actors, relegating them to the grumbling and uncomfortable representations, what remained invisible as research subjects. From the perspective of Cultural History, the research is based on empirical analysis of a reality through oral histories of women in the State of São Paulo (officially married or not) who have disparate experiences at the loss of their husbands / partners by intervention of the enforcement agencies. Search also analyze information that were not properly analyzed by the historiography taking as initial premise the redefinition of widowhood, oral reports and analysis from multiple sources to consider the different experiences of widows who, reviewing traditional roles, built new identities turning into subjects power and protagonists in history. From the different experiences we seek to changes in the rituals of death and the influence these have in maintaining the memory of their husbands / partners. We start with the construction of a woman from childhood through youth and focusing on adulthood to understand how these women conceived his life from the marriage and how death was breaking project plans and a family life. As official militant leftist organizations or not, these women experienced situations that limits their daily fractured and changed their IDs so...

A presente pesquisa tem como objetivo compreender práticas e representações culturais a respeito da viuvez feminina e como a viuvez compulsória institucionalizada no período da Ditadura Brasileira nos anos de 1970 a 1980 rompe com os padrões instituídos socialmente. Partindo da construção da educação feminina e os modelos pré-estipulados para os padrões exigidos as chamadas moças de família, analisamos como os papeis sociais femininos influenciaram na construção de representações estereotipadas de viuvez feminina. Trata-se de retomar o estado civil dado como naturalizado, bem como os valores atribuídos que reforçam estereótipos, que obscurecem a participação das viúvas enquanto atores sociais, relegando-as aos resmungos e representações incômodas, o que as manteve invisíveis como objetos de pesquisa. A partir da perspectiva da História Cultural, a pesquisa baseia-se na análise empírica de uma realidade, através de relatos orais de mulheres no Estado de São Paulo (oficialmente casadas ou não), que possuem vivências díspares diante da perda dos maridos/companheiros por intervenção dos órgãos de repressão. Busca ainda analisar informações que não foram devidamente analisadas pela historiografia tomando como premissa inicial a ressignificação da viuvez, dos relatos orais e análise de fontes múltiplas para considerar as distintas vivências de viúvas que, revendo papéis tradicionais, construíram novas identidades transformando-se em sujeitos de poder e protagonistas na História. A partir das distintas experiências, procuramos destacar as alterações nos rituais da morte e a influência que esses tiveram na manutenção da memória de seus maridos/companheiros. Partimos da construção de uma identidade feminina estereotipada dos manuais de boas maneiras e da educação familiar desde a infância, passando pela juventude e focando na vida adulta para compreendermos como essas mulheres...