O passado no presente: João Gilberto Noll, leitor de Álvares de Azevedo


Autoria(s): Alves, Maria Cláudia Rodrigues
Contribuinte(s)

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Data(s)

27/04/2015

27/04/2015

2011

Resumo

In the mid-nineteenth century, in his fruitful years of the perhaps best-known shortest literary career, Álvares de Azevedo wrote this verse “As ondas são anjos que dormem no mar” (“The waves are angels who sleep in the sea”). In the presentation of João Gilberto Noll’s young adult novel Anjo das ondas (Angel of the waves) in 2010, Ivan Marques states that the character in the novel, Gustavo, “with his adolescent passion, and torn spirit with overflowing lyrics, could even be compared to our tropical Byron”. João Gilberto Noll establishes a connection between him and Álvares de Azevedo that invites the reader to go beyond a first reading level of his work, seeking evidence of dialogue ratification between two apparently distant writers. The subtle intertextuality exceeds the initial clue and can be detected on Noll’s theme development from the history of Gustavo, a troubled teenager in search of his identity. Noll’s affinity to Álvares de Azevedo can still be captured in his narrative texture, in voices coming from his text; however, they also reveal to be unique and original features of his literary production. An apparent exercise in style shows that each author fulfills his mission by expressing, in his own way, the feeling of his time. In addition, it shows that through aesthetic emotion, literature allows us to transcend time and space.

Em meados do século XIX, nos anos fecundos da talvez mais breve carreira literária conhecida, Álvares de Azevedo escreveu o verso “As ondas são anjos que dormem no mar”. À apresentação do romance juvenil de João Gilberto Noll Anjo das ondas, em 2010, Ivan Marques declara que o personagem do romance, Gustavo, “com seu ardor adolescente e seu espírito dilacerado, transbordante de lirismo, poderia mesmo ser comparado ao nosso Byron tropical”. João Gilberto Noll estabelece com Álvares de Azevedo um vínculo que convida o leitor a ir além de uma leitura em primeiro nível de sua obra, buscando indícios que ratifiquem o diálogo entre dois escritores aparentemente tão distantes. O sutil intertexto ultrapassa a pista inicial e pode ser detectado no tema desenvolvido por Noll a partir da história de Gustavo, um adolescente angustiado em busca de sua identidade. A afinidade com Álvares de Azevedo pode ainda ser captada na tessitura narrativa de Noll, em seu fazer literário, nas vozes que emanam de seu texto, mas que se revelam únicas, originais, próprias ao fazer nolliano. Em ambos, um aparente exercício de estilo demonstra que cada escritor cumpre sua missão e exprime a seu modo o sentimento de sua época, e, sobretudo, que a partir da emoção estética pode-se, através da literatura, transcender tempo e espaço.

Formato

29-48

Identificador

http://www.olhodagua.ibilce.unesp.br/index.php/Olhodagua/article/view/117

Revista Olho d'água, v. 3, n. 1, p. 29-48, 2011.

2177-3807

http://hdl.handle.net/11449/122611

ISSN2177-3807-2011-03-01-29-48.pdf

8604882208242811

Idioma(s)

por

Relação

Revista Olho d'água

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #literatura brasileira contemporânea #Intertextualidade #Romantismo brasileiro
Tipo

info:eu-repo/semantics/article