Avaliação de Eichhornia crassipes como fonte de ácido chiquímico

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

Ácido chiquímico, um importante intermediário na biossíntese de substâncias aromáticas em plantas e microorganismos, é o material de partida na síntese comercial do antiviral fosfato de oseltamivir (Tamiflu®), utilizado no tratamento de influenzas, como as do tipo A H1N1, tipo A H5N1 e do tipo B. Segundo a Roche, o maior obstáculo na produção do Tamiflu® é a disponibilidade de ácido chiquímico, que é atualmente isolado do anis estrelado chinês ou obtido por meio de fermentação. Devido à necessidade de se encontrar novas fontes alternativas de ácido chiquímico, o presente trabalho dedicou-se ao estudo da planta aquática Eichhornia crassipes (Pontederiaceae). Essa espécie de macrófita, conhecida popularmente como aguapé, é considerada a planta invasora que mais causa problemas em ecossistemas de água doce, devido ao seu rápido desenvolvimento e alta produção de biomassa. Foram realizadas extrações das partes aéreas e das raízes de E. crassipes com metanol ou água, por meio de cinco diferentes processos extrativos: Soxhlet, maceração com auxílio de ultrassom a temperatura ambiente e a 45 ºC, e maceração com auxílio de agitação magnética a temperatura ambiente e a 45 ºC. Os extratos foram analisados por CCDC, RMN de 1H e CLAE-DAD. Os resultados indicaram que: (i) as partes áreas de E. crassipes acumulam maior concentração de ácido chiquímico (0,1-2,7%) do que as raízes (0,1-0,9%); (ii) metanol é o melhor solvente extrator de ácido chiquímico, independente da metodologia utilizada; (iii) a extração por aparelho Soxhlet demonstrou ser o método mas efetivo na extração de ácido chiquímico do material vegetal.