Justiça marginal: sociabilidades complexas subjacentes às práticas de linchamento


Autoria(s): PAVÃO, Bruna H. S. Menezes
Contribuinte(s)

BARP, Wilson José

Data(s)

08/07/2014

08/07/2014

2010

30/08/2010

Resumo

A comunicação a seguir resulta da pesquisa bibliográfica e de campo acerca das práticas de linchamento em Belém do Pará, neste aspecto a iniciativa primeira debruçou-se sobre a historiografia do ato, que forneceria suporte para posterior problematização do mesmo enquanto questão de cunho eminentemente social. Neste sentido, após todo o manancial de informações colhidas tanto dos livros como dos jornais populares, adentramos no campo minado dos linchamentos, ideamos nos lançar sem amarras no mundo das gentes, locais de onde advém as modalidades mais estarrecedoras do uso desenfreado da força bruta, visualizamos que os atores sociais neste universo elaboram suas próprias formas de enfrentamento do crime e ao mesmo tempo de manutenção de laços sociais comunitários e para tanto lançam mão tanto de artifícios legais como também cambam para a ilegalidade. A visualização de uma forma de sociabilidade gestada pelo medo e pela violência a que sempre foram submetidos corroboram para que as respostas a criminalidade violenta seja de igual modo utilizando-se da força bruta, a socialização entre os inúmeros indivíduos conhecidos ou não, vítimas ou mesmo expectadores de alguma forma de crime é capaz de impulsionar a decisão arbitrária de ceifar a vida de um criminoso contumaz ou eventual, o linchamento se ressignifica enquanto modalidade de vingança coletiva é assim uma forma avessa de aplicação popular da justiça, onde visualizamos a violência como último recurso ao alcance popular que fornece resposta imediata a uma transgressão perpetrada, o grau de pertencimento dos atores sociais autores destes crimes, as várias representações sociais envolvidas, a ausência de responsabilização de seus participantes, a crença de que reagiram a um acontecimento cruel. Assim, nossa intuição sociológica nos direcionou para a compreensão do mesmo tendo como ponto de partida os locais de onde os mesmos emanam e os atores sociais que fornecem aos linchamentos condições de existência e manutenção na atualidade.

ABSTRACT: The communication to follow results of the bibliographical research and field concerning the practical ones of lynching in Belém of Pará, in this aspect the first initiative was leaned over on the historiography of the act, that would supply support posterior problematization of the same while question of eminently social matrix. In this direction, after all the source of information harvested in such a way of books as of popular periodicals, we enter in the mined field of the lynchings, ideamos launching in them without mooring cables in the world of the people, places of where happen the modalities staggering of the wild use of the rude force, the social actors in this universe elaborate its proper forms of confrontation of the crime and at the same time of maintenance of communitarian social bows and for in such a way they launch hand in such a way of legal artifices as well for the illegality. The visualization of one form of sociability gestated for the fear and the violence the one that had been always submitted corroborates so that the answers violent crime is equally using itself of the rude force, the sociação between the innumerable known individuals or not, victims or same viewers of some form of crime are capable to stimulate the arbitrary decision to cut with a scythe the life of a criminal eventual contumacious person or, the ressignifica lynching if while modality of collective revenge is thus a form averse of popular application of justice, where visualize the violence as last resource the popular reach that it supplies to immediate reply a perpetrated trespass, the degree of belonging of the actors social authors of these crimes, some involved social representations, the absence of accountability of its participants, the belief of that had reacted to a cruel event. Thus, our sociological intuition directed in them for the understanding of the same having as starting point the places of where the same ones emanate and the social actors who supply to the lynchings conditions of existence and maintenance in the present time.

Identificador

PAVÃO, Bruna H. S. Menezes. Justiça marginal: sociabilidades complexas subjacentes às práticas de linchamento. 2010. 181 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2010. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais.

http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/5279

Idioma(s)

por

Direitos

Open Access

Palavras-Chave #Violência urbana #Linchamento #Belém - PA #Pará - Estado #Amazônia Brasileira
Tipo

masterThesis