Organização comunitária e desenvolvimento territorial: o contexto ribeirinho em uma ilha da Amazônia


Autoria(s): RODRIGUES, Eliana Teles
Contribuinte(s)

MATHIS, Armin

Data(s)

23/03/2011

23/03/2011

2006

01/12/2006

Resumo

Este trabalho é um estudo de caso sobre comunidades ribeirinhas do estuário amazônico em que se analisam as dinâmicas sócio-espaciais e a organização comunitária da população que reside na ilha do Combu. Trata-se de averiguar a organização espacial e territorialidade das comunidades, ou seja, a produção e reprodução da vida material e econômica buscando nessas experiências aportes que venham servir de referência para outras localidades rurais tendo em vista o debate sobre o desenvolvimento regional. Servem como amostra da pesquisa 54 unidades familiares distribuídas em quatro comunidades: Igarapé Combu, Beira do Rio, Piriquitaquara e Furo do Benedito. Por ser um estudo de natureza interdisciplinar adota a perspectiva sócio-econõmica, política e cultural tendo como foco as questões: a) Como as comunidades da ilha do Combu têm se adaptado às interferências exógenas e quais as estratégias de sobrevivência; c) Quais as diferenciações, inter-relação entre os grupos e suas formas de organização e articulação; d) O que gera maior envolvimento comunitário. Os resultados mostram que a desarticulação é um fator desfavorável na organização comunitária o que implica menor possibilidade de se inserirem na sociedade como cidadãos participantes do processo de desenvolvimento e direcionadores de seu destino. A manutenção do ambiente e do bem-estar das comunidades está relacionada a aspectos que levem em conta informação e conhecimento formal, aliado à manutenção de práticas segundo as especificidades locais, pois quanto maior o grau de conhecimento e permanência no local, maior a identificação, valorização e cooperação dos ribeirinhos. A ausência desses aspectos aponta para um baixo grau de desenvolvimento ou para práticas pontuais onde eles são fracamente percebidos. Não obstante as comunidades não serem capazes de sozinhas produzirem dinâmicas que promovam seu bem-estar destaca-se o manejo florestal desenvolvido por aqueles ribeirinhos que tem servido de suporte para um maior incremento na economia uma vez que essa prática potencializa a produção de açaí, principal fonte de renda local favorecendo maior poder de compra às famílias. Isso reforça o argumento de se estabelecerem parcerias entre as instituições e a comunidade local no sentido de promover a sustentabilidade ambiental e social.

ABSTRACT: This is a case study about riverine communities in the Amazon estuary. It analyzes the social and spatial dynamics, as well as the community organization of the resident population in Combu Island. The spatial and territorial organization of the communities is investigated through the production and reproduction of the material and economic life, in the search of experiences which can reference other rural communities vis-à-vis the debate on regional development. Fifty-four family units were studied in four communities: Igarapé Combu, Beira do Rio, Piriquitaquara, and Furo do Benedito. For being a nature study to interdisciplinary it adopts the socioeconomic, politcs and cultural perspective having as focus the question a) How the communities of Combu island have adapted to exogenous interferences and its survival strategies; b) Which differentiation, strategy between the groups and its forms of organization and articulation; c) What generates greater community involvement. Disarticulation is an unfavorable factor in a community organization, implying fewer possibilities for communities to be a part of the society as active citizens in the development process, and in directing their own destinies. Maintaining the environment and the welfare of the population implies information and formal knowledge allied to local specific practices; the higher the degree of knowledge and local permanence, the higher is the identification, valorization, and cooperation among the riverine populations. The absence of such aspects indicates a low degree of development, or isolated practices where such aspects are hardly perceived. Alone, communities are not able to come up with dynamics to promote their welfare, but forest management developed by the riverine populations has served as a base for economic growth. Such practices may enhance açaí production the main local income source increasing families purchase power. This reinforces the argument for partnerships between institutions and communities, in order to promote environmental and social sustainability.

Identificador

RODRIGUES, Eliana Teles. Organização comunitária e desenvolvimento territorial: o contexto ribeirinho em uma ilha da Amazônia. 2006. 127 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Belém, 2006. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido.

http://www.repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/1962

Idioma(s)

por

Direitos

Open Access

Palavras-Chave #População ribeirinha #Organização social #Estuários #Comunidade (Sociologia) #Geografia humana #Ilha do Combu - PA #Pará - Estado #Amazônia Brasileira #Estudo de caso
Tipo

masterThesis