Efeito do tipo de ferradura e angulação do casco sobre o movimento do membro torácico em equinos ao trote

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Pós-graduação em Medicina Veterinária - FCAV

Este trabalho avaliou, por meio da cinematografia, as alterações biomecânicas induzidas após elevação em seis graus da pinça ou do talão no casco dos membros torácicos em equinos ao trote e se tais alterações eram influenciadas pelo material da ferradura. Para isso, foram utilizados seis equinos adultos PSA sadios, sem evidências clínicas de alterações locomotoras. Os animais foram separados em dois grupos: grupo 1, que utilizou ferraduras confeccionadas em ferro, e grupo 2, que utilizou ferraduras em alumínio. O experimento foi realizado em três semanas. Na semana basal os animais foram ferrados com ferradura plana. Nas semanas seguintes houve elevação em seis graus da pinça ou do talão. Os animais realizaram três sessões de exercícios em esteira rolante por semana, utilizando dois marcadores esféricos reflexivos nas faces dorsal e lateral do casco do membro torácico esquerdo. As variáveis cinemáticas avaliadas na terceira sessão de cada semana foram: duração da passada, tempo de apoio, tempo de suspensão, altura e comprimento da passada, além da avaliação do movimento descrito pelo casco. A análise estatística foi feita por meio do teste t-Student. As alterações decorrentes da elevação da pinça ou do talão foram muito diferentes, algumas vezes opostas, entre os animais para o mesmo tipo de elevação, inclusive dentro do mesmo grupo. Conclui-se que as alterações na angulação do casco induziram mudanças no andamento, mas, com base nos resultados deste trabalho, não é possível determinar uma indicação clínica geral para cada alteração imposta ou material utilizado

This study investigated, using kinematics methods, biomechanical changes due to toe or heel elevation in equine forelimb at trot and if it can be influenced by shoe material. Six adult sound arabian horses were separated in two groups: iron and aluminum group. The study was performed in three weeks with three treadmill exercise sessions each. Reflexive markers were applied on dorsal and lateral surfaces of left forelimb hoof. In first week horses were shod with flat shoes. In the following weeks horses were shod with six degrees toe or heel elevation. Measured kinematic variables were stride duration, stance fase, swing fase, maximal displacement in vertical direction of the hoof, stride length and flight arc. Statistical analisys used t-Student test. Variations caused by toe or heel elevation were extremely different, even opposite, between animals to same elevation type, even in same group. Results showed that response due to investigated elevations were different for each animal. We concluded that different hoof angulations induced changes in movement but the results of this investigation do not provide basis for general clinical applications for each elevation or material used