Uma leitura da produção brasileira sobre psicanálise de crianças, por meio da Revista brasileira de psicanálise

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

Pós-graduação em Psicologia - FCLAS

A Psicanálise de Crianças inicia seu percurso na Europa no início do século XX, marcado por grandes controvérsias entre Melanie Klein e Anna Freud. No Brasil, essa modalidade de atendimento psicanalítico começou a ser difundida a partir da década de 1930 e acabou se disseminando em práticas institucionais bem estruturadas, culminando em produção teórica expressiva. Mas é sob os auspícios das Sociedades de Psicanálise que esse ramo da ciência psicanalítica encontrou maior ressonância para sua aplicação, divulgação, formação de analistas infantis e produção teórica, que apesar de não vultosa, tem se mostrado altamente expressiva. Importante veículo de divulgação do pensamento psicanalítico brasileiro, que nos permite acompanhar a evolução da produção sobre Psicanálise de Crianças no Brasil, abrangendo as últimas décadas, é a Revista Brasileira de Psicanálise. O periódico tem como principal objetivo abranger a pluralidade dos diferentes segmentos científicos existentes nos quadros das Sociedades de Psicanálise, garantindo, assim, sua expressão no âmbito científico. A presente pesquisa consiste em um estudo qualitativo de natureza histórica que busca circunscrever um segmento da psicanálise brasileira, cujo objetivo é caracterizar a produção sobre Psicanálise de Crianças no Brasil no período de 1967 a 2007, por intermédio dos artigos de autores nacionais publicados na Revista Brasileira de Psicanálise. Os resultados obtidos a partir do levantamento dos artigos sobre Psicanálise de Crianças publicados no periódico apontam as seguintes informações: 107 artigos publicados sobre o tema, destes 89 de autoria de psicanalistas nacionais, a maioria na década de 1990; Maria P. Manhães e Marisa Pelella Mélega como as autoras nacionais com maior...

Child Psychoanalysis was first introduced in Europe at the beginning of the 20th century, singled out by great controversies between Melanie Klein and Anna Freud. In Brazil, that sort of psychoanalytic practice was introduced from 1930 on as well-structured institutional practices, achieving a significant theoretical production. But it was under the auspices of the Psychoanalytic Societies that such a branch of the psychoanalytic science had a greater diffusion for its application, propagation, education background of child analysts and theoretical production which, although it is not significant, it has proven to be highly expressive. An important means of diffusion of the Brazilian psychoanalytic thought, which allows us to follow the evolution of works written on Child Psychoanalysis in Brazil, comprising the last decades, is Revista Brasileira de Psicanálise. That journal was carried out to comprise the plurality of different scientific branches found within the Societies of Psychoanalysis, thus ensuring their expression in the scientific field. The research at issue is a qualitative-based study of historical nature which tries to bound a segment of the Brazilian psychoanalysis, whose aim is to characterize the works written on Child Psychoanalysis in Brazil from 1967 to 2007, by means of papers written by Brazilian writers published in Revista Brasileira de Psicanálise. The outcomes achieved starting from the survey of papers on Child Psychoanalysis published in the journal focused on the following information: 89 out of 107 papers published on the subject, were written by Brazilian psychoanalysts, most of them in the 1990s; Maria P. Manhães and Marisa Pelella Mélega, Brazilian writers with the largest number of papers... (Complete abstract click electronic access below)